Os museus de Itália, França, Malta e Rússia juntaram-se para uma impressionante exposição dedicada à história da mais antiga ordem monástica-militar: a Ordem de São João de Jerusalém, mais conhecida como a Ordem de Malta. A exposição foi inaugurada nos Museus do Kremlin de Moscou e decorre entre 6 de julho e 9 de setembro.
Foto: RIA Novosti
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Cerca de duzentas obras de arte e documentos foram reunidos na exposição sob o título Nove Séculos ao Serviço da Fé e da Caridade.
Muitos objetos únicos foram cedidos para a exposição pelos Museus do
Kremlin de Moscou. A diretora dos Museus Elena Gagarina comentou:
"Os
raríssimos objetos em exibição provenientes de coleções e arquivos de
Itália, Malta, França, da ilha de Rodos e das nossas coleções abrangem
os períodos principais da atividade da Ordem. Temos aqui as coroas dos
Grão-Mestres, as adagas da Fé, as cruzes e insígnias da Ordem que
pertenceram a Grão-Mestres famosos, armaduras e armas dos cavaleiros e
retratos magníficos. Uma jóia da exposição é o notável retrato de um
cavaleiro de Malta da mão do grande mestre italiano Caravaggio,
gentilmente cedido pelo Palazzo Pitti de Florença."
A
exposição no Kremlin de Moscou é dedicada ao 20º aniversário do
estabelecimento das relações diplomáticas entre a Rússia e a Ordem de
Malta. Por essa ocasião, Moscou recebeu a visita do Grão-Mestre Fra’
Matthew Festing. Há mais de duzentos anos que a Rússia não era visitada
por visitantes desse nível que são os dirigentes máximos da Ordem. Na
cerimónia de inauguração da exposição no Kremlin esteve presente o
conservador das coleções artísticas da Ordem de Malta Fra’ John Critien
que recordou as relações históricas próximas entre a Rússia e os
cavaleiros de Malta:
"A exposição representa uma
excelente oportunidade para o grande povo russo compreender melhor a
Ordem militar soberana que durante vários anos muito importantes esteve
ligado ao Império Russo. Foram os anos em que o czar Pavel I,
inicialmente protetor da Ordem, se tornou seu Grão-Mestre, salvando a
Ordem nos anos críticos da sua existência. Os visitantes irão perceber
porque um imperador ortodoxo protegia uma Ordem católica."
Em
1798, Bonaparte conquistou Malta, os tesouros da Ordem foram saqueados e
os cavaleiros expulsos. Pavel I veio em seu auxílio tendo convidado os
cavaleiros para a Rússia. Como sinal de gratidão estes concederam-lhe o
título de Grão-Mestre. Depois da morte de Pavel I, o imperador seguinte,
Alexander I, renunciou ao título e praticamente todos os símbolos da
Ordem de Malta foram devolvidas a Roma.
Porém, os
contactos entre a Ordem de Malta e a Rússia se iniciaram muito antes de
Pavel I. Os cavaleiros, por exemplo, ajudaram frequentemente os
marinheiros russos.
A Ordem de Malta ganhou uma
sólida reputação de uma espécie de ministério das situações de
emergência internacional. Anualmente ela presta a pessoas de diferentes
países ajuda num valor que atinge um bilhão de euros. Entre os
voluntários dessa Ordem também há russos, se bem que poucos, cerca de
cem pessoas.
Veja as fotos da exposição: Tesouro da Ordem de Malta em Moscou
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