Um guerreiro ou príncipe dos povos pioneiros do território português, há 3.000 mil anos, é evocado num monólito "raro e importante" descoberto por uma equipa do Museu Arqueológico do Fundão, revelou hoje o diretor da instituição, João Rosa.
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A estela, com 2,70 metros de altura e que só com duas consegue ser abraçado, foi encontrada no final de maio num terreno agrícola da freguesia do Telhado, no Fundão, e está exposta a partir desta semana no museu, onde vai ser estudada em detalhe.
Um capacete, uma espada e um escudo estão esculpidos na pedra, a par de inscrições, através das quais os arqueólogos esperam descobrir novos pormenores sobre os antepassados dos portugueses.
Para já, "não há consenso sobre a funcionalidade desde monólito", explicou João Rosa.
Não se sabe se serviria para "assinalar a sepultura de um guerreiro ou príncipe, dada iconografia bélica e outros atributos, ou se teria fins territoriais", adiantou, sublinhando que "a função visual e emotiva mantém-se, 3.000 anos depois", porque a peça "continua a suscitar admiração, espanto e respeito, dada a sua monumentalidade".
João Rosa admitiu que esta pode ser "a maior estela encontrada até hoje na Península Ibérica".
Por outro lado, tem uma grande carga simbólica por remontar ao final da Idade do Bronze Final, em que se terão criado "as raízes culturais daquilo que é hoje o território português".
No caso do concelho do Fundão, a estela "vem completar a informação já disponível através da proliferação de castros", núcleos populacionais contemporâneos do novo achado.
A estela foi descoberta depois uma equipa do museu que realizava escavações ter sido alertada para as inscrições em pedra nas proximidades do local onde se encontrava.
Com a colaboração do casal proprietário do terreno, a peça foi resgatada e acondicionada por técnicos e pelos serviços municipais.
O monólito "tem fissuras de meios mecânicos agrícolas, mas mantém o tamanho intacto", destacou João Rosa.
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