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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Museu alemão escolhe a cortiça portuguesa para concurso de design



Depois de este ano ter sido escolhida por Ai Weiwei e Herzog & de Meuron para o projecto da Serpentine Gallery, a cortiça portuguesa volta a estar em destaque agora no Vitra Design Museum, em Weil am Rhein, no estado alemão de Baden-Württemberg. O museu de design reconhecido internacionalmente abriu um concurso que desafia os designers a conceberem novas aplicações de cortiça ou a melhorarem o actual portfolio de produtos da Corticeira Amorim (CA).

Designers têm de apresentar propostas que tenham por base o uso da cortiça
Designers têm de apresentar propostas que tenham por base o uso da cortiça (Daniel Rocha)

O concurso está aberto até 30 de Junho e, segundo disse ao PÚBLICO Carlos Jesus, director de Marketing e Comunicação da CA, a ideia não é “fazer design por design mas sim encontrar novos designers e novas linhas de produto ou melhorar alguns dos produtos já existentes”. 

“O resultado ideal seria encontrar uma ou mais propostas que melhorem ou criem novos produtos, que possam depois ser comercializados, caso tenhamos condições para o fazer”, explicou o responsável, adiantando que até agora foram submetidas a concurso “mais de uma centena de propostas”.

Depois de encerrado o período de candidaturas, o júri seleccionará as 20 melhores propostas e os designers escolhidos serão convidados a participar num workshop especializado em Domaine de Boisbuchet, localidade francesa considerada um dos mais importantes centros de experimentação em design e arquitectura a nível internacional. O objectivo é que neste workshop, a acontecer em Setembro, os candidatos desenvolvam os protótipos das suas ideias. No final, será escolhido um vencedor a quem será atribuído um prémio de dez mil euros. 

O júri será constituído por Alexander von Vegesack, em representação de Domaine de Boisbuchet e do Vitra Design Museum, Gabriele Pezzini, designer consultor da Hermès (Paris), Cathleen O'Rourke, directora para a Europa da Parsons The New School for Design (Paris), Luisa González-Portillo, coordenadora do Master IED e directora académica em Domaine de Boisbuchet, os designers Pedro Ferreira e Rita João, que compõe a dupla Pedrita, Carlos de Jesus e Raquel Castro, da Corticeira Amorim.

Em comunicado, Alexander von Vegesack, presidente do Vitra Design Museum, frisou que esta é uma grande oportunidade para os designers, uma vez que “Domaine de Boisbuchet é um lugar idílico, que atrai criativos de todo o mundo”. “Inspirados pela natureza, experimentam trabalhar com a madeira, o barro, tecidos, e outros materiais e, acima de tudo, com a sua fantasia”, continuou o responsável, para quem a “cortiça é o enriquecimento ideal desta paleta”.

Esta já não é a primeira vez que a Corticeira Amorim se associa ao Vitra Design Museum, depois de no ano passado ter patrocinado um workshop sobre cortiça em Domaine de Boisbuchet, coordenado por Rita João e Pedro Ferreira (Pedrita) e que propunha uma redescoberta da cortiça.

“Isto é óptimo para nós e para Portugal”, atestou Carlos Jesus, lembrando a recente inauguração do pavilhão de Verão da Serpentine Gallery. “Foi um sucesso e teve um grande impacto nos meios de comunicação social.” Segundo o director de Marketing e Comunicação da CA, o aumento do uso e da visibilidade da cortiça a nível internacional deve-se à “sua capacidade única física e mecânica, à sustentabilidade do material e ao factor premium que a cortiça dá quando é utilizada”. 

“Qualquer indústria que tenha uma destas características é boa, quando se junta as três então é um negócio de futuro”, explicou Carlos Jesus, realçando a questão da sustentabilidade, “tão presente nos dias de hoje”.


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