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sábado, 10 de dezembro de 2011

Museus se preparam para desastres


Especialistas internacionais se reúnem em evento que discutiu como instituições museológicas devem reagir diante de catástrofes naturais

Terremotos no Haiti e no Chile, furacões em Cuba, inundações no Brasil. Nos últimos anos, as diversas catástrofes naturais que castigaram a América Latina mostraram que a maioria dos museus, bibliotecas e acervos da região não está pronta para enfrentar emergências desse tipo.

Para começar a reverter esse quadro, o Ibermuseus, programa de cooperação entre os 22 países da comunidade ibero-americana, promoveu no fim de outubro um seminário-oficina totalmente dedicado à gestão de riscos ao patrimônio. Realizado em Brasília, o evento foi o primeiro do gênero no Brasil. “A ideia é formar uma rede de pessoas capacitadas nessa área que possam multiplicar isso em seus países”, afirma José do Nascimento Junior, presidente do Ibermuseus e também do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

O problema do salvamento de peças museológicas é que resgatar obras de arte requer um preparo totalmente diferente do que salvar pessoas. Em um incêndio, por exemplo, em geral o que afeta esses objetos, sobretudo livros e gravuras, é menos o fogo e mais a água usada para apagar as chamas. “Essa é uma questão que precisa ser pensada desde a construção do edifício, para que se consiga apagar o fogo usando a menor quantidade de água possível”, explicou o engenheiro americano especializado em prevenção de incêndios Christopher Marrion. Outro palestrante, o major Eduardo Nocetti, do Corpo de Bombeiros, avalia que há falta de treinamento específico para lidar com acervos históricos. “Os bombeiros precisam ficar mais próximos dos conservadores para, por exemplo, ter uma ideia da hierarquização do acervo na hora do salvamento”, diz Nocetti.

“As primeiras 48 horas são cruciais”, considera Beatriz Haspo, conservadora-chefe da Biblioteca do Congresso, em Washington. “Nessas horas, não dá para discutir política de preservação de acervos.” Por isso, é essencial que cada instituição tenha um plano de ação em caso de emergência voltado para seu acervo específico.

fonte:
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/museus_se_preparam_para_encarar_desastres.html

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