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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"Merchandising" do Museu d"Orsay é cem por cento português



Quem visitar o Museu d'Orsay, em França, ou vier a fazê-lo nos próximos cinco anos, e comprar objetos de "merchandising" de arte, é muito provável que adquira produtos integralmente desenhados e produzidos em Portugal.


Canecas, chávenas, lápis, capas de "iphone" e de "ipad", borrachas, sacos, "t-shirt's", chapéus-de-chuva, leques, magnéticos, marcadores de livros e tapetes para rato de computador contam-se entre os produtos de uma linha desenhada, concebida e produzida para este museu, ao abrigo de uma parceria entre o proprietário de uma loja de arte e uma empresa de "design", ambas com sede em Lisboa, disse à agência Lusa o proprietário da loja de arte, Luís Pilar.

«Cem por cento desta linha é feita em Portugal, tudo é produzido em Portugal, o que é muito importante para o nosso projeto», sublinhou Luís Pilar.

O projeto com o Museu d'Orsay resulta de um desafio lançado pela empresa pública francesa Réunion des Musées Nationaux (RMN), depois de ter visto o trabalho que a loja e a empresa de design desenvolveram para a exposição de Joana Vasconcelos, em 2012, no Palácio de Versalhes, em Paris, acrescentou Luís Pilar.

O fornecimento dos produtos foi contratualizado por cinco anos, vigorando até 2017, e a encomenda inicial, «muito significativa», rondou os 160 mil euros, afirmou, acrescentando que, depois do fornecimento inicial, o museu já pediu mais de mil "t-shirt's".

O tema base para o projeto foi fornecido pelo Museu - "A modernidade" -, tendo, para o efeito, cedido três obras chave do seu acervo: uma do impressionista Claude Monet ("Campo de papoilas") e duas dos pós-impressionistas Paul Gauguin ("Arearea") e Vincent Van Gogh (um autorretrato).

Com o "cartão-de-visita" desenvolvido para o Museu d"Orsay, Luís Pilar e o "designer" Duarte Lukas procuraram outros museus, confiantes na «qualidade do produto», com vista à expansão do negócio.

«Tem sido bastante fácil, abordarmos os museus», disse o proprietário da Artwear, acrescentando estarem já a desenvolver projetos para os museus Prado e Thyssen, na capital espanhola, para a Tate Gallery e para o British Museum, em Londres, Reino Unido, além de estarem em «negociações avançadas» com o Museu Van Gogh, de Amesterdão.

Para a Tate vão produzir uma linha completa de produtos, ainda por definir, para uma exposição temporária de Matisse, enquanto para o Thyssen já fizeram uma linha completa para uma exposição temporária do impressionista Camille Pissarro, e estão a começar a produzir uma nova linha baseada num quadro de Salvador Dalí.

Questionado sobre a produção para o mercado português, Luís Pilar respondeu pela positiva, embora tivesse acrescentado que se trata de trabalhos mais pontuais. «Aqui funcionamos mais como distribuidores, pois o mercado [português] não tem escala como aqueles museus estrangeiros».

Uma linha completa baseada nos desenhos da série "Fernando Pessoa", de Júlio Pomar, com têxteis, cadernos, chávenas de café e canecas, entre outros, vai começar a ser comercializada em Portugal, em setembro, indicou o proprietário da loja de arte. 


fonte:
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3387530