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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Realismo não-socialista de Arkadi Plastov


Está a decorrer no Museu Russo uma exposição dedicada ao 120º aniversário do nascimento de Arkadi Plastov, um dos maiores pintores do período soviético.





© Foto: Armen Apresyan

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Veranico. 1970-1971.




























Os visitantes da exposição são recebidos pela "Festa de Kolkhoz", uma tela enorme pintada em 1937. Esta obra vibrante e cheia de optimismo, que representa pessoas felizes, pode servir de exemplo clássico do realismo socialista. Nos tempos soviéticos essa pintura foi exposta por diversas vezes e a sua reprodução podia ser encontrada nos manuais escolares ao lado das obras dos melhores pintores russos.


A exposição no Museu Russo recebeu o nome de "O Solo e o Destino". Essas palavras refletem a essência da obra do pintor que toda a sua vida se inspirou na natureza e na vida rural. Ao glorificar o trabalho duro dos camponeses, o pintor criou obras cuja maior parte é dedicada às pessoas do seu povoado natal. O pintor enaltece a vida do campo, nos seus quadros os espectadores observam as pessoas simples com as suas preocupações e receios, com as suas alegrias e tristezas. Por isso hoje as obras de Plastov não são vistas como um hino especificamente ao modo de vida soviético.

Um dos quadros mais comoventes do pintor, "Primavera", atrai constantemente a atenção dos espectadores. Uma jovem mulher veste apressadamente a filha à entrada da bania (sauna russa). Numa manhã cinzenta, em que do céu cai a última neve de março, a menina parece particularmente indefesa. A criação dessa obra é recordada pelo pintor emérito da Rússia Boris Sklyaruk:

"Numa ocasião Arkadi Plastov viu como uma sua vizinha vestia a sua filha depois do banho. Esse momento lhe pareceu tão belo que o artista teve imediatamente a ideia de registrar essa beleza na tela."

Algumas obras expostas poderão surpreender os visitantes que esperam ver apenas exemplos clássicos da pintura soviética. Afinal, nos anos de 1950, durante o florescimento na União Soviética da luta contra todas as manifestações de religiosidade, o pintor representava cultos, festas e cerimônias religiosas.

Os trabalhos de Plastov representaram regularmente a arte da URSS em exposições no estrangeiro. Assim, o seu quadro "Ceia dos Tratoristas" esteve exposto em Londres em 1958. Dizem que o presidente da Real Academia de Artes Sir Charles Wheeler esteve longamente a observá-lo e depois disse:

"Há tanto que o realismo como arte pode transmitir... Sabem, agora eu percebi com especial clareza porque vocês, os russos, conseguiram sobreviver na guerra e vencer. Quem pode trabalhar com tanto entusiasmo não é fácil de vencer!" Os quadros que motivaram uma nota tão elevada do perito britânico podem ser vistos até ao dia 4 de novembro

Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2013_09_22/realismo-nao-socialista-de-arkadi-plastov-1162/?from=menu

 

 

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