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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Em PE, projeto estimula o ensino da cultura brasileira por meio de enigmas





Alunos da escola Cardeal Arcoverde, em Arcoverde, no sertão, em visita à FGF. (Foto: Gabriela Belém, G1 PE)
Na moradia onde viveu um dos maiores sociólogos, escritores, antropólogos e historiadores do País, um projeto vem estimulando a aprendizagem sobre a cultura, o meio ambiente e o folclore brasileiros para crianças e adolescentes de uma maneira lúdica. Desvendando enigmas e mostrando os benefícios de se trabalhar em equipe, o “Feras em Aula”, eleito pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) como um dos dez melhores projetos em ação educativa do Brasil, acontece, no Recife, na Casa Museu Magdalena e Gilberto Freyre, no bucólico e tradicional bairro de Apipucos.

“A ideia do projeto é que os adolescentes aprendam a respeitar as regras do jogo, entendam o que é o espírito de liderança, sejam estimulados a trabalhar em equipe e assimilem melhor a obra de Gilberto”, conta Jamille Barbosa, gerente editorial da instituição. Um ator contratado pela Fundação Gilberto Freyre (FGF) se torna um personagem fantasiado que conta a história da casa e da obra do antropólogo para os estudantes, divididos em duas equipes. Após as explicações, eles têm de responder a alguns enigmas, seguindo um mapa pelo sítio, que engloba árvores originais da Mata Atlântica e típicas da região da Zona da Mata pernambucana. Ali também se faz um trabalho de educação ambiental.
 

Vivenda Santo Antonio de Apipucos foi a escolhida para morar
por Freyre durante 40 anos. (Foto: Gabriela Belém, G1 PE)
Conhecida por “Vivenda Santo Antonio de Apipucos”, a residência reúne o patrimônio cultural, bens e acervos do criador de “Casa Grande & Senzala”, com o objetivo de estimular a continuidade dos seus estudos e de suas ideias, voltados para a compreensão e a interpretação da realidade social brasileira. Tendo como referencial a obra freyriana, crianças e adolescentes fazem um 'tour' pelo espaço de um hectare entre a casa, o sítio e o espaço cultural.
 

Biblioteca onde pesquisava o autor de "Casa Grande
& Senzala" (Foto: Gabriela Belém, G1 PE)
Tudo começa na casa museu, local escolhido por Gilberto Freyre para morar durante 40 anos, onde foi preservada a decoração original, com azulejos portugueses, peças de origem africana, pinturas de artistas famosos (como Di Cavalcanti, Francisco Brennand, entre outros), peças da arte popular brasileira, porcelanas orientais com prataria inglesa e portuguesa, além de um vasto acervo bibliográfico e de uma rica pinacoteca. A construção, reconhecida como casa-grande original do século 19 e reformada em 1881, abriga o conjunto de objetos colecionados, guardados e ordenados pela família Freyre.

Alunos da escola Cardeal Arcoverde, do município de Arcoverde, no sertão, em visita à FGF. (Foto: Gabriela Belém, G1 PE)






Acervo do casal está disponível para visitação
ao público. (Foto: Gabriela Belém, G1 PE)
Após serem revelados os enigmas, os adolescentes terminam a visita no espaço cultural da instituição, onde é feita a premiação da equipe vencedora.

“Com certeza a visita contribuiu bastante para o trabalho que vem sendo desenvolvido na escola sobre cultura africana e libertação dos escravos no Brasil. Há alguns anos realizamos um projeto sobre cultura afro-brasileira na nossa escola. Saímos de Arcoverde [no sertão de Pernambuco] para fazer esta visita. Fomos ao Museu do Homem do Nordeste[no bairro de Casa Forte, também no Recife] e depois trouxemos os nossos alunos para conhecer a Fundação Gilberto Freyre”, diz a coordenadora de projetos da escola Cardeal Arcoverde, Rosilda Campos.

A preservação do ambiente, exatamente como fora concebido pelo antropólogo, revela a formação de um acervo que testemunha a vida de Pernambuco, do País e de diferentes locais do mundo.

Lendinhas
Para crianças dos sete aos dez anos, a instituição também tem um projeto intitulado “lendinhas”, em que uma atriz vestida de professora passeia pela mata do local, contando as histórias brasileiras do Curupira, da Comadre Fulôzinha, do Saci e da Iara, por exemplo, sempre revestidas de ensinamentos para cuidar bem do meio ambiente.
 

Várias espécies da flora brasileira encontram-se no
ambiente de 1 hectare (Foto: Gabriela Belém, G1 PE)
No complexo florístico do sítio encontram-se mais de cem espécies nativas e exóticas de jaqueiras, mangueiras, cajueiros, pitangueiras, paus-brasis, palmeiras imperiais, oitizeiros, cajazeiros, bananeiras, viuvinhas, nuvens, entre outras árvores, hospedeiras de mais de 30 espécies de aves, que no sítio encontram abrigo e alimento, como canários, sanhaços, beija-flores, bem-te-vis e sabiás.

Os estudantes também podem encontrar mamíferos, como gambás, cuícas, morcegos, ratos silvestres e saguis; répteis e anfíbios, a exemplo de tejus, camaleões, calangos, sapos-cururu e jias-pimenta.

Gilberto Freyre se distinguiu em desbravar temas inéditos, inclusive sobre a natureza, estudando e valorizando a proteção e conservação da fauna e flora brasileiras.
Horário de funcionamento e visitas
As visitas monitoradas ocorrem das 9h às 17h. As escolas precisam telefonar com antecedência para agendar os horários. O público em geral também pode visitar o espaço no mesmo horário.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (81) 3441.2883.

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