"Cada museu está procurando por este 'Santo Graal', a mistura de
tecnologia e arte", disse David Franklin, diretor do Museu de Arte de
Cleveland, em Ohio, durante uma visita a uma galeria no andar térreo, na
qual uma tela sensível ao toque oferece nova maneiras de se perceber
pinturas e esculturas. Nas últimas semanas, ele conduzia delegações de
museus rivais pelos corredores da instituição, e agora espera ser
"plagiado, imitado e copiado".
"No mundo dos museus, todos estão com os olhos voltados para Cleveland",
disse Erin Coburn, uma consultora de instituições artísticas, que já
trabalhou no J. Paul Getty Museum, de Los Angeles, e no Metropolitan
Museum of Art, de Nova York. Ainda que outros museus tenham feito
experiências com tecnologia interativa, o que vem sendo feito em
Cleveland não tem precedentes, disse ela. "Eles criaram um padrão para
os outros museus seguirem."
Durante a visita, David Franklin fica de pé, em frente a maior tela
sensível ao toque dos Estados Unidos, com 12 metros de largura, que
exibe imagens de todas as 3.000 obras de arte em exposição no museu.
Quando um visitante toca na tela, a imagem é expandida e são mostrados
objetos de arte do mesmo tema. Ao tocar em um ícone da tela, o visitante
pode, ainda, transferir imagens daquele objeto de arte para o seu iPad
--que pode alugar no museu por cerca de US$ 5 por dia--, criando uma
lista de obras favoritas.
A partir dessa lista, o usuário pode fazer uma visita personalizada pelo
museu, que pode compartilhar com outros visitantes. Até o momento, mais
de 200 visitantes já fizeram seus passeios particulares.
Com o aplicativo, o usuário pode acessar informações de apoio sobre as
obras do museu. "Ninguém mais precisa andar pelos corredores segurando o
catálogo da exposição, se quiser entender o que está vendo", disse
Franklin. Em alguns casos, o aplicativo disponibiliza a imagem de uma
tapeçaria, por exemplo, instalada em um ambiente relacionado à obra,
dando uma ideia mais completa do que se o objeto simplesmente estivesse
pendurado em uma das paredes do museu.
Quando Franklin, então curador da National Gallery, do Canadá, foi
convidado para dirigir o museu de Cleveland, em 2010, o projeto inicial
de expansão, desenvolvido pelo arquiteto Rafael Viñoly para a chamada
Galeria One, era estimado em US$ 350 milhões.
Na época, houve uma preocupação de que que os visitantes optassem por
ter acesso às obras de arte sem ter que sair de casa --og que poderia
comprometer a receita do museu. Por isso, Franklin optou por não fazer
parte do Google Art Project, aplicativo que oferece imagens em alta
definição de importantes objetos de arte on-line.
Agora, com a Galeria One funcionando a pleno vapor, o museu tem planos
de introduzir aplicativos para Android e estuda outras inovações
digitais.
video e fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1250292-tecnologia-e-criatividade-transformam-visita-a-museu-nos-estados-unidos.shtml
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