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domingo, 12 de agosto de 2012

Museu itinerante é destaque na Revista Fapemat Ciência


Levar o conhecimento produzido nos laboratórios do Campus Nova Xavantina, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), para a população da região leste de Mato Grosso foi um dos resultados do projeto Museu da Cidadania, coordenado pela professora doutora Beatriz Schwantes Marimon. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O Museu itinerante percorreu 15 municípios, totalizando 10 mil km. Cerca de 15 mil pessoas visitaram as exposições nos dois anos em que o projeto foi realizado, de junho de 2010 a julho de 2012.
A exposição do Museu da Cidadania foi dividida em quatro estações: fauna e flora, onde ficavam animais taxidermizados (técnica de preservação da pele do animal); corpo humano e saúde, espaço que apresentava o esqueleto humano, protótipos que demonstravam o funcionamento dos órgãos humanos e microscópio; estação ecologia, onde ficavam o termômetro digital, medidor de pH (para avaliar a acidez da água) e um  decibelímetro (medidor sonoro); ciência da terra, onde era possível conhecer uma coleção de fósseis, um globo terrestre, além de amostras de petróleo, rochas, ouro.
A professora Beatriz conta que antes de chegar a cada cidade, a equipe - composta por 17 servidores, entre professores e técnico-administrativos, e 20 estudantes, entre bolsistas e voluntários - entrava em contato com seus gestores para conhecer a realidade do local. A cada visita era preparado material visando sanar ou amenizar alguma lacuna existente por deficiência de acesso à informação.
A doutora citou entre os exemplos a cidade de Confresa, onde faltava água com frequência. Os expositores do Museu, então, simularam em maquete como ocorre o assoreamento que provocava a seca do córrego do local. O material se juntou com outras peças de interesse do público como fósseis, telescópio e microscópio. Grande parte da população nunca tinha tido contato que esses objetos. A professora conta que uma criança se emocionou ao ver de perto o globo terrestre. “Ela ficou admirada ao saber que a China ficava do outro lado do mundo”, relata a professora, que completou dizendo que depois a pequena foi chamar a mãe para conhecer a “novidade”.
O Museu permanecia entre 2 e 5 dias em cada lugar. Abria pela manhã e encerrava parcialmente ao escurecer. No período noturno, eram projetados documentários para completar o ciclo de conhecimento e os visitantes podiam observar o céu pelo telescópio. Beatriz conta que, o acesso ao equipamento, assim como outros momentos, permitiu a quebra de mitos. “As pessoas olhavam no telescópio para se certificar que São Jorge não estava na lua”, lembra. Apesar de parecer um fato exagerado, ela revela que em cidades pequenas essas crenças ainda são comuns, mas que a população está aberta para o aprendizado.
A última etapa das visitas do Museu foi marcada pela premiação oferecida pela organização a alunos de escolas públicas que concorreram com projetos de pesquisa. Cada município podia enviar três projetos, que iam de trabalhos científicos a levantamentos teóricos sobre determinado assunto. Foram cinco premiados. O primeiro lugar ficou com Daniel Elias Pereira Vieira, do 8º ano, morador de Ribeirão Cascalheira, que criou um gerador de energia usando sucata.
Como prêmio, ele foi para São Paulo, acompanhado por sua orientadora, professora Rhane Rorigues Campos para conhecer a Estação Ciência, o Museu da Universidade de São Paulo (USP) e o aquário da cidade, no dia 10 de julho. Além de Daniel, Joabe da Silva Pereira Ancelmo e Thássio Jereissate Lopes Cruz Cirqueira – respectivamente, segundo e terceiro colocados - também estão classificados para participar da I Mostra de Iniciação Científica no Pantanal, que acontecerá no dia 17 de agosto, em Cáceres, com a apresentação de trabalhos desenvolvidos por estudantes da Educação Básica de escolas públicas e privadas.
A pesquisadora salienta que pretende dar continuidade ao projeto no ano que vem, a partir do segundo semestre. Para tanto, está em busca de financiamento.
Premiação
1º lugar - Construção de gerador de energia com peças recicladas. Autor Daniel Elias Pereira Vieira, 8º ano do Ensino Fundamental, de Ribeirão Cascalheira. Orientadora  Rhane Rodrigues Campos. Prêmio: viagem a São Paulo para visitar museus e centros de pesquisa.
2º lugar - Material alternativo como controlador de chama para usina térmica. Autor Joabe da Silva Pereira Ancelmo, 3º ano do Ensino Médio, de Canabrava do Norte. Orientador Israel Gomes da Luz. Prêmio: máquina fotográfica digital.
3º lugar - Peças e materiais alternativos para a construção de um catavento de bombeamento de água. Autor Thássio Jereissate Lopes Cruz Cirqueira, 3º ano do Ensino Médio, de Luciara. Orientador Carlos Alberto Lubsthinski Ganguilhet. Prêmio: aparelho de DVD.
4º lugar - Comparação da fauna de invertebrados em três ambientes do Vale da Serra, leste mato-grossense. Autor Juliano Backes, 8º ano do Ensino Fundamental – escola rural, de Nova Xavantina. Orientador Álan Chrisleyr Maracahipes. Prêmio: aparelho MP4.
5º lugar - Plantas medicinais: mitos e verdades. Autora Dayanne Almeida, 3º ano do Ensino Médio, de Confresa. Orientadora Cleuza Alves Oliveira. Prêmio: kit escolar (mochila e cadernos).

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