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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

( .pt ) MUSEU DO CHÁ: NÃO É PARA VELHOS NEM CHEIRA A NAFTALINA


Beber um chá de cacau em porcelana Limoges, sentadinho numa poltrona Luís XV a ouvir rockabilly é para quem? É para quem for ao Museu do Chá.



O Museu do Chá abriu há quatro meses perto da Praça Rodrigues Lobo e é um lugar, no mínimo, diferente. É verdade que dá especial importância ao chá, com muitas sugestões invulgares, mas não é só. Aqui pode beber-se também cerveja artesanal, licores caseiros, caipirinhas de frutos variados (com e sem álcool) ou simplesmente a bela da mini.

Também é verdade que a decoração cuidada e loiças delicadas podem sugerir um ambiente para lá de adulto, mas o espaço não é para velhos nem cheira a naftalina, como já se ouviu comentar. Pelo contrário, a decoração é de um bom gosto assinalável, as funcionárias jovens e simpáticas, além de haver uma preocupação com a música ambiente que não passa despercebida.







Além do cuidado na selecção do set musical para cada dia de trabalho, o Museu do Chá tem presenteado os seus clientes com apontamentos musicais ao vivo, quer à hora de almoço (uma vez por semana) quer nas noites de fim-de-semana, como irá acontecer este sábado, com a presença dos dois cantores jazz Laura Marques e António Repolho.

Ao almoço há sempre uma sopa (1,20€), um prato principal (3,80€) e uma salada (3,50€). Pode ainda petiscar-se crepes salgados ou doces, bolachinhas artesanais ou doçaria caseira e conventual daquela que faz saltar os olhos das órbitas até se esborracharem na vitrine.

Se passarem à porta, não tenham medo de entrar. A Ivania, a Cila e a Angela estão à vossa espera e prometem receber-vos muito bem.



Museu do Chá:
Morada: Rua do Comércio, 12 (transversal à Praça Rodrigues Lobo), Leiria
Telefone: 916 434 874
Horários: de segunda a quinta: 9h às 21h / sexta: 9h às 2h / sábado: 14h às 2h
Nota: Há jantares por marcação

Texto de Paula Lagoa
Fotos de Ricardo Graça
(Publicado a 14 Novembro 2013)

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Museu norte-americano lança site para compartilhar seu acervo em 3D

O conhecido Instituto Smithsonian, nos EUA, quer partilhar suas obras com mais pessoas, estejam elas nos Estados Unidos ou não. O museu afirmou que está escaneando seu acervo e irá disponibilizá-lo na internet em 3D.

O Instituto começou a escanear algumas obras em fevereiro e hoje lançou o Smithsonian X 3D Explorer, uma ferramenta que irá permitir que estudantes, professores e o público em geral veja e interaja com modelos 3D dos mais de 137 milhões de artefatos que estão no museu.

Entre os objetos que poderão ser vistos, estão uma escultura do rosto do ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln, um fóssil de baleia achado no deserto do Atacama, no Chile, e uma estátua de Buda.



Internauta poderá interagir com as obras

Com a tecnologia 3D, o museu espera trazer mais detalhes para os “visitantes”. Na escultura de Lincoln, por exemplo, será possível observar o envelhecimento de sua pele durante a Guerra Civil e na de Buda, o internauta poderá examinar e desvendar a história esculpida sobre sua superfície.

Até o momento, cerca de 20 peças já foram escaneadas. Uma pequena equipe está aos poucos executando a tarefa, focando nos objetos considerados principais, e o Instituto afirmou que a cada ano estará adicionando conteúdo ao site.

O museu permitirá ainda que internautas baixem as imagens, reproduza os conteúdos em impressoras 3D e até utilizem-os em aulas.
Algumas peças já estão disponíveis no site, para dar uma olhada, clique aqui.


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( .p t ) Museu Nacional Soares dos Reis chega aos 180 anos com vontade de melhorar

O Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) chega aos 180 anos sem meios para grandes festas, mas com muitos amigos e vontade de assegurar o essencial e de tentar que toda a dimensão das suas instalações seja aproveitada pelo público.

Maria João Vasconcelos, a diretora daquele que foi o primeiro museu público de arte nacional, resume os desafios que estão à frente do museu, começando por colocar em primeiro plano a necessidade "de continuar a melhorar aquilo que é possível das condições de exposição e de conservação" e garantir essa base de trabalho que está "a conseguir neste momento com a Direção Geral de Património Cultural".
A atual diretora (o lugar encontra-se a concurso) considera que num futuro próximo seria necessário o museu conseguir "a real utilização do espaço da cerca do museu, que tem uma outra saída para a rua Adolfo Casais Monteiro com condições para funcionar como entrada alternativa, o que implica reforço de segurança, e a manutenção da cerca".
Um projeto para o qual a diretora tem a esperança de "que com a nova câmara se encontre uma solução, para os portuenses poderem usufruir daquele espaço completamente".
Fundado em 1833,durante as guerras liberais, o museu está instalado desde 1940 no antigo palácio real das Carrancas, mas beneficiou de obras, sobre a direção do arquiteto Fernando Távora que dotaram o espaço em 2001 de "instalações notáveis", segundo Maria João Vasconcelos.
Possui uma rica coleção de arte dos séculos XVI a XIX com pintura, cerâmica, escultura, joalharia, mobiliário, têxteis e vidros, com núcleos importantes de artistas como Soares dos Reis, Henrique Pousão, Aurélia de Sousa, Silva Porto e peças iconográficas como o "Desterrado" ou "Flor Agreste".
Apesar da importância da sua coleção e da forte ligação à história do Porto e do Norte o museu não costuma constar da agenda mediática, admitindo Maria João Vasconcelos que "não existem "grandes meios para ser `agressivo` no mercado, não há dinheiro para publicidade.
Considera, no entanto que a presença do museu "tem sido progressivamente maior" e que ele sofreu com a polémica em torno do túnel de Ceuta, que opôs o ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, e a ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima e que terminou com a vitória do autarca e uma boca de túnel à porta do museu.
"Passada esta fase, com uma solução que não é do nosso agrado, teve de se partir de um ponto quase negativo do conhecimento das pessoas, porque elas desabituaram-se do Museu Soares dos Reis, mas neste momento acho que está retomado o contacto e a afetividade com o museu tem-se mostrado de formas muito interessantes", afirma a diretora.
As comemorações dos 180 anos ainda não têm programa, mas deverão incluir a atualização de uma exposição sobre a história do museu e têm já marcado um jantar de gala para sexta-feira, uma iniciativa organizada com o Círculo Dr. José de Figueiredo - Grupo de Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.
Fundada em 1940, esta é uma das mais antigas associações de amigos de museus em Portugal e para a diretora "tem sido um apoio fantástico" e "uma força anímica" com os seus cerca de 1000 associados que ajudam mesmo "em coisas materiais comezinhas, que às vezes impossibilitam a realização de atividades".

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Museu britânico busca parceria e exalta 'grande potencial' da ciência no Brasil

Diretor do Museu de História Natural de Londres elogia iniciativas brasileiras, mas lamenta falta de museus nacionais e baixo interesse da população



Michael Dixon, do Museu de História Natural, veio ao Brasil propôr colaboração com universidadesFoto: Consulado Britânico de São Paulo / Divulgação

Em visita ao Brasil para propor parcerias com o governo federal e instituições privadas de pesquisa e ensino, o diretor do prestigiado Museu de História Natural de Londres elogiou o desenvolvimento científico no País – que o leva a sugerir o envio de especialistas britânicos para cá –, porém lamenta a falta de grandes museus nacionais. Michael Dixon acredita que a cooperação é a melhor maneira de incentivar o crescimento dessas instituições, exalta o grande potencial – ainda não plenamente explorado – da área, e afirma que o Brasil tem bastante a ensinar (e aprender) com países que têm museus como local de turismo e alvo de muito interesse do público.



Museu de Londres reúne melhores fotos de natureza do mundo
Concurso elege melhores imagens da vida selvagem em 2013



Com quase 5 milhões de visitantes por ano, o Museu de História Natural conta com um acervo de mais de 80 milhões de espécimes e é um dos maiores do mundo na área. A instituição promove centenas de atividades e exposições – de imagens, de bichos, de tesouros científicos – ao redor do mundo, e já trouxe ao Brasil algumas dessas iniciativas. O diretor, contudo, pretende ampliar essa colaboração, tornando o País um de seus principais parceiros. Além de trazer exposições que atraem milhares de visitantes à sua sede, o museu demonstra interesse também de receber mais contribuições brasileiras: tanto na participação em concursos quanto no envio de itens nacionais para além do continente e a participação de mais cientistas – e do público em geral – nos programas de um dos maiores museus do mundo.


"Já mantemos colaborações com cientistas do Brasil, o que é uma das razões que nos trouxe aqui, porém queremos desenvolver mais essa cooperação. Atualmente acontece que as pessoas mantêm contato em iniciativas individuais – e temos cerca de 75 colaboradores brasileiros no Museu de História Natural. Há uma boa quantidades de instituições no País com as quais gostaríamos de fazer parcerias", revelou Dixon em entrevista por telefone ao Terra no último dia de sua visita em São Paulo. Durante os quase 10 dias em que permaneceu no Brasil neste mês, o diretor do Museu de História Natural teve uma agenda cheia: participou de reuniões com entidades, conversou com representantes de ministérios e visitou museus em 
São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.O diretor britânico gostaria de compartilhar e integrar coleções entre diversos museus do 
mundo.


















Foto: Consulado Britânico de São Paulo / Divulgação


Dixon relatou conversas consideradas produtivas com os ministérios da Cultura, Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação. O teor era o mesmo: a busca de uma parceria bilateral para incentivar o crescimento de museus no Brasil e a participação nacional nas iniciativas londrinas. Das reuniões, surgiram propostas. Uma delas inclui a digitalização de espécies da fauna e flora brasileiras – itens que estão presentes em um dos maiores museus do mundo dedicados ao estudo das coisas vivas ou já extintas. O governo, revelou Dixon, demonstrou grande interesse na colaboração com o museu.


"Conversamos sobre diversas áreas em potencial com que poderíamos colaborar, principalmente em pesquisa. O País tem grandes aspirações como uma nação científica, e apesar de já ser considerado um local importante para a ciência ao redor do mundo, ainda há muito potencial a ser explorado. Meu interesse em vir aqui é também porque o Brasil tem uma boa história, mas o potencial é ainda maior", garantiu o diretor do Museu de História Natural de Londres.


Ciência sem Fronteiras e pesquisas no Brasil
O diretor exaltou o programa Ciência sem Fronteiras, que levou alguns brasileiros a passar pela instituição enquanto estudam fora do País. Para ele, essa é uma boa oportunidade para estudantes aprenderem o que talvez não pudessem aqui. Dixon revelou o desejo de receber mais jovens por meio dessa iniciativa, e propôs que também seja feito o caminho inverso: que britânicos venham aprender em território nacional para depois aplicar os conhecimentos no Reino Unido.


A visita ao Brasil – que incluiu passagens por museus paulistas de geociências, arqueologia e zoologia, o Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, o Instituto de Inhotim, em Minas Gerais, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, entre outros – foi realizada com três objetivos principais: entender as leis e a diversidade cultural no País, como os museus participam desse processo e se há oportunidades de colaboração com institutos e universidades nacionais. Dixon veio ainda entender a importância dos museus para a população, e se mostrou descontente com a falta de locais dedicados à história natural e com a baixa incidência de museus nacionais. Ele lamenta a falta de uma grande instituição aberta ao público que represente a diversidade nacional.


Para Michael Dixon, os museus unem pesquisa científica, cultura e educação, e atrair a atenção da população – e de turistas – depende, além do reconhecimento, também de iniciativas inovadores e uma atraente conexão social. A parceria com a respeitada instituição britânica poderia contribuir nesse sentido, acredita ele. "Existe um interesse do público por aprender mais, e temos que incentivar isso. Promover exibições aqui poderia atrair a atenção de mais pessoas para museus e, além disso, conscientizar a população sobre questões ambientais e animais, por exemplo."



Ele compara a cultura no Reino Unido – onde, estima, 50% dos adultos visitam museus pelo menos uma vez por ano – à do Brasil, em que aproximadamente 20% manteriam esse hábito. Em um local que recebe milhões de pessoas anualmente e as visitas continuam aumentando, a parceria com iniciativas brasileiras poderia levar a ganhos de ambas as partes. "Trabalhar nesse tipo de colaboração poderia ajudar os dois lados a conquistar mais do que têm conquistado até agora. Acho que o importante é aprendermos um com o outro."