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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Museus Quadro de Van Gogh é o mais visto no Google Art Project



A ‘Noite Estrelada’, do pintor holandês Vincent Van Gogh, é a obra de arte mais vista no projecto online Google Art Project, criado há dois anos para acesso a museus de todo o mundo, foi esta segunda-feira anunciado.



De acordo com um comunicado hoje divulgado, “a obra ‘Noite Estrelada’ de Van Gogh é a pintura em alta resolução e ‘gigapixels’ (eleva resolução de imagem que permite aos utilizadores aproximarem-se do quadro até ao nível das pinceladas do artista) mais vista e a obra de arte mais popular nas galerias dos utilizadores” do Google Art Project.

O projecto, lançado há cerca de dois anos, permite aos utilizadores da Internet desfrutar de centenas de obras de artistas representados em museus de todo o Mundo, como o Metropolitan e o MoMA, em Nova Iorque, o Hermitage, em São Petersburgo, a Tate Britain e a National Gallery, em Londres, o Museu Rainha Sofia, em Madrid, ou a Galeria Uffizi, em Florença, e o Museu Van Gogh, em Amsterdão.



Esta iniciativa da Google permite viajar pelos museus em todo o mundo, visitar as salas e apreciar as obras de arte em detalhe para conhecer as colecções de pintura, escultura, fotografia ou artes decorativas.

A Google revela, na nota hoje divulgada, que os utilizadores “passam em média um minuto a ver uma pintura, face aos 20 segundos médios num Museu”, mas sublinha que “nada substitui uma visita ao vivo ao Museu”.



PUBEntre as obras de arte mais populares estão também ‘O nascimento de Vénus’, de Botticelli, ‘Auto-retrato desenhado à janela’, de Rembrandt, ‘O quarto’, de Van Gogh, ‘No Conservatório’, de Manet, ou ‘Os Ceifeiros’, de Bruegel.



No ano passado, Portugal passou a estar incluído no projecto, com o Museu Colecção Berardo, e obras do pintor português Amadeo de Souza Cardoso.



Do Museu Colecção Berardo, em Lisboa, estão representadas duas obras do artista português Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918) - ‘Pelas Janelas’ e Sem Título (Ponte) - e outras obras, nomeadamente do artista uruguaio Joaquin Torres Garcia, dos russos Liubov Sergeievna Popova e Lazar El Lissitzky e do francês Robert Delaunay.



O Google Art Project conta com mais de 200 parceiros de 43 países.

Os amantes de arte podem aceder a uma grande variedade de criações artísticas em diversas culturas ao longo da História das civilizações, como as artes decorativas islâmica, a arte rupestre africana ou os graffiti de rua do Brasil.



fonte:

http://www.noticiasaominuto.com/tech/62922/quadro-de-van-gogh-%C3%A9-o-mais-visto-no-google-art-project#.UWwgTUrEEwo


Cantora Cristina Branco é convidada especial da reabertura do Rijksmuseum de Amesterdão


A cantora Cristina Branco e o pianista holandês Ruben Hein são os convidados especiais do espetáculo que assinala, hoje, a reabertura do Rijksmuseum, em Amesterdão.




Cristina Branco irá interpretar três temas do seu mais recente álbum, «Alegria», editado no passado dia 25 de fevereiro.

O Rijksmuseum, Museu Nacional de História e Arte dos Países Baixos, encontra-se fechado para remodelações, desde 2005.

Nas suas coleções encontra-se o famoso quadro «A ronda da noite», de Rembrandt, assim como pinturas de Johannes Vermeer, Jacob van Ruysdael, Frans Hals, entre outros pintores flamengos. O museu tem ainda um assinalável núcleo de arte asiática.

A cerimónia de reabertura será transmitida em direto, pela Rádio Nacional Neerlandesa, e vai contar com a presença da rainha Beatriz.

Lusa

fonte:
http://www.lux.iol.pt/nacionais/cristina-branco-rijksmuseum--amesterdao-/1439497-4996.html

Os 1100 milhões em pinturas cubistas doados ao Metropolitan podiam ter sido de Espanha

Na semana passada, 78 pinturas valiosíssimas de Picasso, Léger, Gris e Braque foram doadas ao Museu Metropolitan de Nova Iorque, um dos maiores donativos da história (não só das artes). Agora, sabe-se que grande parte deles podia ter ficado em Espanha. 

A colecção do Metropolitan tornou-se uma referência em cubismo com esta doação Spencer Platt/Getty Images/AFP

Na passada terça-feira, o Museu Metropolitan de Nova Iorque anunciava com pompa e alegria o facto de ter sido a instituição escolhida para albergar um dos mais importantes donativos de sempre, e uma das mais importantes colecções de pintura cubista do mundo: 78 obras de Pablo Picasso, Fernand Léger, Juan Gris e Georges Braque preencheriam as lacunas do Met naquele período da arte do século XX. 


Este domingo, outra parte da história é contada. A parte de quem perde, aqueles que podiam ter comprado algumas daquelas obras e que as viram escapar-se-lhes das mãos. Espanha, país de Picasso e de Gris, deixou-as fugir em 1983.

O diário espanhol El Pais escreve este domingo sobre os momentos que precedem o próprio donativo, revelando mais sobre os bastidores da aquisição, por Leonard A. Lauder, herdeiro da fortuna da milionária da cosmética Estée Lauder, de grande parte da sua importante colecção cubista.

O ano era o de 1983 e Carmen Giménez era a responsável pelo Centro Nacional de Exposiciones. Giménez estava em Basileia, na Suíça, com Leonard A. Lauder e com o herdeiro do coleccionador Douglas Cooper, Bill McCarthy. Ambos tinham sido convidados por McCarthy para inspeccionar a colecção de pintura cubista (subvalorizada na época por estarem mais em voga no mercado da arte o impressionismo e o pós-impressionismo) que Cooper começara a coligir em 1932, uma parcela importante do que viria a ser o espólio de Lauder - "sem dúvida o mais valioso do mundo neste campo", classifica sem hesitações o perito francês e ex-director do Metropolitan Philippe de Montebello, responsável pelo início das longas conversações de Lauder com o museu há cerca de dez anos.

Naquele fim-de-semana, Lauder e Giménez tornaram-se amigos - mesmo tendo sido o milionário norte-americano a ficar com as cobiçadas obras, que agora tornarão o Metropolitan numa "referência mundial" em cubismo, como contextualiza Montebello no El Pais. 


Por que venceu o americano, apesar de Cooper, o coleccionador original, tanto apreciar Espanha como uma das pátrias do movimento artístico? Por que é que, mesmo sabendo o governo espanhol que Cooper gostaria de ter lá deixado o seu espólio cubista, ele não ficou em Espanha? "Eram tempos em que não existiam estruturas no Estado [espanhol] capazes de abordar uma operação assim", escreve o diário, o que fez com que Giménez, ou Madrid, não tivessem sequer feito uma oferta para adquirir a colecção de pinturas.

Giménez gostava "de ter podido comprar para Espanha aquelas pinturas, ter-nos-iam custado menos de 10% do que valem hoje". Hoje, de facto, o todo da colecção de Lauder agora nas mãos do Metropolitan está avaliado em mais de 1,1 mil milhões de dólares (cerca de 842 milhões de euros) e uma parte significativa da sua riqueza deve-se ao trabalho do coleccionador Douglas Cooper, mas também às compras que fez a Gertrude Stein ou ao banqueiro suíço Raoul La Roche. 


Fora de Espanha, portanto, e em Nova Iorque, está agora um conjunto-chave de obras cubistas que tornam o segundo museu mais visitado do mundo numa referência não só enquanto museu enciclopédico, mas também numa referência num dos mais importantes movimentos artísticos da história e, em particular, do século XX. Notre avenir est dans l’air (1912), Eva (1913) ou Vive la France (1914-15), de Picasso, juntam-se a Coupe à fruits et verre (1912), de Braque, ou a Composition (Le typographe) (1917-18), de Ferdinand Léger, e L’homme au Café (1914), de Juan Gris, numa ala que está a ser especialmente desenvolvida para albergar a colecção Lauder no Met. A inauguração está agendada para o Outono de 2014.

fonte:
http://www.publico.pt/cultura/noticia/os-1100-mil-milhoes-de-pinturas-cubistas-doados-ao-metropolitan-podiam-ter-sido-de-espanha-1591253

Museu reconstrói cotidiano na Alemanha Oriental



O fato de Berlim ter um museu da extinta Alemanha Oriental não é, em si, surpreendente. Inaugurado há seis anos, sua força está no caráter interativo: ali, o visitante é convidado a manusear os objetos expostos.

Localizado diretamente à beira do rio Spree, com vista para a Ilha dos Museus, em Berlim, fica um dos museus mais adorados e mais inusitados da capital alemã: o Museu da RDA, a extinta República Democrática Alemã. Desde sua inauguração, há seis anos, o número de visitantes chegou a mais de dois milhões, sendo que metade deles vem de fora do país. No entanto, o tema "RDA" fascina sobretudo os próprios alemães.

















Os jovens de menos de 20 anos, por exemplo, só conhecem a antiga Alemanha Oriental dos livros didáticos, pois quando nasceram o país já estava reunificado e lutava com as complexas relações políticas reminiscentes dos dois Estados alemães. Porém, a vida cotidiana na RDA, com seus 16 milhões de habitantes, nunca foi apresentada a esta geração.

E é exatamente essa a força de atração do museu: ali, o visitante é levado a viajar pelo universo dos produtos vendidos no extinto país, bem como por sua arquitetura, cultura, política e tudo o que fazia parte do passado comunista. E as peças expostas fascinam não somente os jovens alemães, mas também estrangeiros: o que impressiona os visitantes em geral é a autenticidade do acervo.



A força do original

A exposição foi planejada como reprodução de um pequeno conjunto residencial típico da RDA: os móveis expostos são oriundos de construções típicas do extinto país. Blocos de madeira compensada funcionam como divisórias entre os espaços e ao mesmo tempo como vitrines: o visitante pode abri-los, fechá-los, observar e ouvir. Ou entrar em uma sala de visitas típica destes bairros residenciais. Ou até mesmo entrar no carro símbolo do extinto país, conhecido como "Trabi".


Objetos cotidianos para manusear: Museu da RDA tem mais de 200 mil objetos em seu acervo


Outros objetos expostos são uma antiga máquina de escrever da marca Erika, diários de viagens feitas por mineiros e operários a "países amigos" e o medicamento "Oral Turinabol", usado por atletas para a prática do doping – todos peças originais. "A maioria do acervo foi doada pela própria população", explica Robert Rückel, diretor e curador do museu.



São objetos do cotidiano, que se encontravam guardados em porões ou sótãos e não tinham mais utilidade. No entanto, nos quase mil metros quadrados do espaço de exposição do museu, está exposto menos de 1% do acervo completo. Num depósito, com prateleiras altíssimas, estão armazenadas por volta de 200 mil peças.



Antes da inauguração do museu, em 2006, havia na capital alemã exposições que abordavam apenas a Stasi, a polícia política da extinta RDA, ou mostras sobre o Muro de Berlim. "Faltava esse terceiro pilar para a elaboração do passado", diz o diretor do museu. "Mais do que pelo poder do Estado, uma ditadura é marcada pelas pessoas que vivem, riem, brincam e tentam viver suas vidas, alheias ao regime, tentando conquistar pequenos espaços de liberdade", fala Rückel.



A essa constatação o diretor alia o desejo de experimentar do visitante: "Não queríamos um museu que fosse financiado pelo Estado. Queríamos saber se um museu pode se autogerir, viver dos próprios recursos", completa.



Ao contrário dos vizinhos na Ilha dos Museus, as verbas para o Museu da RDA provêm exclusivamente das entradas pagas pelos visitantes – uma experiência que funciona bem. E quem vai ao Museu tem também a oportunidade de deixar suas observações registradas em um livro de visitantes, do qual constam, por exemplo, críticas a um suposto "excesso de jogos, nos quais muitas crianças ficam mexendo, o que atrapalha a visita".



O diretor Rückel, por sua vez, revida: "Brincar não é somente um prazer, mas também uma forma de aprendizado. Não queremos oferecer uma aula como na escola. Aqui os adultos também participam dos jogos", diz. O visitante pode, por exemplo, participar de uma eleição virtual da extinta Câmara Popular da RDA ou dirigir uma unidade de produção de carros Trabi, sendo obrigado a entender os labirintos da economia do país. Ou até mesmo analisar por que o hino nacional não era mais cantado na RDA.


Política no extinto país: tema recorrente nas mostras


A falta de espaço é, todavia, uma crítica aceita pelo diretor da instituição. Embora tenha sido ampliado há um ano e meio, as instalações, segundo Rückel, ainda não comportam tanta gente. Mas o pouco espaço é visto por alguns visitantes exatamente como reflexo da falta de liberdade que reinava na antiga Alemanha Oriental.



Postais do Mar Negro

A falta de espaço e as deficiências do antigo país tornam-se visíveis no Museu da RDA. No início do percurso da mostra há um diário que lista o que faltava no país. Desde 1983, a alemã Ingeborg Lüdicke anotava tudo o que não havia para comprar: queijo, frigideiras, cordas de violão, papel higiênico. Ela anotou que por volta de 10 horas da manhã acabava o estoque de pãezinhos nas padarias. Nas farmácias, faltavam colírios e o dentista não dispunha de material para fazer a prótese dentária de seu marido. Esse detalhismo explicita o que era, de fato, o dia a dia no país.



A alguns passos dali, o visitante do museu se depara com a forma como os habitantes da RDA passavam suas férias: viagens a "territórios não socialistas" eram estritamente proibidas. Os cartões postais expostos vinham geralmente de regiões como o Mar Negro ou Leningrado (hoje São Petersburgo). E quem não podia financiar uma viagem para tão longe passava as férias no Mar Báltico, geralmente em praias de nudistas.



O que chamavam de "culto ao corpo livre", ou seja, a nudez em público, era visto como normalidade na antiga Alemanha Oriental, muito mais que na Ocidental – um aspecto também lembrado pelo museu. E os famosos pepinos do leste alemão procurados principalmente por quem assistiu ao filme Adeus, Lênin podem ser comprados na lojinha do Museu.



Autora: Ricarda Otte (sv)
Revisão: Roselaine Wandscheer

fonte:
http://www.dw.de/museu-reconstr%C3%B3i-cotidiano-na-alemanha-oriental/a-16740017

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