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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Em novembro, carioca vai conhecer o Museu de Arte do Rio


RIO - A poeira das obras no entorno e os tapumes atrapalham, mas quem passa pela região do Porto já consegue vislumbrar como ficará o Museu de Arte do Rio (MAR), que será inaugurado em novembro, provavelmente no dia 15. A fachada em estilo eclético do Palacete Dom João VI, construído no início do século passado, já está completamente recuperada e, no interior do imóvel, 270 operários dão os últimos retoques. Repórteres do GLOBO percorreram o espaço, na última terça-feira, e conheceram algumas das mudanças: divisórias internas foram derrubadas e deram lugar a oito grandes salões para exposições. Um elevador antigo, de portas pantográficas, foi mantido, e uma cúpula, isolada por uma laje, foi reintegrada ao prédio. O museu será ligado por uma passarela e por uma cobertura de concreto ondulado, de 1.500 metros quadrados, ao prédio vizinho, onde funcionará a Escola do Olhar, o lado educativo do MAR. Se depender da beleza arquitetônica da mais nova instituição cultural do Rio, a organização social que vai administrar o espaço não terá dificuldades para cumprir a meta estipulada pela prefeitura, de 200 mil visitantes por ano.
- O Museu de Arte do Rio tem uma importância enorme para o projeto Porto Maravilha. Ele traz para a região um acervo importante. Além disso, a Escola do Olhar vai capacitar professores da rede pública. A ideia é que a arte seja apresentada como uma ferramente pedagógica. Alunos também farão oficinas e visitarão o espaço - diz Alberto Silva, coordenador do Porto Maravilha Cultural.
Alberto espera que o museu, em pouco tempo, seja um dos mais visitados do Rio.
- Na alta temporada, desembarcam no Porto cerca de 500 mil turistas. O Museu de Arte do Rio estará na porta desses visitantes, assim como o Cais do Valongo e, com a revitalização completa da área, o Museu do Amanhã e o Centro Cultural José Bonifácio.
A prefeitura vai pagar à organização social comandada pelo grupo Odeon, que cuida da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, R$ 1 milhão por mês, durante dois anos, para que ela mantenha o espaço. Caberá à OS escolher o restaurante, com capacidade para cem pessoas, que funcionará no topo do prédio, além do bistrô que ficará no térreo.
- O momento que o Rio vive é muito importante. O Museu de Arte do Rio será o primeiro a ser inaugurado, mas teremos também em pouco tempo o Museu da Imagem e do Som e o Museu do Amanhã - diz Lúcia Basto, gerente-geral de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho, responsável pelos três projetos.
O acervo do MAR está sendo montado. Segundo o curador Paulo Herkenhoff, o pontapé inicial foi dado pela prefeitura, com a compra de um quadro de Tarsila do Amaral e de um banco pintado por Alberto Guignard. Agora, estão começando a chegar as doações. Já são mais de 300 prometidas, que incluem obras de Volpi, Joaquim Tenreiro e Tunga, além de fotografias e documentos históricos.
- Ao entrar no museu, o visitante terá sempre uma exposição cujo tema será o Rio. Isso não quer dizer que será sempre uma visão glamourosa. É pertinente ao museu pensar a cidade - diz Herkenhoff, que promete para a inauguração quatro exposições: além de obras salvas do incêndio no apartamento do marchand Jean Boghici, no início do mês, serão apresentados a coleção do casal Hecilda e Sérgio Fadel, e trabalhos de Lygia Pape, Lygia Clark e Cildo Meireles, entre outros.
Para implantar o MAR, serão gastos R$ 76,6 milhões, que englobam, além da obra, os dois primeiros anos de manutenção do espaço. As verbas são da prefeitura, das Organizações Globo e da Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Já para a operação do museu, a Fundação Roberto Marinho está captando parcerias privadas para o incremento da programação.

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