São mais de 23 mil desenhos e 44 mil fotografias, protótipos, manuscritos e outros documentos de Frank Lloyd Wright (1867-1959), considerado um dos grandes arquitectos da modernidade, que passam agora a estar na posse do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque e da Columbia University.
O arquivo foi adquirido em conjunto pelas duas instituições nova-iorquinas com o aval da Fundação Frank Lloyd Wright, que anunciou esta parceria na terça-feira, revelando que os milhares de documentos passam agora a pertencer às colecções permanentes do MoMA e da Columbia University com o objectivo de facilitar o acesso ao público, que já os poderá consultar no final do próximo ano.
Estes documentos estavam, até agora, espalhados pelas casas do arquitecto em Taliesin West, no Arizona, e Taliesin in Spring Green, em Wisconsin. Esta é a primeira vez que se reúne todo o arquivo.
Em comunicado, a Fundação Frank Lloyd Wright explicou que a Columbia University será o repositório de todos os documentos escritos, incluindo milhares de desenhos dos projectos de Wright, assim como fotografias das obras, correspondência profissional e pessoal, e entrevistas dadas pelo arquitecto. Já o museu vai integrar na sua colecção de arquitectura e design todos os trabalhos tridimensionais e todos os protótipos das obras de Wright, fotografias e modelos, assim como os modelos arquitecturais (muitos deles feitos para a exposição que o MoMA dedicou ao arquitecto em 1940).
“Esta administração conjunta e a preservação dos arquivos vai dar um novo impulso a publicações, exposições e programas públicos sobre o trabalho de Wright, permitindo que seja exposto no contexto de outros grandes modernistas do século XX”, lê-se no comunicado, que acrescenta ainda que esta parceria vai “maximizar a visibilidade e o valor da investigação para gerações de investigadores, estudantes e público”.
“A Fundação Frank Lloyd Wright leva a sério a sua responsabilidade de servir o bem público, garantindo a melhor conservação possível, acessibilidade e impacto de um dos arquivos mais importantes e significantes do mundo”, escreveu no mesmo comunicado Sean Malone, CEO da fundação.
A mudança do arquivo vai acontecer durante os primeiros meses do próximo ano, prevendo que esteja disponível ao público e a todos os interessados no final de 2013.
“Tendo em conta as forças individuais, recursos e capacidades da fundação, do MoMA e de Columbia, tornou-se claro que esta gestão colaborativa é de longe a melhor forma de garantir o maior impacto, o mais alto nível de conservação e o melhor acesso público”, acrescentou Malone.
Para a crítica de arquitectura Ada Louise Huxtable, autora da biografia de Frank Lloyd Wright, esta foi a melhor solução para evitar a dispersão de um arquivo tão importante não apenas para a arquitectura como para a arte e a história do século XX. “Não há lugar melhor do que Nova Iorque. É o centro da investigação e actividade”, disse Huxtable à Reuters.
“No MoMA, o trabalho de Frank Lloyd Wright estará em conversação com outros grandes artistas e arquitectos modernos como Picasso, Mies van der Rohe e Le Corbusier”, destacou, por sua vez, Barry Bergdoll, curador no departamento de Arquitectura e Design MoMA, acrescentando que com esta nova aquisição abre-se um novo capítulo para a apreciação do legado de Wright.
Mesmo com a mudança do arquivo para Nova Iorque, a Fundação Frank Lloyd Wright continuará a acompanhar todos os processos que envolvam os documentos, dando apoio às duas instituições. Ao mesmo tempo, continuará a preservar todas as obras e o legado do arquitecto como o tem feito até agora.
Frank Lloyd Wright foi responsável por 1141 obras arquitectónicas, incluindo casas, escritórios, igrejas, escolas, livrarias, pontes e museus. Deste total, segundo a fundação, 409 obras ainda estão de pé, como por exemplo, o Museu Guggenheim de Nova Iorque.
Frank Lloyd Wright com um modelo desenhado por si numa exposição no MoMA (DR/Fundação Frank Lloyd Wright)
fonte:http://www.publico.pt/Cultura/arquivo-de-milhares-de-documentos-de-frank-lloyd-wright-mudase-para-nova-iorque-1561801
fonte:http://www.publico.pt/Cultura/arquivo-de-milhares-de-documentos-de-frank-lloyd-wright-mudase-para-nova-iorque-1561801
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