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domingo, 17 de novembro de 2013


Fase inicial do projeto faz 'raio-x' das condições do prédio de 180 anos. Sanitarista passou a infância na histórica cidade de São Luiz do Paraitinga.

Antigo casarão da família de Oswaldo Cruz em São Luiz do Paraitinga tem quase 200 anos. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)


O primeiro prédio de São Luiz do Paraitinga (SP) tombado pelo patrimônio histórico, a casa do sanitarista Oswaldo Cruz, começou a ser restaurado. O espaço de 180 anos, com estrutura de taipa e pilão, deve ser totalmente reformulado até maio do ano que vem. Na fase inicial do projeto, pisos, paredes e telhado estão passando por uma espécie de raio-x. A restauração do prédio faz parte do projeto de reconstrução do Centro Histórico da cidade.

Os engenheiros estão fazendo o levantamento das condições da casa. "Esse momento é como se a gente tivesse um paciente no consultório e estivesse analisando, fazendo raio-x, olhando para dentro das paredes e vendo quais são os problemas que ela causa estruturalmente. A gente consegue com isso avaliar qual o comportamento desse maciço da parede. Todo o barro funciona como um maciço, é importante que a gente avalie o comportamento dele como um todo”, explicou o coordenador da restauração, Alessandro Pompei.
Pisos, paredes e telhado estão sendo analisados
pelos técnicos. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)

O mesmo processo foi feito no telhado e nos alicerces, que são de madeira. "É uma madeira que estava sustentando as paredes em contato com o solo, então acabou apodrecendo, teve ataque de cupins. E esse raio-x que a gente está fazendo determina o que vai ser trocado, o que vai ser reforçado, como vai ser tratado isso na restauração", reiterou Pompei.

A arquiteta Júlia dos Santos diz que a antiga cozinha pode ter sido a mais mexida. “A gente não tem registro da data de demolição de um fogão a lenha da cozinha. Posteriormente foram construídos banheiros numa intervenção que não foi apropriada e agora também vai acomodar os banheiros do museu”, explicou. Na área externa será construído um espaço que deverá compor o futuro Museu Oswaldo Cruz.

História
A casa tem 15 cômodos, uma construção de alto padrão para a época. Oswaldo Cruz, nascido em 1872 em São Luiz do Paraitinga, morou na cidade até os cinco anos, quando depois se mudou com os parentes para o Rio de Janeiro. A família decidiu manter o casarão, que passou por algumas reformas.

"Oswaldo Cruz foi um grande cientista, um dos maiores do país, isso fortalece a identidade local, é uma cidade que é histórica, que precisa desse espaço, é muito importante. E é uma cidade que tem o privilégio, com dez mil habitantes, tem dois cientistas, que é Oswaldo Cruz e o Aziz Ab'Saber, que fazem a cidade se orgulhar muito", afirmou o historiador Rafael Cursino.

Futuramente, a casa deverá também abrigar o memorial da reconstrução de São Luiz do Paraitinga, devastada por uma enchente em 2010.


fonte:
http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/11/criacao-de-museu-transforma-antigo-casarao-de-oswaldo-cruz-em-sp.html

Rio de Janeiro terá debates sobre egiptologia

Museu Nacional promove quatro dias de palestras e discussões sobre a cultura e história do Egito Antigo em dezembro. Estudiosos de universidades brasileiras participam da iniciativa.

São Paulo – O Programa de Pós-graduação em Arqueologia do Museu Nacional promoverá em dezembro quatro dias de debates sobre egiptologia no Rio de Janeiro. A egiptologia estuda a cultura egípcia, desde a era pré-dinástica até a história mais recente, mas principalmente o período faraônico. O evento deve reunir pesquisadores da área com o objetivo de gerar um ambiente propício para a cooperação e divulgar o conhecimento sobre o Egito Antigo.

O evento é chamada de Semna (Semana de Egiptologia do Museu Nacional), em referência a designação de uma fortaleza construída pelo faraó Senusret I na antiga Núbia, onde hoje fica o Sudão. Ele ocorrerá no auditório da Biblioteca do Museu Nacional, que fica na Quinta da Boa Vista, na capital fluminense, e pode ser acompanhado tanto por acadêmicos como por pessoas interessadas no assunto. A participação é gratuita, mas há número limitado de vagas.

Entre as palestras apresentadas estarão Sociedade e a Economia no Egito Antigo, a cargo da professora Nely Feitora Arraes, do Centro Universitário La Salle (Unilasalle); hierarquia e mobilidade social no Egito Antigo, que será abordado pela doutoranda da Universidade de São Paulo (USP), Maria Thereza David João; Implicações Econômicas dos Templos Egípcios e a Constituição de Poderes Locais: um estudo sobre o Reino Antigo, pelo doutorando Fábio Frizzo, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Também o doutorando Julián Alejo Sánchez, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falará sobre a importância da teoria na egiptologia econômica; e o doutorando Rennan de Souza Lemos, da mesma instituição, vai falar sobre o estudo de Akhetaton por fontes escritas e arqueologia. Haverá ainda uma série de outros temas dentro da egiptologia com especialistas de várias instituições de ensino do Brasil.

A abertura será uma homenagem ao imperador brasileiro Dom Pedro II, considerado pelos egiptólogos o primeiro deles em função do seu interesse pelo país árabe e sua história antiga. Antonio Brancaglion Junior, referência em egiptologia e curador da coleção egípcia no Museu Nacional, será um dos especialistas que abordará o tema.

O Museu Nacional faz parte da UFRJ e possui uma coleção egípcia reconhecida por seu tamanho e também pelo caráter único de algumas das peças. Ele funciona como museu, mas também como instituição científica, com cursos de extensão e pós-graduação em áreas como arqueologia, zoologia, botânica, antropologia, geologia, gramática e línguas.


Serviço:

SEMNA - Semana de Egiptologia do Museu Nacional
02 a 05 de dezembro de 2013
Auditório do Horto – Museu Nacional – Quinta da Boa Vista – Rio de Janeiro
Informações e inscrições: http://semna2013.wordpress.com/
Programação: http://semna2013.wordpress.com/2013/10/12/programacao/

MAC vai restaurar obra de Odilla Mestriner de graça

Após anos sofrendo a ação do tempo, uma das obras mais importantes da artista plástica Odilla Mestriner (1928-2009), “Fundação de Ribeirão Preto”, vai passar por restauração, que será feita pelo MAC - USP (Museu de Arte Contemporânea) sem custo nenhum para a cidade. 





O problema é que o transporte da tela até a sede do museu, na capital, ficou a cargo da Prefeitura e ainda não foi feito por questões “burocráticas/orçamentárias”. Pelo menos é o que informa o secretário municipal da Cultura, Alessandro Maraca. “Preciso fazer uma mudança na dotação orçamentária [para a Cultura] porque não tenho uma verba específica para isso”, justifica Maraca.

O secretário diz que recebeu a notícia oficial sobre a restauração há um mês, por meio da diretoria do Instituto Odilla Mestriner. Desde então, pesquisou o orçamento para transporte e para seguro da tela. “O valor mais barato ficou em R$ 5.800 mil, o que não é muito alto, mas estamos resolvendo a questão. Até segunda-feira (17) devo ter a data exata para o envio”, diz.

Obra ficou anos no Museu do Café

A restauração de “Fundação de Ribeirão Preto”, obra de 1956, saiu do papel graças ao trabalho do Instituto Odilla Mestriner junto ao Museu de Arte Contemporâneo da USP.

Maria Luiza Mestriner, irmã de Odilla e presidente do instituto, conta que, no início do ano, conversou pessoalmente com o diretor do MAC, o ribeirão-pretano Tadeu Chiarelli.

Amigo e admirador da obra da artista, Chiarelli providenciou, em junho, a vinda de profissionais do museu para avaliar o quadro, instalado na área de reserva técnica do Museu de Arte de Ribeirão (Marp).

O grupo era encabeçado por Paulo Roberto Amaral Barbosa, chefe da Divisão Técnico Científica do Acervo do MAC.

“Foi feito um relatório pela equipe que aprovou a restauração. E de graça. Imagine a importância disso, porque são profissionais que trabalham com obras de artistas como Di Cavalcanti, Anita Malfati e Picasso, integrantes do acervo do MAC”, informa Maria Luiza.

Para o diretor do Marp (Museu de Arte de Ribeirão Preto), Nilton Campos, a restauração de “Fundação de Ribeirão Preto” é mais que necessária, já que se trata de uma obra emblemática na carreira de Odilla. “Vem de uma fase bacana da artista, inicial, antes dela ter participado das várias bienais em São Paulo. É uma pintura que traz toda a característica do desenho, algo importante na produção dela”, informa Nilton.

Segundo ele, apesar de ter ficado tanto tempo sem algum restauro, o quadro de 57 anos está em bom estado. “É perceptível manchas causadas por umidade e infiltração. O que precisa é de higienização e reparos”, comenta.

Sob encomenda

Odilla Mestriner desenhou “Fundação de Ribeirão Preto” sob encomenda, feita pelo então prefeito Costábile Romano para as comemorações do Centenário de Ribeirão Preto, em 1956.

Naquele ano, Costábile também trouxe para a cidade artistas italianos radicados no Brasil, como Bassano Vaccarini, para participar das festividades. Foi uma revolução das artes plásticas em Ribeirão.

De um museu a outro

De acordo com Maria Luiza, a obra de Odilla, então uma jovem de 28 anos, foi doada para o prédio da Prefeitura e anos depois foi levada para o Museu do Café. Ali, ficou a mercê da ação do tempo e de infiltrações nas paredes do museu.

O Instituto Odilla Mestriner, criado pelos familiares para a catalogação e preservação das obras da artista plástica, procurou a então secretária da Cultura Adriana Silva para uma solução ao problema. O quadro foi enviado então para o Marp, onde ficou guardado na reserva técnica da instituição.

“É uma obra muito bonita, com elementos que tratam da história de Ribeirão, como a cruz que simboliza a igreja e as figuras dos colonos”, diz Maria Luiza.



Milena Aurea / A Cidade 

Nilton Campos, do Marp, comenta a obra ‘Fundação de Ribeirão Preto’, de Odilla Mestriner (foto: Milena Aurea / A Cidade)

fonte:
http://www.jornalacidade.com.br/lazerecultura/NOT,2,2,900493,MAC+vai+restaurar+obra+de+Odilla+Mestriner+de+graca.aspx