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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Estrela circense caldense é homenageada no Museu do Ciclismo

O Museu do Ciclismo presta homenagem a Maria Laura Andrade, a caldense que “foi o rosto e voz dos melhores circos do mundo”, refere o director daquele espaço, Mário Lino. A mostra, que será inaugurada amanhã, 1 de Fevereiro, pelas 16h00, apresenta fotografias de palhaços, ciclistas equilibristas e, sobretudo, de Laura, que se tornou numa figura “emblemática do circo, mas também ligada à história do ciclismo e da bicicleta”.

Maria Laura Cartaxo nasceu nas Caldas a 24 de Julho de 1926 e deixou a terra natal em jovem, para acompanhar o ilusionista Kyoto, por quem se tinha apaixonado durante a passagem do Circo Luftman pela Feira do 15 de Agosto. Foi depois artista e apresentadora em alguns dos circos mais famosos do mundo, como o Americano, o de Moscovo, o Alemão, o de Viena, da Hungria e de Espanha. Faleceu no ano passado em Barcelona, onde vivia.

Na investigação de Mário Lino é possível encontrar alguns anúncios da Gazeta das Caldas, datados de Agosto de 1959, que dão conta da actuação da artista caldense Laura, juntamente com o Circo Prin, instalado no Bairro do Borlão.

De acordo com Mário Lino, também terá sido em meados do século XIX que a bicicleta apareceu pela primeira vez em Portugal, no Circo Price, em Lisboa, situado junto à Rua do Salitre e demolido aquando a construção da Avenida da Liberdade, em Lisboa. “Daí para cá não houve nenhum circo que não tivesse tido impresso nos seus programas números de palhaços ciclistas equilibristas e ciclismo acrobático de alta performance”, refere.

A homenageada desta mostra, por diversas vezes fez a apresentação de números de ciclismo acrobático, que “muito contribuíram para a divulgação da bicicleta”, especifica Mário Lino justificando assim esta exposição no Museu do Ciclismo.



Simultaneamente no museu será inaugurada a exposição da colecção de Mário Lino “Latas embaladas com história”, onde se apresenta um vasto conjunto de latas litografadas, nacionais e estrangeiras, para recordar e homenagear artistas e operários das esquecidas artes litográficas. Entre elas, algumas são de empresas das Caldas, como é o caso da Frias & Gonçalves e da J.A. Mineiro, ambas datadas da primeira metade do século passado.

Podem ser apreciadas latas em “folha de flandres” e outras, que depois de servirem para embalar café, cacau, chá, bolos, bolachas, chocolates, rebuçados ou caramelos, foram “tantas vezes transformadas em cofres para guardar segredos de amores proibidos”, conta. Outras, depois de servirem o seu objectivo principal, foram recuperadas por costureiras para arrumar tesouras, dedais e agulhas necessárias à actividade de corte e costura, também podem agora ser apreciadas nesta mostra.
Fátima Ferreira

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