Ouvir o texto...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Pesquisa mede reacções físicas para avaliar efeitos da arte


O envolvimento de um visitante de museu com uma obra de arte não está previamente determinado pelo seu conhecimento do mundo artístico. A conclusão é de um estudioso de cultura alemão que mediu electronicamente quais as obras que chamavam a atenção dos visitantes e como eles eram afectados emocionalmente por elas.


O estudioso Martin Tröndle também descobriu que os visitantes solitários geralmente passam mais tempo a olhar para obras de arte e experimentam mais emoções.

Tröndle e os seus assistentes equiparam 576 voluntários com uma luva dotada de funções GPS para acompanhar os seus movimentos pelas galerias do Museu de Arte de St. Gallen, na Suíça, durante dois meses, a partir de Junho de 2009.
Sensores nas luvas mediam sinais físicos das reacções emocionais, como o ritmo dos batimentos cardíacos e o suor na palma das mãos. Mais tarde, os voluntários responderam a perguntas sobre onde haviam passado mais tempo e os sentimentos provocados por determinadas obras.
Tröndle descobriu que parecia haver pouca diferença de envolvimento entre os visitantes com bom conhecimento de arte e «pessoas que são engenheiros e dentistas». Ele disse que os artistas, críticos e directores de museus geralmente concentram-se numa obra em cada sala, enquanto os visitantes com curiosidade e interesse moderados tendem a passar de obra em obra e ler os painéis de texto. «Poderíamos quase dizer que o conhecimento torna-nos ignorantes.»
Tröndle disse que o seu estudo, apoiado pela Fundação Nacional de Ciência da Suíça, estabeleceu pela primeira vez que «existe uma forte relação entre experiência estética e funções corporais».
Ele definiu o estado de uma pessoa afectada pela arte como uma sensação de imersão na obra e concluiu que é melhor visitar museus sem companhia.
Os visitantes tendem a sentir-se mais estimulados por esculturas que impediam o seu progresso pelas galerias. «As pessoas querem tropeçar na arte», disse.
Alguns especialistas desconfiam dessas conclusões. «Essa tecnologia é muito nova», diz Paul C. Ha, director do Centro List de Artes Visuais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. «Ainda não sabemos o que temos.»

fonte:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=601337

Nenhum comentário:

Postar um comentário