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sábado, 13 de abril de 2013

MUSEO ENRICO POLI- LIMA, PERU


Uma das dicas de nosso amigo Jean Edouard Thro ( ele esta finalizando seu livro LOVE LIMA) , foi conhecermos a maior quantidade de obras particulares da cultura Peruana com artefactos unicos que não iriamos encontrar em nenhum outro museu. 

 Explicou-nos do reconhecimento dado pelo Governo Fujimori ao Sr. ENRICO POLI e que a coleção se encontra na residência do Proprietário, que transformou o local em um museu único, que as visitas são monitoradas por guia ( o próprio proprietário ou pelo seu filho) e para grupos fechados de no máximo 5 pessoas.

Como adoro dicas valiosas ...fomos conhecer. Tudo começa pelo modo inusitado de se comprar os ingressos. Mas em nossa próxima ida quero conhecer o Museu do Oro e outros que nos foram indicados. 

Primeiro faz-se uma ligação diretamente ao proprietario Sr. Enrico Poli ( telefone: 4222437 ), este lhe fornecerá o dia e horário disponivel ... e da necessidade de pagamento antecipado ( 250 soles por pessoa). Assim após fazermos a reserva, nos dirigimos para o local para a aquisição do ingresso e orientações finais ( não é permitido atraso). Como o grupo é fechado (5 pessoas) Luiz presenteou nosso motorista (do taxi que fretamos) com um convite para nos acompanhar na visita ao Museu.











Em um tranqüilo bairro residencial conseguimos localizar a residência ( situada na Rua Lord Cochrane numero 466, bairro Miraflores) que em nada lembra um museu, assim você poderá passar despercebido em sua frente...não há placa indicativa. 

O proprietário lhe atenderá e após um rápido dialogo e pagamento dos ingressos, repassara as instruções de que não há tolerância para atrasos e que não será permitida nenhuma foto ou filmagem.

Dois dias depois com antecedência , estávamos em frente a residência e exatamente as 16h o portão se abre e somos recebidos pelo Sr. Enrico Poli... em nosso grupo ( eu, Luiz Antonio, nossos amigos Sadi e Rosangela ), contamos com a presença de nosso simpático e prestativo motorista ( que assim como nós se encantou com tudo que viu e ouviu, e que nos contou irá retornar com seus filhos e esposa, pois nunca aprendeu tanto da história de seu povo) . 

Após as devidas apresentações o Sr. Enrico nos leva para o Hall de entrada de sua casa e meu primeiro de muitos OHH se faz presente...e uma maravilhosa aula de História se inicia. 

Este aproveita a oportunidade para falar se sua origem italiana, que chegou em 1950 ao peru e que quando vivia nos Andes conheceu a essência deste passado, de uma civilização que estava sendo esquecida e antes que ela desaparecesse veio a idéia de montar uma coleção, que começou apenas voltada para o passado índio mas foi-se ampliando. Usou recursos próprios para adquirir no mercado peças que encontrava,andou por todo Peru, sua casa familiar foi sendo então ocupada pelos objetos e a família aprendendo a conviver com eles. Hoje família, casa e coleção são um todo indissolúvel.

Um Peruano de alma e sangue...mais que um apaixonado, um defensor como poucos de uma cultura rica e intrigante...que briga para defender este Patrimônio Nacional que foi levado para muitos Países . Sua coleção é conservada com muito carinho, e é seu desejo poder um dia expor seu acervo MARAVILHOSO ao povo Peruano.



Você terá acesso a obras desde 2000 a.C até o inicio da Republica 1700 a 1800.



Lembro que cada obra é explicada com detalhes, tornando assim um momento único de conhceimento. Há peças de cerâmica , tecidos, objetos de metal, madeira, quadros, moveis, esculturas, altares, jóias, peças religiosas, indumentária religiosa, esculturas desde 1.500 a.C, 1.200 a.C, altares do século XVII; esculturas em alabastro ou pedra de Huamanga dos séculos XVII e XVIII;esculturas feitas de cactos ou de maguey pois não há arvores nos Andes e em lima; uma armadura inca sendo que uma igual se encontra no Museo de las Américas em Madri ( explicou-nos que no mundo andino tudo era feito em dupla, pois para se ter vida há que se ter um companheiro e formar um par), moveis onde seu funcionamento me lembrou o filme código da Vinci.

E encontrará algo único ... as trombetas em ouro descobertas em 1974 em Pacatnamut em uma tumba de um sacerdote. Sobre elas Enrico Poli acredita que este sacerdote de Pacatnamut representaria a energia do pensamento e o som emitido pelas trombetas seriam a representação da voz da vida; e que o índio venerava o cosmos e assim os metais adquiriam poderes sobrenaturais...ouro igual energia, prata igual a água, e o cobre dourado.
Em sua sala pinturas até o teto, e ele nos explica obra a obra o que foi retratado pelo artista e a maneira que estes administravam a cultura peruana com a religião católica. Me encantei com as telas do nascimento de Nossa Senhora ( alias nunca havia visto em nenhum museu ) . Em seu pátio interno (jardim) me encantei com as muitas igrejas em cerâmica, e qual a minha surpresa quando este me explica a representação delas para o povo peruano.
Explicou-nos sobre Pizarro e que os índios pensaram ser ele um novo deus desconhecido para eles, sendo então Pizarro o primeiro invasor que se apropiou de um tesouro milenar...e pior foi imposto um novo deus que impôs o aniquilamento do que havia começado a mil anos antes quando se criou e se multiplicou os primeiros deuses desta cultura que foi o sol, a lua, os astros, a terra, rios, mares ... a natureza.
Me encantei com os ornamentos em ouro e prata, colares enormes com trabalhos que encantariam os estilistas...havia um em ouro onde 20 peças reproduzindo o cacau; explicou-nos que o fruto do cacau entre os antigos povos equivalia simbolicamente ao coração humano, assim como o chocolate ao sangue.

RECOMENDO ESTA VISITA , foram as duas horas mais rápidas e com a melhor aula de historia de civilização que com certeza terá em você um aproveitamento nota 10.

“El Peru es mucho más que um cúmulo de huacos , de bellas e imponentes Ruinas (otrora templos); es vida. Como vivimos hoy, más parece ser que El pregonado amor por El no ES tan auténtico y eso dificulta El tránsito.
Ahora ya no hay uma verdadera comunión tierra-hombre.
Los hombres no son los mismos, no son engendrados ni paridos por los mismos Andes, no entiendem a esta tierra. Así creo que hay que cuidar esse imenso tesoro de vidas, vidas que El pasado contiene y que para conocerlas hay que soriendo mirar al infinito y sentirlas hasta oír que nos hablan, que nos enseñan a verlas u escucharlas. “ ( Enrico Poli).

fonte: 
http://viajandocomluizemonica.blogspot.com.br/2013/04/museo-enrico-poli-lima-peru.html



As fotos que constam neste post foram retiradas do livro adquirido no Mus
eo Enrico Poli, pois não se permite fotografias e  filmagem .

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