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domingo, 28 de outubro de 2012

Repórter Mirante viaja no tempo com visita a museus de São Luís


Programa retrata história, arte e cotidiano do povo maranhense. Saiba mais no Repórter Mirante deste sábado (27).


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Fragmentos de uma história guardada por séculos. O Repórter Mirante deste sábado (27) faz uma viagem no tempo ao visitar três museus de São Luís.
O Museu Histórico e Artístico do Maranhão mostra a o retrato da aristocracia maranhense dos século XVIII E XIX, revelando seu modo de vida e suas particularidades. A religiosidade da população do Estado, por sua vez, é preservada no Museu da Arte Sacra, com imagens de séculos atrás.
E na Cafua das Mercês, grilhões e pelourinhos são os símbolos de uma história de lutas e conquistas de um povo que, mesmo escravizado, conseguiu manter sua identidade.
Assista a íntegra do Repórter Mirante no vídeo.

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Museu no Espírito Santo expõe produção do arquiteto Paulo Mendes da Rocha


Mostra apresenta seis décadas de trabalhos onde se destacam o engajamento social e a poética do espaço que lhe renderam o Prêmio Pritzker em 2006


Na Enseada do Suá, o confronto monumental entre a natureza e a arquitetura, numa área de 32 mil m². Um complexo cultural suspenso do solo a partir do qual os frequentadores terão vista livre da paisagem de Vitória. Cenário que o autor do projeto, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, nascido na cidade, filho de um engenheiro de portos, conhece desde sempre.

Criado com a ambição de se tornar referencial no País, o Cais das Artes está 43% pronto e tem previsão de abertura pelo Estado para 2014. É uma de suas principais obras em andamento. Terá museu com espaço expositivo de 3 mil m², teatro multiuso para 1.300 pessoas e uma praça. 

Perto dali, no Museu Vale, na vizinha Vila Velha, outros 20 projetos de uma vida inteira estarão expostos a partir de sexta-feira para o público. A mostra Paulo Mendes da Rocha: A Natureza Como Projeto, com curadoria do crítico de arquitetura Guilherme Wisnik, tem entre os destaques projetos em que fica evidente a ação da técnica sobre a geografia, mais especificamente, as águas, e o redesenho da paisagem natural.


 


Nem todos foram construídos, apesar de terem a assinatura de um dos arquitetos brasileiros fundamentais, nome de destaque internacional há décadas e dono de um Prêmio Pritzker - o Nobel da área foi concedido no Brasil apenas a Oscar Niemeyer, seu amigo. 

Mesmo estes estarão na exposição, em maquetes, por conter ideias poderosas, ainda que possam parecer utópicas aos mais céticos. Como a Cidade do Tietê, de 1981, proposta de construção de uma cidade-porto que integre as redes de transporte rodoviárias e ferroviárias e componha um sistema capaz de sustentar o desenvolvimento econômico da cidade, chegando tanto à região amazônica quanto ao Sul.

E o projeto de reconfiguração da Baía de Montevidéu, de 1998, que, realizado durante um seminário internacional de trabalho na Escola de Arquitetura da capital uruguaia para o qual Mendes da Rocha foi convidado, busca resolver o problema de uma baía rasa sem uma interlocução proveitosa com a cidade. 

Ele pensou numa baía que fosse incorporada pela população, servisse ao transporte de massa, aliviando o tráfego, com porto ampliado e uma praça movimentada - quase uma Veneza ao sul das Américas. O mais importante: a capacidade de ligação fluvial com o Brasil, chegando até o Norte. Uma questão cara ao arquiteto, como mostra o vídeo que abre a exposição.

"Há muito o que se fazer em termos de navegação interior na América. Estamos muito atrasados. Isso implicaria a paz no continente. O sistema Tietê-Paraná-Uruguai com pequenas obras poderia se interligar com o Tocantins-Araguaia", ele explica. 

"Esse horizonte do que temos que fazer é muito esperançoso para os estudantes. Queria que eles se entusiasmassem com essa visão, e não simplesmente com edifícios de apartamentos para vender. É o futuro da arquitetura. É interessante essa visão estratégica da arquitetura sobre a dimensão do próprio território. E não somente viga, pilar, arco, porta, sala, corredor, cozinha e banheiro."

A fala de Mendes da Rocha - 84 anos amanhã, antítese do arquiteto superstar da era das obras espetaculares - exprime o entendimento do ofício que exerce desde 1954, quando se formou pela Universidade Mackenzie: a supremacia da ideia sobre a imagem, o desprezo pelo supérfluo, a preocupação com o social. 

"Ele recusa a valorização da arquitetura enquanto imagem, a promoção do ego, tem uma ética da singeleza. A exposição foi pensada para transmitir ideias", conta o curador.

Os visitantes verão as obras mais conhecidas, como as oriundas dos concursos vencidos nos anos 1950, 60 e 80: o Ginásio do Clube Atlético Paulistano, o Pavilhão do Brasil na exposição universal em Osaka, o Museu da Escultura. 

São construções em que racionalidade e lirismo se coadunam. Como no Cais das Artes. "Espero que seja um teatro comovente, para você ver e ouvir espetáculos e depois comentar nesse salão que cumprimenta os navios", diz o autor, que, a despeito da idade, não mudou a rotina de trabalho diário no escritório do centro de São Paulo, sua cidade desde os anos 1930. 

"Arquitetura faz muito bem à saúde, você imagina que está realizando os desejos dos outros. O Oscar é 20 anos mais velho do que eu e é incrível a lucidez. A arquitetura dele é como um tesouro guardado para se ir descobrindo aos poucos", equipara.

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Zurique oferece um abrigo à arte contemporânea


Centro econômico da Suíça, a cidade se impõe como capital da arte contemporânea no país. O novo centro Löwenbräukunst é uma verdadeira vitrine para galerias, museus, editoras e livrarias. 
O desaparecimento de dezenas de milhares de empregos na indústria nas décadas de 1970 e 1980 teve consequências graves em muitas cidades europeias. Zurique não foi nenhuma exceção. Em Oerlikon, na região norte da cidade, fábricas de todos os tamanhos foram fechadas.
Hoje, essas áreas são chamadas de “Neu-Oerlikon” e “Zürich-West”, para a região oeste da metrópole suíça, e estão cobertas de edifícios modernos. Para a conselheira municipal (executivo) ecologista Ruth Genner, essas regiões são como “borboletas após a metamorfose.”
Genner classificou assim as mudanças que a cidade vem passando por ocasião do lançamento do festival “Art and the City”, em junho, e uma primeira apresentação da “Löwenbräukunst”, o centro de arte contemporânea que reabriu suas portas após dois anos de reformas.
A arte invadiu a “Zürich-West” em meados dos anos 1980. As primeiras galerias puderam aproveitar o imenso espaço deixado pelas fábricas vazias para expor suas obras de arte e instalações. Foi em uma antiga cervejaria, a “Löwenbräu”, que se instalaram, em 1996, a Kunsthalle, o Museu Migros de Arte Contemporânea e diversas galerias de arte.
Tradição
“Nos anos 90, o número de galerias aumentou em todos os lugares, não apenas em Zurique”, diz Claudia Jolles, editora da revista suíça “Kunstbulletin”. Mas Zurique pôde contar com uma tradição. “Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos negociantes de arte se instalaram na cidade. O crescimento da praça artística não é um fenômeno repentino”, acrescenta.
De acordo com a especialista, o centro Löwenbräukunst desempenha hoje um papel pioneiro. “O fato de ter museus e galerias no mesmo lugar é único e representa uma vantagem decisiva para os compradores internacionais, especialmente porque o aeroporto é muito próximo”, diz.
Apesar de ter sido lançado por particulares, o projeto também contou com uma participação ativa da prefeitura que se engajou em uma segunda fase em prol da “economia artística e criativa”, que pesa 7,7% do PIB da cidade, contra 4,2% no nível suíço. “Queremos dar um novo equilíbrio para a cidade, não só para garantir a infraestrutura, mas também uma aparência a sua vida artística”, explicou Ruth Genner.
Mecenato externo
O centro de arte contemporânea de Zurique também pôde contar com a ajuda decisiva de Maja Hoffmann, da Basileia, e de sua fundação Luma, que colocou à disposição seu espaço e oferecerá, entre outras coisas, subsídios para curadores.
Segundo alguns conhecedores do ramo, a mecenas levou para Zurique o modelo chamado de “Basileia”, um mecenato privado, discreto e disposto a assumir riscos, enquanto o patrocínio de Zurique é tradicionalmente associado a empresas e mais focado em valores sólidos.
“A presença simultânea de galerias e museus permite criar novas dinâmicas. Ela também dá uma cara de cidade cultural para Zurique. Além disso, a diversidade diminui a apreensão bem conhecida do público que visita museus, mas sente um pouco de desconforto em entrarem umagaleria”, explica Claudia Jolles.
Concorrência
A combinação de valores seguros entre galerias e instituições internacionais encontra um paralelo na arquitetura, onde o antigo e o moderno se encontram harmoniosamente.
As outras galerias da cidade poderiam sofrer com a atração do novo centro? “Pelo contrário, haverá mais visitantes em toda parte! Zurique é feita de muitos microcosmos e do dinamismo que vem geralmente do meio ‘off’. Este círculo não acabou só porque alguns dos atores se instalaram. Ele está sendo constantemente renovado”, responde Claudia Jolles.
Se considerando como um dos atores do meio “sauvage” que acabou se “estabelecendo”, a 5 minutos do novo centro, o galerista Mark Müller decidiu não alugar um espaço no Löwenbräukunst. “Além do preço dissuasivo do aluguel, eu prefiro manter uma certa distância, os visitantes não vêm até mim por acaso. Mas todos são beneficiados pelo Löwenbräukunst”, diz.
Outros centros artísticos da Suíça, como Genebra e Basileia, reconhecem a posição de liderança de Zurique no mercado de arte contemporânea. “O engajamento do setor privado, que não fica esperando o governo tomar conta de tudo, certamente desempenha um grande papel em Zurique”, observa Katie Kennedy Perez, da galeria Phillips de Pury & Company, de Genebra. “Mas as sinergias criadas pela colaboração entre instituições e particulares, como também acontece Genebra, são certamente muito benéficas”, acrescenta.

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