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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Diálogo aberto entre os museus do Rio e de São Paulo


Exposição com obras do acervo do Museu Antônio Parreiras é inaugurada com disputadas filas na Pinacoteca do Estado de São Paulo


'Dia de mormaço' (1900), de Antônio Parreiras
'Dia de mormaço' (1900), de Antônio Parreiras  (Crédito: divulgação)
Filas concorridas em uma manhã ensolarada. Assim foi inaugurada, no último sábado, 6/10, a exposição Antonio Parreiras, pinturas e desenhos na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Boa parte dos quadros que integram a mostra faz parte da coleção do Museu Antonio Parreiras, fundado em 1842 como o primeiro museu dedicado à obra de um único artista no país. O intercâmbio entre as duas instituições faz parte do programa da Superintendência de Museus do Rio de valorização dos espaços culturais vinculados à Secretaria de Estado de Cultura.

Sob a curadoria de Ana Paula Nascimento, a exposição temporária é apresentada dentro do ciclo de atividades do projeto Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca de São Paulo. Com 20 trabalhos realizados entre 1887 e 1929, a mostra traça um panorama do artista que se manteve à margem das imposições clássicas do academicismo, sem se comprometer com os novos preceitos modernistas surgidos no Brasil nas duas primeiras décadas do século 20. Tal postura contribuiu, de certa forma, para mantê-lo em certo “limbo” da crítica póstuma e da historiografia moderna.

Intercâmbios de acervos geram novos conhecimentos

“Ele era um homem de temperamento impetuoso, mas de espírito livre. Foi, sobretudo, um paisagista empreendedor, com uma postura ambientalista à frente do seu tempo. Carregava o seu cavalete desmontado em uma mochila e saía para o meio do mato trabalhar”, conta Kátia de Marco, diretora do Museu Antônio Parreiras. “A exposição da Pinacoteca dá início a um projeto de comunicação para fazer circular o acervo do museu, atualmente fechado para obras”. Situado na antiga residência do pintor, em Niterói, o Museu Antonio Parreiras deve ser reaberto no próximo ano.

Como deixou registrado em suas memórias, Parreiras produziu ao longo de 55 anos de atividade artística cerca de 850 peças, hoje presentes em muitos museus brasileiros e também em coleções particulares. Além disso, chegou a comandar três ateliês na Europa. Esta é a segunda exposição do artista na Pinacoteca, que, em 1981, apresentou a retrospectiva Antonio Parreiras: pintor de paisagem, gênero e história.

Segundo a Superintendente de Museus, Mariana Várzea a difusão dos museus do estado do Rio de Janeiro é prioridade da atual gestão. “A política de intercâmbios de acervos e museus gera novos conhecimentos sobre a obra dos artistas e sobre a arte brasileira, além de renovar a importância dos museus para a cultura do nosso estado”, explica Mariana, que esteve presente na abertura da exposição, também prestigiada pelo ex-diretor da Pinacoteca e atual Secretário de Cultura de São Paulo, Marcelo Araújo.

Em cartaz até 3/3/2013, a exposição é uma oportunidade única para o público conferir um conjunto de cinco desenhos raramente exposto, com destaque para Cabeça de onça (1916), Salgueiros em dezembro (1917), Velhas casas em Sartene (1918) e Cabana Saint-Alpinien (1919). Repercutida positivamente nas principais mídias da capital paulista, a exposição ainda promove encontros com especialistas sobre a obra de Parreiras.

Colaboração de Camila Lamha

fonte:
http://www.cultura.rj.gov.br/materias/dialogo-aberto-entre-os-museus-do-rio-e-de-sao-paulo

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