Depois de anos sendo alugado para festas ou cedido para a realização de feiras de adoção de animais, o casarão da família Franco de Mello,
construção mais antiga ainda de pé na Avenida Paulista, poderá ganhar
um destino digno de sua importância histórica. Está em negociação a
possibilidade de ser feito ali o Museu da Turma da Mônica
no espaço. Por enquanto, o projeto não passa de uma intenção. O
orçamento – estimado em cerca de 100 milhões de reais – ainda não atraiu
patrocinadores.
Segundo Jacqueline Mouradian, curadora da Maurício de Sousa Produções, esse
é o entrave que paralisa o projeto. “O museu ficou caro porque, como a
casa está deteriorada, precisaríamos realizar uma boa reforma”,
justifica. Além disso, o espaço interno de 35 cômodos e pé direito baixo
não é grande o suficiente para comportar todo o acervo, que, além de
outros itens, inclui originais de desenhos de Maurício de Sousa, 15
esculturas e quase 100 pinturas do artista. Para resolver a situação, o
projeto prevê a construção de um aterro anexo à casa, já que sua
estrutura, por ser tombada, não pode sofrer modificações.
As construções residenciais na Avenida Paulista iniciaram-se em 1891,
para abrigar famílias da alta sociedade que já não queriam morar no
superlotado centro de São Paulo. O casarão Franco de Mello, de 1905,
pertence ao primeiro lote dessas casas. Tombada pelo Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico) em 1992, a mansão está cedida em comodato a um dos herdeiros,
Renato Franco de Mello.
Manter conservado um imóvel tombado é caro, e já houve tentativas,
por parte dos Francos de Mello, de conseguir uma indenização que os
ajudasse a arcar com as despesas. O abrigo do museu seria, portanto,
vantajoso para a família herdeira. No projeto estão incluídos o
pagamento de contas pendentes e as reformas da construção. Jacqueline
Mouradian garante que Renato Franco de Mello se posiciona em favor da
ideia. “Ele parece estar empenhado em dar um destino digno à casa”,
revela. A Maurício de Sousa Produções não está fechada para negócios com
outros espaços, mas confessa ter preferência pelo casarão da Paulista:
“O acesso ao público não se compara com o de outras regiões”, destaca
Jacqueline. Houve inclusive propostas vindas de Mogi das Cruzes (SP),
cidade onde Maurício de Sousa passou a infância, mas o foco está na
capital. “Está na hora de a população ganhar esse presente”, diz a
curadora.
(Com colaboração de Júlia Bezerra e fotos de Thiago Queiroz)
fonte:
http://blogs.estadao.com.br/curiocidade/avenida-paulista-podera-abrigar-o-museu-da-monica/
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