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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Museu é reaberto com exposição de Idi Amin

Depois de quase 11 meses fechado à visitação do público, devido a incêndio em janeiro desde ano, o Museu de Ciências Naturais PUC Minas, que completou 30 anos em julho, será reaberto nesta sexta-feira, 13 de dezembro, coincidindo com a solenidade de aniversário dos 55 anos da Universidade. O público poderá visitar o museu a partir do dia 17 de dezembro.
Corpo do gorila deve ser exposto no Museu da PUC

A solenidade de reabertura, no dia 13, será a partir das 10h, no auditório do museu (prédio 40), campus Coração Eucarístico, antecedida da Missa de Natal da Universidade, às 9h. A celebração será presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e grão-chanceler da PUC Minas, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, com a presença do reitor e bispo auxiliar da Arquidiocese, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães.

Idi Amin
Com pintura (em verde, marrom e azul), projetos elétrico e contra incêndio totalmente renovados, o museu terá, nesta data, uma grande novidade na exposição Fauna Exótica, no terceiro andar: trata-se do Idi Amin, famoso gorila que habitou o zoológico de Belo Horizonte. O corpo do gorila estará exposto ao lado de Cleópatra, gorila que também veio do zoológico. Eles estarão ao lado dos esqueletos dos elefantes Joca e Margarete, também vindos do zoológico de BH.

Para a montagem do Idi Amin, foi utilizada técnica de curtimento de couro, idêntica à aplicada em bovinos, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) – Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), o que possibilitou a permanência original da pele, dos pelos e dos dedos do gorila. A técnica tradicional, baseada no curtimento com compostos à base de alumínio, deixaria o couro do Idi Amin quebradiço com o passar dos anos. Para o preenchimento do manequim, que é feito com poliuretano, material leve e poroso, o próprio museu testou revestimento com cimento especial, que dá mais firmeza e durabilidade e acabamento perfeito, em detalhes, além de não ser inflamável, como explica o coordenador do museu, professor Bonifácio José Teixeira.

O museu ganhou sistema de iluminação em led, mais econômica e que não aquece o ambiente, deixando a visita mais agradável. Os horários de visitação continuam os mesmos: incluindo feriados, de terça a sábado, das 8h30 às 17h, e às quintas até as 21h. Os ingressos custam R$5 para o público em geral e R$2,50 para estudantes de escolas públicas.

Exposições
Outra atração que estará totalmente restaurada é a preguiça gigante, que havia desabado com o incêndio. Foi usada resina na superfície externa dos ossos e preenchimento com poliuretano, que dá consistência ao esqueleto. A réplica é feita a partir de fóssil da coleção de Paleontologia do museu, uma das mais importantes das Américas e que contém mais de 70 mil fósseis, não atingida pelo incêndio, assim como toda a reserva técnica e as outras coleções. A preguiça gigante integrava a exposição A grande extinção - 11 mil anos, dos animais existentes no período Pleistoceno.

O público poderá visitar todas as exposições, que permanecerão nos mesmos locais, mas algumas com cenários revitalizados e novas peças. No 1º andar haverá um novo espaço, com novos répteis que integrarão a exposição a Era dos Répteis, como: um esqueleto real, completo, do jacaré do papo-amarelo, oriundo de Minas Gerais, em posição de nado; outros três crânios reais, um do jacaré-açu, da Amazônia, cujo comprimento do animal chega a cinco metros; um do jacaretinga ou jacaré-coroa, proveniente da Amazônia; e um do jacaré-anão, cujo corpo do animal mede menos de um metro. Também estarão em exposição cópias de três crânios: um do jacaré gigante (Purusaurus), do Acre; um de jacaré terrestre (Baurusucus), de Bauru (SP), e outro também de jacaré terrestre, o Spharhisaurus, do interior do norte de São Paulo.

No 2º andar, ficam as exposições Peter W. Lund: memórias de um naturalista; A Grande Extinção: 11 mil anos; e Vida no Cerrado. O painel, com imagem do Pleistoceno, de autoria do artista plástico Walter Lara, foi totalmente recuperado. Já no 3º andar permanecem as exposições Fauna Exótica e a Vida na Água. A maquete da região de Lagoa Santa, onde vivia o paleontólogo Peter Lund, foi totalmente reformada e também ficará nesse andar. A caverna, que simulava o ambiente em grutas exploradas por Peter Lund naquela região, será reconstruída do lado de fora do museu, mas ainda sem previsão. Já o planetário, que permite a observação e simulação astronômica, já está com projeto aprovado e será construído em 2014, também na parte externa do museu, ao lado do auditório.

Uma das iniciativas que poderão ampliar o número de visitantes, que, antes do incêndio, era de 50 mil pessoas por ano, será a total implantação do projeto turístico Rota Lund, do governo do Estado, cujo marco zero é o Museu de Ciências Naturais PUC Minas. O projeto refaz os caminhos percorridos pelo dinamarquês Peter Lund, ligando o museu da Universidade, o Parque Estadual do Sumidouro, as grutas da Lapinha, em Lagoa Santa; Rei do Mato, em Sete Lagoas; e a de Maquiné, em Cordisburgo. Desde setembro de 2013 o Museu de Ciências Naturais também é certificado como atrativo credenciado pelo Passaporte Turístico de Minas Gerais, cujo cartão Minaspass facilita a visita a de diversos atrativos de uma só vez, incluindo o museu.

Em 2013, o museu desenvolveu normalmente suas atividades, com exceção da visitação do público, como coleta de novas espécies, tombamento de novas peças (que inclui o processamento, catalogação e descrição, produção de artigo científico, por exemplo). O professor Bonifácio ressalta que também este ano o museu recebeu muitas peças importantes, como aves da Amazônia e peixes das bacias mineiras. Neste ano, o museu também produziu e forneceu duas réplicas para o Museu de Maquiné, integrante da Rota Lund: uma preguiça, a Notreterium maquinensis, e um urso da face curta. O museu também inaugurou em 2013 o Laboratório de Bioacústica, um dos mais bem equipados do Brasil e que reúne banco de dados de sons de animais, por meio dos mestrados em Zoologia de Vertebrados e em Engenharia Elétrica da Universidade e com financiamento da mineradora Vale e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

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