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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pinguins, tartarugas e lobos-marinhos retornam ao mar


Depois de reabilitados no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), do Museu Oceanográfico da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), na manhã desta segunda, 5, pinguins, quatro tartarugas-verdes e quatro lobos-marinhos, foram reintroduzidos em seu ambiente, o mar. Eles foram liberados na beira da praia do Cassino, passando a localidade de Querência, por volta das 10h. A operação para a soltura começou às 8h, quando os animais foram divididos e colocados em um caminhão do Grupamento de Fuzileiros Navais, em uma camionete do 2º Pelotão Ambiental e em uma camionete do Museu Oceanográfico, para o transporte desde o Cram, localizado no centro de Rio Grande, até a orla.
 
São todos animais que foram encontrados nas areias das praias do litoral Sul durante monitoramentos feitos por técnicos do Cram, de projetos desenvolvidos pela Furg e do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema). As tartarugas-marinhas, incluindo uma sem uma nadadeira, foram as primeiras a serem soltas e algumas precisaram de ajuda para chegar mais rápido ao mar. Depois foi a vez dos lobos-marinhos, que logo estavam entre as ondas. Por último, foram liberados os pinguins, os quais seguiram rápido e em grupo para a água. Pouco depois, já estavam distantes da orla. Os pinguins agora devem seguir para suas colônias de reprodução na Patagônia argentina e chilena.
Ainda permanecem no Cram dois pinguins, que estão em processo de mudança de plumagem, sendo um sem uma nadadeira; quatro tartarugas, três da espécie verde e uma da cabeçuda, todas juvenis, e dois lobos-marinhos. Os dois lobinhos estão com pneumonia e parasitose, desidratados e fracos. Das tartarugas, uma está com pneumonia, duas estão em tratamento por ingestão de lixo e uma tratando uma nadadeira que foi estrangulada por uma rede. O veterinário Pedro Bruno, do Cram, acredita que esta última não irá perder a nadadeira, pois a rede que a estrangulava foi retirada e ela está sendo tratada.
Já das tartarugas liberadas, três estavam no Cram por terem ingerido lixo e uma, que não tem uma nadadeira, por ter sido encontrada fraca e desidratada. Este animal, segundo Pedro Bruno, esteve duas vezes no Cram este ano. Primeiro ficou três meses em tratamento, recuperou-se e foi liberada. Quinze dias depois, foi encontrada novamente na beira-mar e levada para o centro, onde ficou mais uma semana em tratamento e ontem foi reintroduzida ao mar. O veterinário explica que essas tartarugas se adaptam bem sem uma nadadeira, mas têm mais dificuldades de enfrentar algumas situações, como as de ressacas.
Os pinguins soltos ontem estavam em tratamento por causas variadas, sendo que alguns chegaram ao Cram sujos de óleo, e os lobinhos pelos mesmos motivos dos que continuam no centro. O diretor do Centro de Recuperação e do Complexo de Museus da Furg, Lauro Barcellos, observa que essas operações para liberação são importantes porque provocam reflexão. Ele destaca que o homem tem que parar de poluir o mar. "Precisamos nos mobilizar pela preservação da vida marinha e conscientizar as populações quanto à importância do mar para a vida na Terra", ressaltou. 

Lauro Barcellos disse que este trabalho é extremamente importante para todos porque é resultado da cooperação e parceria da Furg com a Marinha, Pelotão Ambiental, Fundação Cidade do Rio Grande, técnicos do Cram, voluntários, estudantes, empresas que fornecem o alimento para os animais e Petrobras, que mantém o centro. "Somente com esta cooperação é possível realizarmos um trabalho em favor dos 600 animais que são reabilitados anualmente pelo Cram", salientou Barcellos.




fonte:
http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=3&n=35567

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