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domingo, 14 de abril de 2013

MUSEUS E AFETO: O QUE ELES TÊM EM COMUM?

Lançamento do Reprograme, livro organizado por Luis Marcelo Mendes, apresentou uma nova proposta para o futuro dos museus



Luis Marcelo Mendes

O convite foi feito: reprogramar sua concepção de museu! E o público não só compareceu em peso no lançamento do livro Reprograme na quinta-feira, 04/04, no Museu das Minas e do Metal (MMM), como comprou a ideia de pensar museus de uma forma diferente. Luis Marcelo Mendes, organizador do livro que conta com cases nacionais e internacionais de museus que se transformaram na era da informação, veio a Belo Horizonte e falou para uma plateia de mais 100 pessoas sobre o livro que é “uma rede de pensamentos sobre comunicação e museus”, como ele mesmo definiu. Para uma troca de ideias e debate com o jornalista, foram convidados ainda Alysson Lisboa, especialista em comunicação digital interativa e professor do UniBH, e Ana Paula Gaspar, coordenadora de comunicação digital e mídias sociais do MMM. Gaspar ainda coordena a Rede MMM, rede social própria do Museu, pioneira no Brasil, que abriga mais de 900 conteúdos postados por alunos, professores e visitantes do Museu das Minas e do Metal, que expandem a visita ao Museu por meio da rede. A Rede MMM é um dos cases do livro Reprograme e atualmente conta com cerca de 900 usuários.



Ana Paula Gaspar e Alysson Lisboa também foram convidados para o debate sobre novas tendências de museus durante o lançamento do livro

Luis Marcelo Mendes abriu a discussão falando da mudança dramática da noção de constituição de museus atualmente. Segundo ele, “museu não é mais lugar de coleção”. Outra provocação feita pelo especialista foi a possibilidade de se pensar estrategicamente em branding e cultura. “É perfeitamente possível aliá-los. Todo museu deveria se entender como prestador de serviço e entender seus visitantes como clientes. Por que não?”, indagou Mendes.

Gestão do Afeto

Luis Marcelo ainda lançou um novo conceito de gestão para os museus se reinventarem na era da informação: a gestão do afeto. “Existem cerca de 55.000 museus ao redor do mundo e não é o dinheiro que os move, embora ele seja importante. É o afeto que move as pessoas. A experiência conjunta e o compartilhamento dos momentos estão intrinsecamente ligados ao afeto das pessoas com esses lugares”, explicou Mendes, que ainda acrescentou que cerca de 1% do total desses museus no mundo, aproximadamente 550, estão inseridos nesta nova tendência: museus que integram tecnologia como recurso em suas exposições e dialogam de forma diferenciada com seu público.



Mais de 100 pessoas lotaram o auditório do MMM para participar do lançamento do Reprograme

O especialista citou exemplos de pessoas e museus que mobilizaram comunidades e recursos em prol de um objetivo, como foi o caso da artista Amanda Palmer, que, por meio de um crowd-fundingtinha a meta de arrecadar 100.000 dólares para lançar seu álbum solo e acabou arrecadando mais de 1 milhão de dólares. Ou ainda do MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York), que ofereceu abrigo, energia elétrica e apoio às comunidades, museus e galerias atingidos pelo furação Sandy, ocorrido em outubro de 2012. “É preciso possibilitar a troca de experiências e ideias. A possibilidade de se comunicar com uma ideia é melhor do que tudo e dita a profundidade da relação. Isso é gestão do afeto, é a construção de um relacionamento com a comunidade, é ajudar as instituições a criarem esses laços fortes. É o que o MoMA faz com sua marca, que vocês podem chamar de brandingtambém, se preferirem”, definiu.



O público pôde interagir com Luis Marcelo Mendes e com os convidados: momento de reflexão foi bastante elogiado

Fotos: Acervo MMM

A professora Beatriz Magalhães trouxe sua turma de alunos de Turismo, da PUC Minas, e defendeu, durante o debate, que os museus estejam a serviço da comunidade. “Qual é a razão de existir de um museu se não for para estar a favor da comunidade? Esse deve ser o papel dos museus e isso precisa ser comunicado, pois você só tem afeto pelo que você conhece”, opinou a professora. Vários estudantes de Museologia que estavam presentes elogiaram o encontro proposto pelo MMM e a importância da participação dos jovens para discutirem os museus do futuro, o que foi endossado por Luis Marcelo Mendes. “Gostaria de parabenizar pela palestra e principalmente pelo foco no tema gestão de afeto”, comentou o estudante universitário, Marcos Alves, por meio da pesquisa de opinião. Natália Marques, estudante da PUC Minas, também registrou seu elogio pela pesquisa: - “Um excelente programa cultural, perfeitamente acessível às pessoas”.

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