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quinta-feira, 21 de junho de 2012

DEPOIMENTO DE MARCELLY PEREIRA DO MUSEU DA MARÉ SOBRE O IV EIEMC


Os dias foram mágicos e de grande aprendizado.

Assistir as comunidades empoderadas, emocionou a todos nós que acreditamos na missão deste modelo conceitual de museu, uma tecnologia social, política e claro libertadora, espaço de identificação e valorização do saber tradicional popular. O museu também é o espaço de diálogo entre as gerações, de encontros, de despedidas e de muitas memórias e mudanças.

É gratificante participar deste processo de transformação, conhecer outras experiências e perceber que os pioneiros foram e ainda são multiplicadores da proposta libertadora.

Despeço-me com a poesia de Fernando Sabino, que evoca a essência do IV Encontro Internacional de Ecomuseus e Museus Comunitários, os laços fraternais foram atados...

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".

Abraços,

Marcelly Pereira
Museóloga Museu da Maré

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