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sábado, 8 de setembro de 2012

Escavações em Moitas revelam monumento pré-histórico


Escavações arqueológicas na freguesia de Moitas, em Proença-a-Nova, deixaram a descoberto a Anta do Cão do Ribeiro, monumento pré-histórico, construída há cerca de quatro mil anos, anuncia o município, nesta sexta-feira.



Os trabalhos decorreram em Julho e Agosto, terminaram na quinta-feira e deverão ser retomados em Outubro.

Foi a primeira escavação arqueológica numa das 95 antas inventariadas no concelho, refere a autarquia em comunicado.

A forma do monumento, «semelhante a um útero, virada para nascente, origina teorias de que por trás das sepulturas megalíticas estaria a crença no renascimento».

O campo arqueológico resultou de uma parceria entre a Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT) e o município de Proença-a-Nova.


A equipa responsável trouxe à luz do dia um monumento formado «pela câmara dolménica, corredor, átrio de acesso e aterro construído para cobrir a cripta, com uma massa que parece argila e será analisada pelo laboratório Hércules, na Universidade de Évora», adianta o município.

A anta tem uma forma "semelhante a um útero, virada para nascente", originando "teorias de que, por trás das sepulturas megalíticas, estaria a crença no renascimento", sublinha o comunicado da autarquia.
 
A equipa de especialistas encontrou também diversos objectos, como uma alabarda, uma arma antiga de cabo longo, e um pedaço de amuleto em xisto riscado, bem como uma grande quantidade de setas e lâminas. 
 
"Encontrámos também pedaços de cerâmica e hoje já são possíveis análises para perceber se há vestígios de gordura", que poderão indiciar um eventual uso na alimentação, explicou João Caninas, da AEAT. 
 
Os próximos passos do trabalho dos arqueólogos será a análise das peças, todas elas feitas de pedra ou barro cozido, dos seus desenhos e dos vários cortes feitos durante a escavação. O município pretende ainda reconstruir o que falta na anta e criar um circuito para a tornar perceptível, retomando-se depois o percurso pedestre em que está integrada.  
 
A equipa responsável pelas escavações contou com sete arqueólogos, incluindo voluntários e uma estagiária do mestrado de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. No campo estiveram também técnicos da Universidade de Évora e da Direcção Regional da Cultura do Centro.


Após a conclusão dos trabalhos, em Outubro, está prevista a sinalização no monumento pré-histórico no percurso pedestre em que está integrado.

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