A lista, no entanto, deveria ser muito maior e poderia ajudar mais no rastreamento das peças, segundo o diretor de Processos Museais do Ibram, Cícero de Almeida, já que a notificação dos roubos praticamente se limita aos 30 museus do Ibram.
Como a inclusão de uma peça no cadastro depende do registro voluntário por parte das administrações dos museus, as 30 instituições coordenadas pelo Ibram respondem por 94% dos objetos enumerados. Cícero garante que o número de furtos no país é muito maior que o contabilizado no cadastro e que a falta de notificações dificulta a recuperação das peças.
"É um cadastro aberto para que os museus alimentem por adesão, mas a adesão dos museus de fora do Ibram é mínima. Nós [Ibram] resolvemos assumir e divulgar as peças roubadas e cortar na carne. Os museus têm muito medo de divulgar que tiveram peças roubadas, o que deveria ser exatamente o contrário. Quanto menos tempo levamos para divulgar o roubo, mas fácil e rápido é rever as peças", diz Cícero.
Para contornar a falta de informação, o Ibram estuda a formulação de um cadastro alternativo, feito pelos próprios servidores a partir de roubos noticiados pela imprensa.
Das 58 peças subtraídas de museus do Rio, 50 foram levadas apenas desse centro cultural. O Museu da República, roubado esta semana, já tinha sido vítima de ladrões em 1993, quando foi roubado um revólver que pertenceu ao também ex-presidente marechal Deodoro da Fonseca. As outras seis peças pertencem à Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, em Paraty, e incluem coroas de ouro e imagens sacras.
A outra metade da lista é composta basicamente por museus de Minas Gerais, entre os quais se destaca o Museu do Ouro, com 47 peças roubadas, muitas delas de arte sacra. O Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, também aparece na lista, junto do Museu Regional de São João Del Rey e do Museu do Diamante, em Diamantina. O estado tem 53 peças desaparecidas na lista.
A maior parte dos objetos roubados era usada no interior de prédios, como tapetes e castiçais. Objetos pessoais, como cachimbos, vêm logo depois, seguidos de artigos de arte sacra.
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