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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

'A arte só vale quando compartilhada', diz diretor do projeto Google Culture Institute

Brasileiro Victor Ribeiro é o responsável pela plataforma digital que disponibiliza na rede o acervo de 300 museus em todo o mundo
Renata Honorato



Mostra 'Escravidão no Brasil' montada pelo Instituto Moreira Salles dentro do Google Cultural Institute (Reprodução)

"A arte só vale quando compartilhada", diz o brasileiro Victor Ribeiro ao explicar o espírito do Google Culture Institute, um projeto comandado por ele e cujo objetivo é disponibilizar on-line o acervo de museus e espaços culturais de todo o mundo. Ribeiro mora em Paris, na França, mas veio ao Brasil para anunciar a chegada de quatro novos parceiros nacionais à iniciativa digital: o Instituto Inhotim, o Instituto Moreira Salles, a Fundação Iberê Camargo e o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS).

As novas instituições somam-se ao MAM, Pinacoteca de São Paulo, Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol, que já exibem trabalhos na plataforma do Google. O serviço permite aos usuários apreciar pinturas, esculturas, fotografias, vídeos e documentos históricos em uma interface digital. Em alguns casos, é possível até visitar virtualmente os museus parceiros por meio do recurso Street View.

As obras são organizadas em exposições montadas pelas instituições. "Algumas mostras foram criadas especificamente para o projeto, mas não existe uma regra", explica Ribeiro ao site de VEJA. O "pai" da ideia diz ainda que a plataforma digital tem o poder de eternizar trabalhos. "Organizar uma exposição é muito custoso. O Google Cultural Institute ajuda o curador a transformar uma mostra em um projeto perene", diz.

O Instituto Moreira Salles criou oito exibições dentro da plataforma do Google. As exposições, ao todo, reúnem 160 imagens de fotógrafos consagrados como Chico Albuquerque, José Medeiros, Marcel Gautherot, Marc Ferrez e Otto Stupakoff. A mostra Escravidão no Brasil, por exemplo, faz um registro fotográfico histórico da época em que o país ainda era um império.

São os museus quem controlam todo o conteúdo disponibilizado on-line. "O Google apenas oferece a tecnologia. Nosso objetivo é investir em ferramentas que facilitem a migração dessas obras para o ambiente digital", explica o diretor global. Um dos diferenciais do serviço é o recurso de fotos em altíssima resolução. Segundo Ribeiro, cada instituição pode escolher uma obra para explorar o formato do gigapixel, que permite, por meio do zoom, uma análise detalhada de cada pincelada de um trabalho.

Por ora, o projeto abrange apenas museus e espaços culturais, mas no futuro galerias de arte também poderão disponibilizar suas obras na plataforma do Google. Ribeiro afirma estar trabalhando nessa expansão, mas não revela detalhes. "Não posso anunciar nada agora", diz.

O Google Culture Institute está presente em 50 países e seu acervo coletivo reúne mais de 6 milhões de itens. Em todo o mundo, 300 instituições são parceiras do buscador no projeto. Cerca de 50 pessoas trabalham na iniciativa, coordenada a partir do Google em Paris, na França.

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