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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Xilogravura da vila de Zhuxian


Desde a antiguidade, os chineses têm o costume de colar gravuras pela passagem da Festa da Primavera, o Ano Novo Chinês. Como um artesanato popular, a gravura não só representa os votos para o futuro, mas também, ao longo dos anos, vem registrando a história e cultura da nação chinesa. Entre os diversos tipos, um dos mais conhecidos é a xilogravura da vila de Zhuxian.

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A vila de Zhuxian localiza-se na cidade de Kaifeng, na província de Henan, centro do país. A xilogravura do local já tem uma história de mais de 800 anos. Os temas das obras voltam-se principalmente para a história, lendas e contos populares. A produção exige um processo complexo e preciso, dividido em várias etapas, como desenho, entalhe, pintura e impressão. Para imprimir uma xilogravura, é preciso entalhar várias placas de madeira. O dono da famosa loja de xilogravura Tianyide, Zhang Tingxu, nomeado herdeiro de patrimônios imateriais da província de Henan, explicou:
"A etapa mais importante na produção da xilogravura é o entalhe das placas. Os traços da imagem devem ser entalhados com precisão, não se pode errar nem um milímetro. Para imprimir xilogravuras, é preciso entalhar várias placas de madeira, incluindo uma com o contorno da imagem e outras de cores diferentes, no máximo, nove ou dez placas."
A xilogravura da vila de Zhuxian se caracteriza por cores claras, mas não desbotadas. E o segredo é uma tinta especial. No passado, as tintas usadas na xilogravura eram refinadas à mão a partir de minerais naturais e plantas. Por exemplo, a tinta verde vem do bronze. Zhang Tingxu revelou:
"No passado, a tinta vermelha era refinada de uma árvore, o pau-rosa. Mas agora, á difícil de achar pau-rosa, então, substituímos por outros objetos. E fazemos experiências, os efeitos são iguais. Outro exemplo, a tinta amarela é refinada de frutas da árvore sófora-do-Japão."
Apesar de ser uma arte insubstituível, com o desenvolvimento de novas tecnologias, a xilogravura enfrentou o desafio da impressão a máquina. Por causa disso, muitas oficinas fecharam as portas e os artesãos mudaram de empregos. Zhang Tingxu também enfrentou esse dilema: persistir ou desistir da arte perante às pressões. Ele recordou que, por um certo período, a venda de xilogravura não era suficiente para sustentar os gastos básicos da família. No entanto, nos últimos anos, com as políticas preferenciais adotadas pelo país, a vida dos profissionais melhorou e essa arte se revigora.
"Nos últimos anos, o país dá forte apoio aos profissionais da xilogravura. No passado, a xilogravura da vila de Zhuxian ficou ameaçada de extinção. Mas agora, o número de lojas e oficinas aumentou para cinco ou seis. Tudo isso deve-se às boas políticas do governo. Agora, essa arte foi definida como um dos patrimônios imateriais culturais e eu fui nomeado como herdeiro de nível provincial. Meus clientes aumentaram muito."
Em 2010, a xilogravura da vila de Zhuxian foi indicada pelo Ministério das Relações Exteriores como um "presente nacional", especialmente para oferecer aos dirigentes estrangeiros. Aproveitando essa oportunidade, o governo local dedica mais esforços à proteção e desenvolvimento dessa arte. Com a promoção da cultura chinesa, a xilogravura também atravessa fronteiras e atrai atenção mundo afora.
Dependendo do apoio do governo, esforço dos profissionais e suporte de toda a sociedade, acredita-se que artes folclóricas chinesas como a xilogravura terão um bom futuro de proteção, divulgação e desenvolvimento.

fonte:
China Radio International.CR

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