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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Projeto pretende criar laços de interação entre os museus através da internet.


Museus digitalizados e interligados
 Iniciativa pioneira foi desenvolvida em Carazinho, no Museu Olívio Otto


Com o objetivo de democratizar o acesso à cultura e tornar os museus mais atrativos, um grupo de carazinhenses desenvolveu o Projeto Sismu, um software capaz de informatizar os dados dos museus, tornando possível que os usuários tenham acesso ao acervo através da internet e também de terminais interativos. O projeto pioneiro no Brasil nasceu dentro do Museu Olívio Otto após um estudo realizado pelo graduado em Sistemas de Informação, Alexandre de Freitas. A multiplataforma do Sismu foi lançada em março e possibilita a digitalização documental das 18 mil peças do acervo do Museu, tornando possível disponibilizar estas informações na internet. “Após conseguirmos fazer um software de fácil adaptação, partimos para o segundo pressuposto que é a democratização, para que as informações não ficassem somente no âmbito local, ou seja, entre as pessoas que trabalham nos museus”, afirma Freitas.

Atualmente, o projeto já está em fase de operação e os técnicos estão contatando com os museus para compor o Sismu, que é composto por três módulos: acervo, website e terminais interativos. “Toda base é constituída conforme a documentação do museu. A gente traz a documentação manual do museu pra dentro de um sistema. Neste momento estamos em uma fase de conectividade, pois estamos disponibilizando para todo o Brasil a primeira fase de um cadastro no sistema Sismu”, explica o diretor de projetos.

Para o registro e a transformação em material digital, a equipe responsável ainda aguarda a liberação dos equipamentos fotográficos, dos materiais para adequação da iluminação e de computadores para dar continuidade aos trabalhos, que serão fornecidos pelo Executivo.


Interatividade a favor da democratização da cultura
Uma das inovações que os museus buscam hoje em dia é justamente a interação com a informação para atrair visitantes, e através de um software que é capaz de se adaptar a qualquer especificidade dos museus, permitindo a interatividade do público e o contato com instituições museológicas de todo o país isso se torna possível. 




( / FOTO MARIANA RAIMONDI )


Atualmente, o conhecimento que está disponível nos museus permanece em um âmbito local, como comenta a coordenadora do Museu Olívio Otto, Nanci da Cruz Mafalda. Porém, com o Sismu ele pode se expandir, alcançando diversas classes sociais e idades. 

Nesta terça-feira (3), o Museu Olívio Otto recebeu a visita da professora de História e Museologia da Universidade Federal de Pelotas, Noris Leal.

A especialista em documentação museológica visita Carazinho a parir de uma reunião realizada junto ao Sistema Estadual de Museus onde surgiu a necessidade de um diagnóstico da documentação do Museu. “Eu já conhecia o museu bem antes da reforma e o trabalho realizado pela equipe é de excelente qualidade, pois compreendo que é um trabalho exaustivo e longo. Ainda tem várias coisas a serem feitas, mas que possibilita que estes ajustes que estão sendo feitos possibilitem uma informatização do sistema depois. Esta parte é essencial para a informatização, para que esta informação seja muito mais rápida muito mais acessível para as pessoas que necessitarem”, explica a professora acrescentando do diferencial do Olívio Otto. “Um museu sem uma equipe que funcione, não existe. Aqui a gente vê um trabalho que vai melhorando à medida que o tempo passa”, completa.

Nanci pondera a importância deste laudo que será apresentado por Noris. “Ela vem prestar uma assessoria na parte da documentação, que é toda a base para que um sistema de informatização funcione. Então essa assessoria técnica vai nos direcionar para os ajustes que precisam ser feitos na documentação do Museu”, explica a coordenadora do Museu.

Noris comenta que a interconectividade é a única saída para a sobrevivência da cultura. “Nós não estamos fora desse mundo. Nós fizemos parte dele e precisamos nos atualizar e conviver na rede de informação. Museu é um local e informação e de comunicação e para nós, quanto mais ágil for essa comunicação melhor”, argumenta.

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