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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Feira sacudiu Belém com melhor da cultura paraense

Uma festa no meio da floresta, de onde surgiam papagaios, onças, macacos e flores nas árvores. Os cheiros, as frutas, as sementes, o artesanato e as religiões que permeiam o Pará, todos representados, assim como as danças e manifestações peculiares como as guitarradas, os botos do Sairé, a marujada e os bois de São Caetano de Odivelas, tudo símbolo de um Estado tão rico e majestoso quanto as suas dimensões territoriais abrigam. Essa é uma síntese do que representou a Feira Cultural “Pará de Todas as Cores, Todas as Crenças”, que durante quatro dias, recebeu mais de 10 mil visitantes no estacionamento do Boulevard Shopping.

No final de semana, casais, grupos de amigos e famílias puderam circular pelos estandes da feira e colher informações sobre crenças, fauna, flora e artesanato, com pessoas como a feirante Carmelita. “De todos os trabalhos que fiz fora do Ver-o-Peso, esse é o mais marcante porque eu recebi tantas crianças perguntando, querendo provar uma fruta, eu gastei toda a minha voz e entreguei todos os meus cartões de visita!”, comemorou. A colega dela, a erveira Lora, assinalou que a difusão do conhecimento proporcionada pelo evento foi muito importante: “Recebi algumas pessoas que fazem pesquisa sobre as ervas medicinais e pude falar muita coisa. Além de me dar visibilidade, essa feira mostra toda a nossa riqueza, fala das nossas crendices, é uma ótima iniciativa”.

Encantada com a decoração e com os membros do Circo Etéreo fantasiados de animais, pendurados em fitas imitando cipós, a pequena Kimberly da Costa Souza, 10, resolveu ficar parecida com eles: “Eu vim me maquiar de onça. Estou de férias aqui em Belém e adorei vir pra cá pra feira conhecer as lendas, ver todas essas coisas, tá tudo muito bonito”, contou, enquanto o maquiador Everton Figueiredo dava os últimos retoques. “Para mim, apesar do cansaço de maquiar tantos, é gratificante maquiar as crianças, elas vêm e pedem cada coisa, mas os mais populares são a onça e a iara”, apontou ele.

Vestido de papagaio, Charles Monteiro, do Circo Etéreo, explicou que o trabalho foi diferente e permitiu um contato muito próximo com o público. “Nós chegamos a ficar muito tempo pendurados, mas é muito bom o contato próximo, principalmente com as crianças, que ficam fascinadas”. Ensinado o público a fazer belos vasos artesanais, Ribamar Soares frisou que a oportunidade de encontrar outros artesãos também foi estimulante. “Poder trocar informações com eles e o público, ver as pessoas terem curiosidade e interesse pelo nosso ofício. Teve gente querendo saber como fazer oficina de artesanato”, disse ele, que trabalha com o artesão Doca Leite em Icoaraci.

Fim de semana de atrações variadas

E em meio aos miritis, biojoias, patchoulis, sons da mata e de bichos, galhos e água, os grupos musicais fizeram a festa junto à plateia. Os 30 alunos do Grupo de Percussão Vale Música subiram ao palco sábado a noite para apresentar batidas típicas da região, como o carimbó, o boi-bumbá, a mazurca e o samba de cacete. O espetáculo também traz versões de compositores consagrados da música-homenagem ao Círio de Nazaré, com a versão de “Vós Sois o Lírio Mimoso”.

O grupo parafolclórico Yaguara demonstrou uma seleção de danças típicas do Pará, preparando o terreno para a apresentação calorosa de Mestre Curica e Mestre Vieira, que botaram todo mundo pra dançar. Um com o banjo a tiracolo e o outro com a guitarra, eles deram um show de desenvoltura e interação com a plateia, tocando “Jamaicana”, “Solo do Ribeirinho”, “Pedreirinha” e outras músicas que contém toda a mistura inebriante de carimbó, maxixe, merengue e ritmos latinos. “Estávamos há cinco anos sem fazer um show juntos e foi ótimo. Interagimos com o povo e mostramos a força da guitarrada”. Frisou Curica, ao lado de um Vieira rejuvenescido pela empolgação da plateia, não tendo hesitado em tocar a guitarra de costas e até com o auxílio de uma latinha.

No último dia, domingo, a grande expectativa era a apresentação dos botos Cor de Rosa e Tucuxi, do Sairé. O Rosa entrou e mostrou a beleza de suas rainhas e a desenvoltura do boto, somada à banda executando as canções para cada componente, como o “Encanto do Boto” - quando o ser mítico transformado em homem seduz a cabocla. “Viemos para cá pela primeira vez e nos sentimos muito gratos pela oportunidade que a RBA nos deu de nos apresentar perante o povo daqui que é nosso povo também”, contou Castelo, vice-presidente do Boto Cor de Rosa.

Bicampeão do Sairé, o Tucuxi trouxe fantasias onde o cinza do boto ganhava destaque, boto este que se desenvolveu com muito vigor para delírio do público, que viu a apresentação dos componentes terminar numa grande festa. “É uma coisa muito linda, muito rica essa festa do boto, fiquei com vontade de conhecer mais”, disse a esteticista Kátia Dias. Para Edilberto Ferreira, presidente do Boto Tucuxi, a oportunidade de se apresentar na Feira serviu para divulgar a cultura do Sairé.

Um painel rico da cultura ao alcance das famílias

Apresentando-se ao lado de Nilson Chaves e Mahrco Monteiro, com quem compõe a “Trilogia” há 9 anos, Lucinnha Bastos estava contente por ver tantas pessoas presentes à feira. “É uma oportunidade única do Pará se conhecer, e para os artistas se confraternizarem. Para o público também é positivo, porque os nossos fãs tiveram a chance de assistir a um show gratuito nosso, o que nem sempre é possível”.

Gerente de marketing do grupo RBA, Daniela Barion acredita que a feira foi um sucesso total por congregar tantas expressões em uma só oportunidade. “E também vimos as pessoas interagindo nos estandes, se interessando em conhecer mais sobre a cultura e aproveitando cada show. Muitas famílias vieram e nós notamos a importância em perpetuarmos um evento como este”, enfatizou.

Com o esposo, o sobrinho e a irmã, a professora Ana Cláudia Santos achou a Feira Cultural um programa bom para toda a família, tanto que estava indo desde o primeiro dia acompanhar tudo. “Esse evento ressaltou o quanto é necessário mostrar a riqueza da nossa cultura, a nossa imensa diversidade, eu não perdi nenhum show!”

Consagrado pelo público como uma grande festa do folclore e riqueza do Estado, a Feira Cultural “Pará de Todas as Cores, Todas as Crenças” foi feliz por abarcar as expressões de todos os cantos do Estado. Nas palavras do diretor-presidente do DIÁRIO, Jader Filho o sentimento ao fim do evento era de satisfação e alegria ao ver tantas pessoas aproveitando, tantas famílias se divertindo. “Precisamos passar a nossa cultura de geração em geração, por isso trabalhamos para que o evento servisse como uma iniciativa de integração da cultura paraense. Intencionamos continuar com ele, mostrando as manifestações de todas as regiões do Estado e todas as ramificações da nossa cultura, contemplando a todos e dando acesso à população”, resumiu Jader Filho.

PROJETO ORGULHO

A Feira Cultural fez parte de uma nova etapa do projeto Orgulho de Ser do Pará, que a RBA vem promovendo desde 2009, com a proposta de difundir nossa cultura e valorizar o povo paraense. O evento teve patrocínio do Banco da Amazônia, Cerpa, Esamaz, governo do Estado, Unimed, Vale e Vivo, como apoio do Boulevard Shopping. 



fonte:
http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-142788-FEIRA+SACUDIU+BELEM+COM+MELHOR+DA+CULTURA+PARAENSE.html

Falta apoio para o Museu de Amambai

O Museu de Amambai José Alves Cavalheiro, que conta grande parte da história do município através de fotos, objetos antigos e livros, merece mais atenção, tanto do poder público, como da população em geral.

O responsável pelo museu, Almiro Pinto Sobrinho, conta que cuida da manutenção, do espaço e do acervo praticamente sozinho. “Antes, eu tinha ajuda de um aluno da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), que trabalhava como estagiário, mas depois de um ano não deu mais certo. Agora estou aguardando a oportunidade de outros alunos se inscreverem para o estágio aqui, pois o trabalho é durante meio período, é fácil e tem ajuda de um salário, além disso, o aluno pode trabalhar no seu projeto de pesquisa”, explica Almiro.

A instituição não recebe nenhum tipo de recurso governamental, seja do município, Estado ou governo federal. Normalmente, Almiro abre o museu no período da tarde. Pelas manhãs, o museu fica fechado por falta de uma pessoa para abri-lo.

O diretor e único responsável pelo Museu de Amambai, Almiro Pinto Sobrinho.

Almiro conta ainda que o museu recebeu peças e livros novos, mas que ainda não foram catalogados. “Ainda não tive tempo para catalogar e registrar todas as peças novas, mas na biblioteca, certamente são mais de 680 livros. É um acervo grande” explica o diretor do Museu.

O Museu José Alves Cavalheiro foi inaugurado em 2009, com objetivo de resgatar a história de Amambai através de instrumentos de trabalho como caixas registradoras, prensa de tipos móveis, diversas câmeras fotográficas, teares e máquinas de costura, além de objetos de decoração, fotos antigas da cidade e documentos.

Para Almiro, a maior movimentação vem de escolas que trazem seus alunos para visitar o museu e fazer pesquisas. “Recebemos visita de alunos de diversas escolas que vêm fazer trabalho, pesquisas diversas aqui e outros vêm para conhecer mesmo”, diz ele.

O Museu de Amambai está localizado à Rua General Câmara, nº 527, no centro de Amambai, e está aberto à visitação todos os dias, a partir das 14 horas.

Matéria sugerida por leitor do jornal eletrônico Amambai Notícias.

fonte:
http://www.amambainoticias.com.br/cidades/falta-apoio-para-o-museu-de-amambai