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terça-feira, 17 de abril de 2012

Na Bahia,  lembra Bené Fonteles, a presença de Luiz Gonzaga é primordial na obra compositiva de artistas como Caetano e Gil (Foto: Divulgação)
Na Bahia, lembra Bené Fonteles, a presença de Luiz Gonzaga é primordial na obra compositiva de artistas como Caetano e Gil (Foto: Divulgação)
O Palacete das Artes Rodin Bahia inaugura no dia 24 de abril, às 19h a exposição “O Imaginário do Rei, visões sobre o universo de Luiz Gonzaga” com curadoria de Bené Fonteles, artista plástico, escritor e curador,  com 11 livros publicados no vasto currículo.
Essa exposição é uma homenagem coletiva orquestrada por Bené, com expografia rica e diversificada sobre a vida e obra de Gonzagão, registrada em obras de arte, fotos, filmes, livros e Cd’s que integram a mostra realizada pelo Palacete das Artes através da Secretaria de Cultura e da Diretoria de Museus do Ipac. Na mesma noite Bené Fonteles lança o livro de sua autoria “ O Rei e o Baião”.
“O Imaginário do Rei” presta um tributo a Luiz Gonzaga numa mostra composta por xilogravuras de João Pedro do Juazeiro, José Lourenço, Francorli & Carmem, Francisco de Almeida, Elias Santos e Arievaldo Viana; fotos de Christian Cravo, Adenor Godim, Gustavo Moura,Vivente Sampaio, esculturas de Frank Castro, Cícero Arraes, Demóstenes, Salete Diniz, Murilo, e de outros artistas de todo o Brasil. Da mostra participam ainda, os artistas Sante Scaldaferri, com pintura sobre óleo, Iuri Sarmento, Fernando Coelho, com colagem/fotos, Juraci Dórea, pintura, Marepe, Bel borba, Bárbara Tércia, Caetano Dias e Ayrson Heráclito, Ciça Fitipaldi, e Zuarte, com a instalação Cama e colcha de Gonzaga. Vão ser apresentados na exposição a roupa que o estilista Ronaldo Fraga fêz para Maria Bonita e a artista Liara Leite expõe objetos de cerâmica que Lampião e Maria Bonita viram entre cactos e xique-xique.
A exposição vai mostrar os tapetes de parede com o tradicional São João do Carneirinho e Luas, feitos pela goiana Dona Benícia Pereira; a roupa de couro de vaqueiro confeccionada pelo cearense Seu Expedito Seleiro e muitos objetos de Luiz Gonzaga que foram pesquisados desde Exú, em Pernambuco, sua terra natal, até aos quatros cantos do Brasil onde Gonzagão, além de um dos maiores interprétes da música brasileira, era visto como um herói do povo nordestino retratado em suas músicas.
Caetano – Na Bahia, em particular, lembra Bené Fonteles, “a presença de Luiz Gonzaga é primordial na obra compositiva de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tomzé e na força das vozes de Gal Costa, Xangai e Maria Bethânia” E continua: “ Os mais jovens, sabem menos, dos desdobramentos comportamentais e musicais  provocados por Gonzaga na cena cultural brasileira  nas últimas quatro décadas que vão de Alceu Valença a Chico Science e Nação Zumbi, destes, Mestre Ambrósio ao Cordel do Fogo Encantado e Lirinha”.
A partir dos anos 40 Gonzagão  ganha o Brasil de norte a sul com a difusão dos ritmos da música do povo nordestino. O mestre sanfoneiro, professor de tantos talentos brasileiros ,comparado aos nossos maiores músicos, Villas-Lobos, Noel, Pixinguinha, Dorival Caymmi e Tom Jobim, soube com maestria assimilar os ritmos que a migração lhe apresentou, misturá-los etransformá-los numa música que representa a sonoridade e a sofisticação dos sons brasileiros.Junto com Carmem Miranda, Luiz Gonzaga é o segundo artista no país a transformar com originalidade os costumes e símbolos de sua Região.
Livro - O livro de Bené Fonteles   ”O Rei do Baião “, com apresentação de Gilberto Gil, é um trabalho magnífico de pesquisa sobre os 100 anos de Luiz Gonzaga , em  377 páginas, onde foram registrados  imagens belíssimas e preciosos  textos de viés poético do autor,  os ensaios arrebatados de Antonio Risério, do próprio Bené, de Hermano Vianna e Sulamita Vieira , trabalhos de profunda imersão nas águas da antropologia, da sociologia, da linguística, da musicologia e da mitologia do novo mundo, escorado nas obras de autores como Euclydes da Cunha, Guimarães Rosa, Gilberto Freyre, Câmara Cascudo, Darcy Ribeiro e Ariano Suassuna.
A edição é ilustrada pelas xilogravuras de Francorli & Carmem, Elias Santos, Arievaldo Viana, João Pedro do Juazeiro, José Lourenço, Francisco de Almeida, a pintura de Ciça Fittipaldi e o ensaio fotográfico de Gustavo Moura e evidencia o talento de
Luiz Gonzaga na mistura e recriação dos ritmos do baião ao xote, do xaxado à toada, para se tornarem, com o samba, as matrizes musicais e poéticas da nova música popular no Brasil.

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