Fachada do Rijksmuseum, reaberto após dez anos de reforma
Por fora, o palacete de 1885 continua o mesmo. Por dentro, ganhou novos espaços e restaurou a opulência original da Galeria de Honra, onde estão as joias mais conhecidas de seu acervo.
Mais que um museu de arte, o Rijksmuseum é o melhor lugar para se entender como um país tão pequeno conseguiu se tornar uma potência mundial no século 17.
A tarefa ficou mais fácil com a decisão de reorganizar as mais de 8.000 peças em ordem cronológica. Agora, quadros, esculturas, porcelanas e outras peças ocupam as mesmas salas, num passeio que vai da Idade Média até a era contemporânea.
Para quem tem pouco tempo ou gosta de começar o bolo pela cereja, a dica é subir direto para o segundo andar. Lá estão, divididos em 30 galerias, os tesouros da chamada Era de Ouro holandesa, período entre 1600 e 1700.
Foi quando o comércio pujante e a expansão marítima proporcionaram uma época de prosperidade, turbinada por riquezas trazidas da Ásia e das Américas.
O lar das obras-primas é a Galeria de Honra (Eregalerij, em holandês), um espaço monumental que volta a ter o mesmo aspecto de quando o museu foi aberto, em 1885.
O centro de tudo é "A Ronda Norturna", concluída por Rembrandt em 1642. A tela mostra, com incrível domínio do contraste claro-escuro barroco, o momento em que a companhia militar do capitão Frans Cocq começava a patrulhar as ruas da cidade.
É uma das pinturas mais famosas do mundo, e o assédio a ela no museu lembra o frenesi em torno da "Monalisa" no Louvre, em Paris. É preciso ter paciência para chegar perto do quadro, com mais de quatro metros de largura, e driblar os aprendizes de fotógrafo com suas câmeras e celulares em punho.
Em áreas um pouco menos congestionadas, estão outras grandes obras de Rembrandt, como o "Autorretrato como Apóstolo Paulo" (1661) e "Os Síndicos" (1662).
EM MOVIMENTO
Lá, também podem ser vistas quatro obras de Johannes Vermeer, que se voltou mais para a vida comum dos holandeses da Era de Ouro.
Vista de perto, "A Leiteira" (1660) impressiona pela perfeição no uso da luz e do movimento: quase dá para ouvir o leite escorrendo da jarra. Outra joia é "A Carta de Amor" (1670), com a tensão latente entre a empregada que traz o envelope e a patroa ansiosa para ler a mensagem.
Fora da galeria, mas ainda no segundo andar, estão algumas paisagens pintadas por Frans Post no Brasil durante a passagem dos holandeses pelo Nordeste até a expulsão pelos portugueses.
A coleção de telas náuticas lembra a quantidade de guerras que a Holanda travou para garantir suas rotas marítimas, numa época em que a única lei era a do mais forte.
Também merecem ser vistas as porcelanas de Delft, incluindo as surpreendentes pirâmides de flores.
Também merecem ser vistas as porcelanas de Delft, incluindo as surpreendentes pirâmides de flores.
Da era moderna, vale conferir o "Waterloo" de Pieneman, um dos grandes registros da maior derrota de Napoleão Bonaparte, e as cenas urbanas de Breitner, que pintou a Amsterdã do século 19.
Para quem gosta de moda, o museu exibe, entre as novidades, o vestido "Mondrian", do francês Yves Saint Laurent. Quem gosta de design vai apreciar uma rara cadeira branca do holandês Gerrit Rietveld.
RIJKSMUSEUM
ENDEREÇO Museumstraat 1;
FUNCIONAMENTO aberto todos os dias, das 9h às 17h,
QUANTO € 15 (cerca de R$ 43); jovens de até 18 anos não pagam entrada
SITE www.rijksmuseum.nl
ENDEREÇO Museumstraat 1;
FUNCIONAMENTO aberto todos os dias, das 9h às 17h,
QUANTO € 15 (cerca de R$ 43); jovens de até 18 anos não pagam entrada
SITE www.rijksmuseum.nl
Nenhum comentário:
Postar um comentário