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terça-feira, 17 de abril de 2012

Museu da Língua Portuguesa presta homenagem a Jorge Amado



Imagem da exposição 'Jorge Amado e Universal' - Divulgação
Divulgação
Imagem da exposição 'Jorge Amado e Universal'
Dos autores brasileiros, Jorge Amado talvez seja o mais local, universal e internacional. Escrevia a partir da Bahia, sobre coisas da sua terra e sua gente, e seus livros encantavam leitores do mundo todo. Pelas contas da Fundação Casa de Jorge Amado, a obra do escritor baiano foi traduzida para 49 idiomas e premiada em lugares tão diversos quanto a ex-União Soviética, a Itália e a França, sem contar o Brasil. 

Gabriela Cravo e CanelaTocaia Grande,Capitães da AreiaDona Flor e Seus Dois MaridosOs Subterrâneos da Liberdade,Bahia de Todos os Santos, Mar Morto eNavegação de Cabotagem são apenas alguns dos livros que escreveu em seus 89 anos de vida. Vida essa que será apresentada a partir desta segunda-feira, 16, para convidados, e terça-feira para o público, na exposição Jorge Amado e Universal. Ela fica em cartaz até o dia 22 de julho no Museu da Língua Portuguesa, de onde segue para Salvador. Chega em 9 de agosto, um dia antes da festa do centenário de nascimento do escritor. 

A ideia da organização é que a mostra não fique restrita a essas cidades, embora os R$ 3,2 milhões captados pela Lei Rouanet devam ser usados exclusivamente nessas duas iniciativas. Já está quase certa uma temporada no Recife. Rio de Janeiro, Brasília, Lisboa e Porto também demonstraram interesse, conta William Naked, diretor-geral da exposição, que sonha até com uma ida à Feira do Livro de Frankfurt em 2013, quando o Brasil será o país homenageado e exposições como essa serão bem-vindas.

Difícil será transportar a Bahia criada nos 420 m² do espaço do museu para esses outros lugares. São 8 mil fitas do Nosso Senhor do Bonfim, 1.800 garrafas de 2 litros de azeite de dendê, 4 sacas de cacau, mais de 600 imagens, 80 documentos originais, 110 livros, 243 placas de cronologia. Tudo para dar a dimensão de quem foi e o que produziu Jorge. 

“Jorge Amado foi quem mais escreveu, mais foi traduzido, mais foi premiado. Se ele é superlativo, então a mostra também é”, explica a curadora Ana Helena Curti. Que o visitante não espere um formato quadrado e cronológico ou cenas de novelas e filmes, que tanto ajudaram a popularizar sua obra. 

Para a curadora, não faria sentido apresentar o que o público já conhece e a ideia não é ser tão didático. “A maioria das pessoas já assistiu a alguma adaptação audiovisual da obra de Jorge Amado, no cinema ou na televisão, até porque provavelmente ele é o escritor brasileiro que mais foi adaptado para telenovelas, filmes e peças de teatro. O visitante trará tais impressões consigo, mas esperamos que ele possa somar novas informações e imagens a essas que já possui.”

Vídeos produzidos pela O2 Filmes, com depoimentos do próprio escritor, de estudiosos de sua obra, amigos e familiares ajudam a compor o universo do autor. Mas o visitante vai poder ver ainda manuscritos, fotos de viagens e de seu dia a dia, cartas recebidas de amigos ilustres, exemplares estrangeiros, livros de sua biblioteca particular e até sua coleção de camisas havaianas.

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