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sábado, 17 de março de 2012

Ampliação dos espaços museológicos em Bauru

A Prefeitura Municipal de Bauru, através de sua Secretaria Municipal de Cultura, comandada por Elson Reis, vive um momento de muita expectativa com a real possibilidade de receber todo o acervo do quase extinto Núcleo de Documentação Gabriel Ruiz Pelegrina, da USC (Universidade Sagrado Coração). O fato é esse e, como ocorrem as tratativas da transferência, fogem da análise de quem delas não participam. Ressalta aos olhos o acervo de relevada importância amealhado ao longo de décadas, parte significativa da história de Bauru. Documentos, coleções, fotos e peças, essas além da importância, ocupando amplo espaço físico. 

A transferência gera preocupações e apreensões. Circulam comentários de que parte do acervo possa estar sendo devolvido para doadores. Inconcebível isso e ótimo que tudo venha para os cuidados da Cultura municipal, pois diferente de qualquer fundação ou entidade privada, pode ser mais bem fiscalizada. Mantido em local adequado, com profissionais capacitados, o doador sentirá segurança na doação. O fato a gerar discussão é sobre o local do novo acervo. Existe no momento um insipiente início de restauro da antiga Estação da Cia Paulista, que abrigará os museus Histórico e o da Imagem e do Som. A verba já está disponibilizada e a dificuldade reside em encontrar quem efetue o serviço, devido ao atual aquecimento do mercado da construção civil. Portanto, hipótese descartada. 

Urgente encontrar esse local, útil também na recepção de novos acervos. No amplo galpão defronte à Feira do Rolo, nenhuma condição, pois ali é um mero depósito, além da inviabilidade da retirada de algo exposto e colocá-lo noutro inadequado. Sem contar no andamento da implantação ali do futuro Memorial da Indústria de Bauru. Junto ao Museu Ferroviário também não será possível, pois seu espaço físico já está no limite, praticamente sem espaço para ampliação de uma mera Reserva Técnica.

E em qual espaço o rico acervo poderia ser transferido? Polêmicas à parte, a seguir uma real possibilidade. Existe um amplo projeto para o futuro e que, diante da imediata necessidade, mereceria discussão sobre sua utilização de forma antecipada. Trata-se de todo o triângulo arquitetônico localizado entre as ruas Nóbile de Piero e 1º de Agosto, já abrigando num dos cantos o Museu Ferroviário e que poderia ser todo cedido para a Prefeitura. Propriedade do Governo Federal, estão ali também instalados os escritórios do Sesef (Serviço Social das Estradas de Ferro) e o remanescente da Inventariança da extinta RFFSA, hoje praticamente encerrando suas atividades, além do Clube dos Engenheiros Aposentados da RFFSA. O pedido da cessão definitiva junto ao Governo Federal deve partir da Prefeitura Municipal, antecipando-se à sua inclusão em leilão de bens arrolados na Inventariança. Acredita-se que o Executivo Municipal já tenha tomado essa providência, como o fez no passado com o espaço do museu. Usando de sua força política junto a Brasília, tudo seria sacramentado, aliado de negociação baseada no bom senso, reunindo os atuais ocupantes e sob liderança do prefeito e dos representantes da Inventariança. Estaria formatada a transição. 

Rapidez nos encaminhamentos. É isso o que se espera de todos os envolvidos e, mais, que a discussão ocorra sem a paixão do pensar somente em si. Bauru ganhará muito com isso e nossos espaços museológicos poderão finalmente ter uma real e necessária ampliação de suas possibilidades. Não devem existir grandes empecilhos para esse breve encaminhamento. O “não” existe para ser transposto. A necessidade é para “ontem” e se assim quiserem todos os envolvidos, seus nomes estarão inscritos na história. E por que não começar já? Quem liga para quem? Bauru aguardará ansioso por esse desfecho. A AAMB e a APFFB colocam-se desde já à inteira disposição para colaborar no que for preciso.

O autor, Henrique Perazzi de Aquino, é presidente da AAMB - Associação Amigos dos Museus de Bauru - e Ricardo Bagnato, vice-presidente da APFFB - Associação Bauruense de Ferromodelismo e Preservação Ferroviária 


fonte:
http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=221994

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