Mostra em Campinas apresenta as coleções de arte do professor Rogério Cerqueira Leite, um dos maiores acervos privados do País
Uma viagem pelos caminhos de duas culturas fortes e decisivas na formação da humanidade: África e América. Esta é a proposta da exposição "Memória e Altar" que reúne coleções de arte
africana e da América pré-colombiana de um dos maiores acervos privados
existentes no país, criado pelo professor Rogério Cezar de Cerqueira
Leite ao longo de muitos anos de dedicação e pesquisa. A mostra começa
nesta quarta-feira, dia 25 de abril, e se estende até 25 de junho, na Galeria de Arte da CPFL Cultura, promovida pela CPFL Energia e Ministério da Cultura. A entrada é gratuita.
São
mais de 400 peças, entre esculturas, máscaras, objetos de materiais e
tamanhos variados (madeira, marfim, bronze, entre outros, de seis
centímetros a 1, 70 metro), com curadoria de Marcos Tognon (professor de
História na Universidade Estadual de Campinas) e Renata Sunega
(arquiteta e historiadora da arte). O acervo foi cedido em comodato pelo
colecionador à Unicamp para ser utilizado,
futuramente, em projetos educacionais. Em novembro, parte do acervo
africano será exposto na Pinacoteca, em São Paulo.
“Durante muitos
anos, o professor Rogério foi adquirindo essas peças que resultaram
numa coleção importante, que faz um mapeamento amplo de várias etnias da
África e da América”, afirma a curadora Renata Sunega, destacando,
ainda, o ineditismo da exposição, pela primeira vez aberta ao público na
sua totalidade.
Segundo a curadora, em um mesmo espaço, a
estética dialoga com o religioso através de relicários, peças em
cerâmicas e esculturas com os significados dos cultos africanos e
ameríndios.
Na coleção africana, destacam-se peças da Costa do
Marfim, Nigéria, Camarões, Congo, Gabão, Senegal, Angola, BurkinaFaso,
Senegal, Tanzânia, Etiópia, entre outros países. O conjunto permite a
contemplação de exemplares provenientes de povos com os Dan, Baolé,
Anang, Yoruba, Bulu, Moba, Pende, Bantu, Pumu, Fang, Dogon e Sakuma,
informa a pesquisadora Renata Bittencourt, pesquisadora e gerente de
Educação Cultural do Itaú Cultural.
”Falamos de um acervo
brasileiro que é valioso sobretudo por se constituir em uma amostra
significativa da arte africana. Esta deveria ou poderia nos ser mais
familiar, já que como brasileiros gostamos de pensar que a África se faz
presente entre nós, ou melhor dizendo, em nós. No entanto, a herança da
diáspora negra em nosso território, povoado de orixás, não nos
garantiu, de modo geral, a familiaridade com essa tradição artística”,
reflete a pesquisadora.
No recorte da coleção pré-colombiana, o
público terá oportunidade de conhecer, através dos artefatos, povos
indígenas que viveram na América antes da chegada dos primeiros
colonizadores, suas sociedades e religiões. “À época do contato com os
europeus, muitas civilizações americanas já eram milenares, tendo
passado por momentos de auge e de colapso, portanto, tiveram uma
trajetória histórica como qualquer outra sociedade historicamente
conhecida”, informa o professor Alexandre Navarro, do Centro de Ciências
Humanas, da Universidade Federal do Maranhão.
Navarro destaca,
entre outras, as cerâmicas, com acurada técnica de elaboração da
sociedade tapajônica, modelado com representações de pássaros,
serpentes, jacarés, morcegos e outros mamíferos que compunham seu
panteão religioso.
Para que o público, de modo geral, possa não
somente apreciar, mas agregar valores ao seu conhecimento, serão
promovidas visitas monitoradas, e um projeto educativo junto às unidades
de ensino com conteúdos específicos aos alunos e professores.
Serviço:
Exposição: "Memória e Altar" - Coleções de Arte Africana e Pré-Colombiana de Rogério Cezar de Cerqueira LeiteLocal: Galeria de Arte da CPFL Cultura. Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, bairro Chácara da Primavera - Campinas. (19) 3756-8000
Data: de 25 de abril a 25 de junho
Horário de funcionamento: de terça-feira a sábado, das 10 às 18 horas. Aos domingos, das 10 às 16 horas. Até as 22 horas nos dias de programação de outros eventos na CPFL Cultura
Agendamento de grupos: por telefone, de terça à sexta, das 10 às 17 horas
Entrada: gratuita
Fonte: assessoria de imprensa