Ouvir o texto...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Empresários do setor hoteleiro de Joinville buscam opções para turistas


Ao conhecer pontos turísticos de Joinville, diretores do Convention & Visitors Bureau querem oferecer opções de passeios para que visitantes fiquem mais tempo na cidade





Empresários do setor hoteleiro de Joinville buscam opções para turistas Leo Munhoz/Agencia RBS
Grupo conheceu pontos turísticos e se surpreendeu com quantidade de opções para visitantes Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS
Caroline Stinghen
Olhe bem para a imagem desta página. Você acredita que isto é Joinville? Ao analisar a foto, você deve estar se perguntando: como eu nunca estive neste lugar antes? Joinville têm jardins parecidos com os de mansões e castelos europeus, bosques de flores raras, caras e exóticas, comida colonial, melado feito no tacho e até passeios de trator pelo sítio. Há ainda uma dezena de museus, que por incrível que pareça, mesmo localizados no Centro da cidade, ainda são pouco conhecidos pela população. Sem esquecer da história da imigração do município, que por si só rende uma boa roda de conversa com a família e amigos.

Foi com esta curiosidade que o grupo de diretores do Convention & Visitors Bureau de Joinville fez na última sexta-feira um tour pela cidade para conhecer melhor estes cantinhos e histórias especiais. O objetivo era visitar os pontos turísticos esquecidos pelos moradores e até pelo poder público, para analisar os pontos positivos e o que está faltando para que o turismo nestes locais possa deslanchar de vez.

O grupo pretende sentar e conversar nos próximos dias para decidir quais melhorias — se elas realmente forem necessárias — serão sugeridas à Prefeitura e à Fundação Turística. Mas neste momento, explica a presidente do Convention, Ana Luiza Moeller Wetzel, não serão feitos elogios e nem críticas.

Os empresários do ramo do turismo querem apenas dizer, de boca cheia, que Joinville tem sim muita coisa a se fazer e conhecer. E a partir de então, indicar estes roteiros e lugares com a certeza de que a visita valerá a pena ao turista.

— Nós queremos acabar com esta mania das pessoas falarem que em Joinville não tem nada para se fazer — explica Ana Luiza.

De van e acompanhados por uma guia turística bem informada sobre a cidade, dona Conceição Junkes, o grupo passou e soube mais sobre a história da Estrada da Ilha, local que pode ser chamado de caminho dos produtores de flores, onde encontraram grandes exemplos de empreendedorismo, como as hemerocallis da Agrícola da Ilha – uma das maiores empresas do Brasil neste ramo. De lá, seguiram para a Estrada Bonita, onde conhecerem a fazenda da família Ango Kersten. Preservando a tradição e, ao mesmo tempo, se preocupando com a sustentabilidade, Ango faz passeios com turistas e com crianças de escolas.

Já na casa de dona Olinda Kersten, eles aproveitaram e levaram para casa produtos coloniais como pães e biscoitos caseiros. Museus e a rua das Palmeiras também entraram no roteiro na parte da tarde.

— Precisamos valorizar mais estes espaços culturais. Uma das nossas conquistas foi pedir para que os museus abrissem no domingo de manhã, durante o Festival de Dança. E deu certo. Em um dia, foram 90 visitas – comemorou a integrante do Convention e também presidente do Conselho Municipal de Turismo, Rosi Dedekind.

Objetivo é conquistar o empresário
Como o principal ramo do turismo em Joinville ainda é o de eventos, principalmente empresariais, o Convention quer conquistar cada vez mais este tipo de turista.

quer aproveitar a campanha da Fundação Turística, "Fique mais um dia", e sugerir roteiros de passeios diferentes, que podem ser feitos após o expediente e que faça o empresário aproveitar melhor a cidade. Se ele trouxer a família junto, afirmam os hoteleiros, será melhor ainda.

Este tipo de turista, segundo estudos da Fundação, gasta em torno de R$ 250 por dia em Joinville. Caso ele resolva ficar mais um dia para passeio, o lucro será dividido tanto entre o setor hoteleiro (mais uma diária), quanto aos restaurantes, e aos produtores rurais, que passarão a receber mais visitas.

Para isto acontecer, concordam, é preciso olhar com mais carinho para outras cenas da cidade e tirar o dinheiro do bolso para investir.

Eles reclamam que a sinalização para chegar à Estrada da Ilha, por exemplo, é bastante precária.

— Para nós mesmos colocarmos placas pela cidade para informamos sobre as nossas produtoras, fica muito caro – contou o produtor de flores da Estrada da Ilha e dono da empresa Agrícola da Ilha, Dário Bergemann.

Quando o roteiro de turismo rural foi criado na Estrada Bonita, em 92, eram 16 produtores, lembrou o agricultor Ango Kersten. Segundo ele, quando colocaram o pórtico, já em 92, o movimento aumentou. Com o asfalto, no início dos anos 2000, a situação melhorou. O agricultor ainda luta, junto dos demais integrantes da comunidade, pela construção de uma ciclofaixa.

— Os turistas ficam nas pousadas e têm medo de sair de bicicleta, porque não há acostamento — argumenta o agricultor.

Segundo Douglas Hoffmann, gerente de Marketing e eventos da Fundação Turística, os projetos de sinalização para os pontos turísticos da área urbana e rural já estão prontos. Uma emenda parlamentar do deputado Marco Tebaldi, com dinheiro do governo federal, irá garantir a instalação das placas na cidade.

A expectativa é que até o fim do ano elas estejam colocadas. O investimento será de aproximadamente R$ 1 milhão para 250 placas.

Já para a área rural, um projeto busca captar em Brasília R$ 1 milhão para a instalação de 180 placas e colocações de pórticos para a Estrada da Ilha, Pirabeiraba e áreas do Vila Nova.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário