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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Museu em Düsseldorf reúne raridades da história do cinema



Com mostras permanentes e temporárias, biblioteca, arquivo e coleções especiais, Museu do Cinema de Düsseldorf tem proposta pedagógica: funcionar como "escola do olhar" e propor a formação interdisciplinar do visitante.
Uma das citações incluídas no site do Museu do Cinema de Düsseldorf é do escritor e dramaturgo francês Jean Anouilh: "A vida é composta de muitas moedas pequenas e quem souber guardá-las terá uma fortuna". A frase é emblemática, já que o museu em questão é dedicado à história da sétima arte, em seus incontáveis detalhes, desde o século 19 até os dias de hoje.
No local, o visitante tem acesso a um arquivo, à biblioteca e até mesmo à programação do cinema em anexo de nome Black Box. "O cinema exibe em espaços de tempo irregulares também mostras de filmes brasileiros. Em 2011, por exemplo, tivemos um ciclo com filmes de Eryk e Glauber Rocha", conta Michael Bergann, funcionário do museu. "E em 2010 aconteceu aqui uma noite brasileira com MIka Kaurismäki, diretor finlandês que vive no Brasil", completa.
Exposição "Glauber Rocha"
Objetos raros
Localizado no centro histórico de Düsseldorf, o Museu do Cinema foi fundado em 1993 e desde então oferece ao público interessado em cinema exposições permanentes de seus acervos e mostras temporárias, bem como aparelhagens antigas e raras usadas nos primórdios da cinematografia. Tudo numa área de 2.200 metros quadrados.
Há seções dedicadas a dispositivos antigos como o fonógrafo, o gramofone e a lanterna mágica. E diversas câmeras escuras dos anos 1880, bem como projetores de cinema e câmeras, desde aqueles usados nas primeiras décadas do século 20 até os atuais. Maquetes de sets de filmagem, cenários, figurinos e diversos objetos afins fazem também parte das exposições, além de um estúdio e de uma seção totalmente dedicada à técnica de animação.
As coleções do acervo contêm aproximadamente 500 mil fotos e mais de 25 mil pôsteres, além de artigos de jornal, críticas de filmes, programação de festivais, roteiros e dados sobre produções alemãs e de fora do país. Uma singularidade do museu é, ainda, a coleção dedicada ao teatro de sombras, com aproximadamente 500 figuras usadas em encenações entre os séculos 13 a 19.
Quatro andares de exposição permanente
Dividida em quatro andares, a exposição permanente do museu é dedicada em sua primeira parte a cineastas e a atores famosos. O cinema como "espaço mágico, onde se vendem sonhos" é também abordado ali.
O segundo andar é inteiramente voltado para o desenvolvimento da cinematografia antes do início do cinema propriamente dito, com abordagens sobre jogos de luz e sombras, a ilusão do espaço e do tempo, movimento e cor, teatro de sombras, histórias ilustradas, câmeras escuras e lanternas mágicas, entre outros. A fotografia como técnica recente também faz parte do percurso, com diversas câmeras e projetores, usados no decorrer dos 120 anos de história da sétima arte.
O terceiro andar reconstrói sets de filmagem e aborda a relação entre cinema e política, enquanto o quarto e último fecha o percurso do visitante com informações sobre a produção de filmes, incluindo roteiros originais, planos de filmagem, esboços de figurinos e objetos diversos. Nesse mesmo andar, o visitante obtém também informações a respeito da tecnologia das cores e da tridimensionalidade.
Proposta pedagógica
O arquivo do Museu do Cinema de Düsseldorf armazena cerca de 6 mil cópias de filmes, bem como 14 mil vídeos e DVDs. A biblioteca dispõe de mais de 30 mil títulos sobre cinema e áreas afins. Programações voltadas para escolas, bem como seminários especiais, fazem parte das atividades pedagógicas do museu.
Além do conceito de mostras interativas, nas quais o visitante pode tocar os objetos e experimentá-los ludicamente, o museu se entende como uma "escola do olhar", oferecendo visitas guiadas e workshops. Uma das premissas da casa é, inclusive, a formação interdisciplinar, que insere o cinema no contexto das artes plásticas, literatura, teatro e música.
Mostras especiais
Mostra "Roman Polanski"
Em parceria com outras instituições, são organizadas regularmente exposições temporárias. Até janeiro último, por exemplo, o visitante teve acesso a uma mostra sobre A magia da luz e da sombra no cinema. Anteriormente, alguns dos destaques foram uma mostra especial sobre Roman Polanski, bem como outras sobre Klaus Kinski, Christoph Schlingensief, Serguei Eisenstein e até mesmo uma intitulada Os Beatles na tela do cinema.
O Museu do Cinema de Düsseldorf dispõe de dois depósitos externos. Num deles são armazenadas cópias de filmes em temperatura constante e umidade do ar adequada à conservação. O museu concede, ainda, o Prêmio Helmut Käutner, voltado para "personalidades cuja obra tenha contribuído expressamente para o desenvolvimento da cultura cinematográfica alemã". Em 2013, ele foi para o conceituado diretor Christian Petzold (BárbaraJerichowYella).
Visitado não apenas pelos amantes da sétima arte, mas também por interessados em obter conhecimento sobre mídias audiovisuais ou por pesquisadores em busca de raridades dos primórdios do cinema, o museu em Düsseldorf confirma, com tantas informações valiosas, outra citação incluída em seu site, desta vez do diretor norte-americano Quentin Tarantino: "Quando as pessoas me perguntam se frequentei uma escola de cinema, digo: 'Não, fui ao cinema'".

DW.DE

Exposição inédita de pintura chinesa em Londres


O museu Vitória e Alberto, em Londres, vai receber, no final de outubro, uma exposição inédita de 70 das melhores pinturas da China, anunciou hoje a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

As obras primas da pintura chinesa dos séculos VIII ao XIX estarão patentes ao público entre 26 de outubro e 19 de junho de 2014.
"É a primeira vez que estes trabalhos podem ser admirados na Europa" em conjunto, sublinhou o responsável das relações públicas do museu, Damien Whitmore, citado pela Xinhua.
As obras pertencem a diferentes museus chineses, mas algumas estão habitualmente patentes em exposições no Japão, Estados Unidos, Suécia, França ou Alemanha. O curador Zhang Hongxiang demorou dois anos a reunir este conjunto.
O museu, fundado em 1852, é um dos mais importantes nas artes decorativos e design, dispondo de uma coleção permanente de mais de 4,5 milhões de objetos.
Esta exposição é um importante passo na colaboração entre museus da China e do Reino Unido, países que mantêm um diferendo há décadas porque muitas peças históricas chinesas, em exibição no Museu Britânico de Londres, são reclamadas pelas autoridades chinesas. Pequim assegura que as obras saíram ilegalmente do país nos séculos XIX e XX.
A China garante que as obras de arte chinesas de muitos prestigiados museus do mundo têm origem ilegal, embora estas acusações sejam dirigidas, com frequência, ao Reino Unido, cujas coleções são maiores e também porque outros países, como a Grécia, apresentam exigências semelhantes a Londres.

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