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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Incêndio atinge Memorial da América Latina em São Paulo


Auditório atingido por incêndio abriga obra de Tomie Othake

Uma das peças mais importantes é aTapeçaria Tomie Ohtake feita em quatro cores e com área total aproximada de 800 m² e ocupa toda a lateral do auditório. Em 1990, num livro organizado pelo Memorial sobre as obras do local, a artista disse: Quando Oscar Niemeyer convidou-me para fazer este painél ocupando toda a parede lateral interior do auditório do Memorial da América Latina, percebi que era um enorme desafio, porque havia as duas curvas que trocaram a tradicional base retangular por uma belíssima forma que eu não quis destruir, mas valorizá-la e, ao mesmo tempo, ter um trabalho meu que dissesse alguma coisa. O resultado a que cheguei procurou também manter a unidade platéia-palco-platéia. Ver depois de pronto um painel com aquelas dimensões, feito em tapeçaria a partir de um desenho gestual, é uma grande emoção!



Outro artista que tem uma obra em exposição permamente no auditório é o escultor Alfredo Ceschiatti. A convite de Niemeyer, de quem foi colaborador constante, o escultor Alfredo Ceschiatti executou para o Memorial um de seus últimos trabalhos. Fundida em bronze, A Pomba tem 2,20m de altura e envergadura de 3 m. Ceschiatti assina uma série de esculturas em Brasília, entre elas a estátua da Justiça, em granito, na frente do prédio do Supremo Tribunal Federal.



No Auditório encontra-se também a Homenagem ao Teatro, do artista plástico Carlos Scliar. Trata-se de um painel em tinta vinílica com aplicações de colagens e impressos em serigrafia, composto de 12 módulos totalizando quase 36 m². Em 1990, Scliar lembrou a urgência do pedido de Niemeyer. "Foi uma loucura de Oscar Niemeyer me telefonar para perguntar se eu aceitaria realizar um painel, em menos de um mês, de seis metros de altura por seis de comprimento. A confiança de Niemeyer, o desafio do prazo, a emoção do convite e, principalmente a dedicação do meu grupo de colaboradores, auxiliares e amigos permitiram-me realizar o trabalho. Claro que – como sempre – trabalhando e transpirando 24 horas por dia."


Outra tela que está no auditório é Agora, obra de Victor Arruda, que ocupa uma sinuosa parede de 9,90 x 2,20 m, no foyer do Auditório Simón Bolívar. São dez telas em seqüência, com relógios pintados em tinta acrílica. ”Quando fui convocado para realizar o painel no Memorial da América Latina, considerei não apenas o quanto honroso seria participar de um projeto de Oscar Niemeyer, um dos mais extraordinários criadores de formas que a Arquitetura já produziu, mas fiquei especialmente emocionado com o sentido que tem esse empreendimento, com seu aspecto ideológico. Um espaço que incentive a integração latino-americana surge em hora extremamente oportuna, acolhendo manifestações culturais, recebendo pesquisadores e oferecendo subsídios para que sejam encontradas soluções de nosso interesse comum."





Por volta das 20h10, o fogo foi controlado. Nove bombeiros ficaram feridos. Dois deles foram internados em estado grave




Segundo o Corpo de Bombeiros, dois homens da corporação que combatiam o fogo ficaram gravemente feridos Foto: Alberto Domingues / vc repórter
Segundo o Corpo de Bombeiros, dois homens da corporação que combatiam o fogo ficaram gravemente feridos
Foto: Alberto Domingues / vc repórter
  • Daniel Fernandes
    Direto de São Paulo
​Um incêndio atingiu na tarde desta sexta-feira o Memorial da América Latina, na avenida Auro Soares de Moura Andrade, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, oito homens da corporação que combatiam o fogo foram socorridos ao Hospital das Clínicas. Dois deles ficaram gravemente feridos e foram internados inconscientes e com queimaduras nas vias aéreas, mas não corriam risco de morte. Um bombeiro civil, da brigada de incêndio do memorial, também ficou ferido.
As chamas começaram por volta das 15h. Por volta das 20h10, o fogo foi controlado. Segundo o Corpo de Bombeiros, 51 viaturas foram enviadas ao local, além de um helicóptero. No total, 109 homens atuaram diretamente no combate às chamas. 
De acordo com o major da Polícia Militar Mauro Lopes, os bombeiros que ficaram feridos foram vitimados por um fenômeno chamado flashover. "Tivemos o flashover, que, por vezes dá para se prever, mas nesse caso não foi possível. Ele acontece quando você tem um ambiente pegando fogo, pouco oxigênio, calor e carga para se queimar, então a queima é lenta lá dentro. Quando você abre esse ambiente, há a entrada de mais oxigênio, então há o flashover", disse. Segundo ele, o fogo atingiu ao menos 50% do auditório.
De acordo com o coronel Erik Colla, do Corpo de Bombeiros, os feridos foram sedados no hospital, mas não correm risco de morrer. Segundo ele, o interior do edifício continha principalmente materiais como madeira, tecido e borracha, classificados como Classe A. 
De acordo com a assessoria de imprensa do Memorial da América Latina, o fogo foi causado por um curto-circuito do Auditório Simón Bolívar. Grande parte do forro da plateia B do auditório teria sido comprometida. Segundo os bombeiros, 50% do auditório foi consumido.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), esteve no local e elogiou o trabalho dos bombeiros. “Queria destacar a bravura dos bombeiros, o trabalho deles. Não temos nenhum civil ferido. Lamentavelmente, temos bombeiros em recuperação. Mas dois estamos acompanhando pessoalmente, saindo daqui passarei no Hospital das Clínicas”, disse.
Segundo ele, o local tem a vistoria regularizada até 2014. Ainda de acordo com o governador, o Memorial possui seguro e será restaurado.
O conjunto arquitetônico, projetado por Oscar Niemeyer em uma área de 84,5 mil metros quadrados, foi inaugurado em março de 1989. O complexo se dedica a manifestações artísticas e científicas ligadas à identidade latino-americana. O conceito e o projeto cultural foram desenvolvidos pelo antropólogo Darcy Ribeiro.
A Companhia de Engenharia de Tráfego pediu aos motoristas que evitem trafegar pela região. O cruzamento da avenida Senador Auro Soares de Moura Andrade com a alameda Olga está bloqueado. O desvio para quem vai no sentido Lapa é feito pela alameda Olga, rua Tagipuru e avenida Francisco Matarazzo. As linhas de metrô e trem da Estação Barra Funda, vizinha ao memorial, operam normalmente.
Distribuição de energia elétrica voltou após o incêndio, diz Eletropaulo
Duas testemunhas ouvidas pelo Terra, o chefe de manutenção de uma casa noturna em frente ao Memorial Edvaldo Barbosa e o técnico em eletrônica Alexandre Simião, disseram  que faltou energia elétrica na região no início da tarde e que, assim que o abastecimento voltou, uma explosão foi ouvida dentro do memorial. 
Segundo Simião, que trabalha na avenida Francisco Matarazzo, faltou energia elétrica na região desde a manhã de hoje. “Disseram que voltaria às 12h, 12h30. Não voltou. Depois disseram que voltaria às 18h e, até o incêndio, não tinha voltado disse.
De acordo com Edvaldo, assim que o abastecimento voltou, uma explosão foi ouvida dentro do memorial. Em nota, a Eletropaulo, responsável pela distribuição de energia em São Paulo, afirmou que a interrupção começou às 13h19, “devido a uma falha em componente da rede da distribuidora localizado na rua Homem de Melo” e terminou às 14h58, dois minutos antes do horário registrado do início do incêndio. 
“A concessionária monitora a sua rede por meio da Central de Operações e não detectou nenhum outro problema técnico no sistema”, disse a Eletropaulo na nota. 
Confira o local do incêndio:
 Foto: Terra
Foto: Terra
Colaboraram com esta notícia os internautas Alberto Domingues, Tedy Colombini, Amanda Frade e Gustavo Miranda da Silva, de São Paulo (SP), que participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos,clique aqui.

fonte:http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/incendio-atinge-memorial-da-america-latina-em-sao-paulo,12e8b45b315a2410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

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