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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Museus se abrem para interações e redefinem relação com as cidades



Livro disponível para download discute o novo papel dos museus na era da informação e teve a participação de especialistas do mundo inteiro



Museu das Minas e do Metal, em Belo Horizonte: novos recursos a caminho

Imagine entrar em um museu e, à medida que aponta o smartphone para pontos sinalizados no espaço, acessar um universo de informações complementares sobre as obras. Cogite ainda, por meio de um aplicativo de realidade aumentada, conhecer aspectos da restauração do prédio histórico que está visitando. Parece longe da realidade, mas a novidade estreia em breve no Museu das Minas e do Metal (MMM), no Circuito Cultural Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O anúncio, ainda que informal, foi feito por Ana Paula Gaspar, coordenadora de Mídias Sociais e Comunicação Digital do MMM, durante o lançamento do livro Reprograme, do jornalista Luis Marcelo Mendes.

O livro discute o novo papel dos museus na era da informação e teve a participação de especialistas do mundo inteiro. Entre os colaboradores, estão Robert Jones, responsável pela marca Tate Modern (galeria de arte de Londres) e do New Museum (Nova York), e Nina Simon, à frente do Santa Cruz Museum of Art and History, na Califórnia (Estados Unidos). Ana Paula explica que o visitante do MMM poderá baixar um aplicativo em seu dispositivo móvel ou utilizar aparelhos do próprio museu. Além de português, a plataforma terá versões em inglês e espanhol. Segundo ela, o principal benefício da novidade é a maior acessibilidade dos turistas, além de servir como mais um canal de comunicação entre o museu e o público. “O aplicativo terá ainda elementos de ‘gamificação’. Por meio de check-ins, os usuários ganharão descontos no café e na loja”, conta a coordenadora.


Todas as ferramentas de interatividade e novas propostas para descobrir o MMM fazem parte da construção da nova geração de museus, segundo Luis Marcelo Mendes. “O conceito do que é museu mudou dramaticamente na última geração. Antes era lugar para abrigar coleções. Hoje, há museus sem acervo”, ressalta. Um exemplo, cita, é o Museu da Maré (museudamare.org.br), iniciativa comunitária na favela do complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Objetos que os próprios moradores levam e definem como importantes para exposição é que são o acervo. Há uma exibição virtual de todo o material. O Museu do Amanhã, também no Rio, pretende ser um espaço que vislumbra as possibilidades do futuro – uma coleção do que ainda não existe. Controverso e provocante.

GUARDAS ATÔNITOS Segundo a publicação Museums of the world, há 55 mil museus em todo o mundo. Mendes estima que desses só 1% faz parte da nova geração, embora seja urgente que as instituições acompanhem as mudanças de comportamento dos novos tempos. A proibição de tirar fotos, por exemplo, prática comum nessas instituições, foi questionada por um flashmob no Museu d’ Orsay, em Paris: centenas de pessoas sacaram seus celulares ao mesmo tempo e começaram a fotografar, deixando os guardas sem reação.

Por seu lado, o Museu de Arte Metropolitan (metmuseum.org), em Nova York, percebeu a ineficiência da proibição e faturou em cima de uma campanha que reuniu imagens do público posando com as obras. Já no Walker Art Center (walkerart.org), em Minneapolis (EUA), 10 mil pessoas se reuniram para ver, durante uma hora e meia, um festival de filmes de gatos compartilhados no YouTube. A ideia, aparentemente boba, recebeu milhares de inscrições e registrou o maior público em toda a história do Walker. Já está programada a segunda edição do festival. O cadastro dos vídeos pode ser feito até 1º de maio no site (http://bit.ly/11IsstU).



REPROGRAME

Editado pela Ímã Editorial, o livro reúne artigos, entrevistas e palestras de autores brasileiros e internacionais com tradução viabilizada por financiamento coletivo no site Catarse. Disponível, gratuitamente, para download nos formatos PDF ou para iPad e Kindle. Preço da edição impressa: R$ 29,90
reprograme.com.br


VISITE
BELO HORIZONTE
Museu das Minas e do Metal
Aberto às terças, quartas, sextas-feiras, sábados e domingos, das 12h às 17h, com permanência até as 18h. Todo último domingo do mês, a entrada é gratuita. Entrada: R$ 6 (inteira). Fica no Circuito Cultural Praça da Liberdade.
(31) 3516-7200
mmm.org.br

Memorial Minas Gerais- Vale
Aberto de terça-feira a domingo. Entrada gratuita. Circuito Cultural Praça da Liberdade.
(31) 3343- 7317
memorialvale.com.br

Museu das Telecomunicações
Aberto de terça-feira a domingo, das 11h às 17h. Entrada franca.
Localização: Av. Afonso Pena, nº 4.001, térreo, Mangabeiras.
(31) 3229-3131
oifuturo.org.br/cultura/oi-futuro-bh

ARACAJU (SE)
Museu da Gente Sergipana
Aberto de terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.
Localização: Av. Ivo do Prado, nº 398, Centro, Aracaju (SE).
(79) 3218-1551
museudagentesergipana.com.br

SÃO PAULO
Museu da Língua Portuguesa
Aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Entrada: R$ 6 (inteira).
Localização: Estação da Luz, São Paulo (SP).
(11) 3326-0775
museulinguaportuguesa.org.br


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