Peças do Museu do Oratório de Ouro Preto estão expostas na cidade.
Exposição acontece junto com o Festival Cultura e Gastronomia.
Em dias de festança quase profana no Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, uma exposição de oratórios lembra a tradição religiosa de Minas Gerais. Começa neste sábado (24), na cidade, a mostra itinerante do Museu do Oratório “Oratórios – Relíquias do Barroco Brasileiro”, que fica em Ouro Preto.
Oratórios em exposição na mostra, em Tiradentes (Foto: Cíntia Paes/G1)
Ângela Gutierrez no museu (Foto: Cíntia Paes/G1)
Segundo Ângela, os oratórios são, além de objeto de devoção, elementos
importantes para estudo da história brasileira, principalmente a do
século XVIII. “Eles lembram muito as curvas do barroco, as brincadeiras
do rococó. Eles se inspiram, realmente, nas igrejas, nas ermidas, nas
catedrais”, conta a curadora.Herança portuguesa, os oratórios serviam como pequenas capelas dentro das casas em um Brasil onde as vilas e os povoados eram muitos distantes uns dos outros, e os padres, muito poucos. “O primeiro [oratório] chegou com a primeira caravela na costa brasileira. E este uso se tornou fortíssimo em uma terra descoberta, que era enorme. Quando havia um padre, abria-se o oratório e, diante dele, celebravam-se os sacramentos”, conta.
Trio de oratórios (Foto: Cíntia Paes/G1)
A exposição da mostra itinerante no prédio onde funcionou a Cadeia
Pública também é emblemático. “Foi um lugar de tristeza, de sofrimento, e
que no momento acolhe esses objetos da fé tão brasileiros. A cadeia é
uma construção sólida, bonita, importante”, resume a curadora.A mostra já esteve em vários países, como os Estados Unidos, França, Itália, Chile, Venezuela, Inglaterra, Equador e, mais recentemente, no Rio de Janeiro, durante a Jornada Mundial da Juventude, em ocasião da visita do Papa Francisco, em julho. Até o fim do ano, ela ainda irá para outras cidades brasileiras. Em Tiradentes, a exposição fica na cidade até o dia 15 de setembro, com entrada gratuita.
Imagens de Sant'Anas (Foto: Cíntia Paes/G1)
Museu da Sant’AnaA empresária, devota de Sant’Ana, vai doar, em 2014, sua coleção particular de imagens da mãe de Nossa Senhora para a criação de um museu em Tiradentes, que vai funcionar na Antiga Cadeia Pública. A expectativa da curadora é ter todas as 260 imagens que reuniu durante toda a sua vida dentro do prédio. “Chega este momento em que a gente entende que a coleção se torna mais importante que o colecionador”, resume.
Ângela doou sua coleção para a criação do Museu do Oratório, em 1998, em Ouro Preto, e também sua coleção de peças do dia-a-dia do trabalhador ao longo da história do Brasil que compõem o Museu de Artes e Ofícios, que funciona no centro de Belo Horizonte. A expectativa é que o Museu de Sant’Ana seja inaugurado em 2014.
fonte G1