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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

UFSC na mídia: Museu da UFSC expõe acervo arqueológico de cinco décadas de pesquisas

Quando o homem moderno se surpreende ao perceber a rapidez com que a tecnologia tem avançado nos últimos tempos não faz ideia do que eram capazes de fazer os povos que habitavam a terra há centenas ou milhares de anos, sem qualquer recurso ou conhecimento prévio. Exemplares impressionantes desses materiais, em forma de utensílios domésticos e de higiene, ferramentas, adornos e artefatos bélicos, resgatados de sítios catarinenses coloniais e pós-coloniais e de onde viviam os povos Guarani, Jê e do Sambaqui, além de representações rupestres e oficinas líticas não datadas, podem ser vistos até novembro, em Florianópolis, na exposição “Arqueologia em questão: percorrendo o litoral catarinense”, no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina (MArquE/UFSC).



Utensílios domésticos, ornamentos e artefatos bélicos são alguns materiais expostos na mostra

Resultado de cinco décadas de pesquisas realizadas por professores e técnicos da área de arqueologia da universidade, a mostra, que tem curadoria de Luciane Zanenga Scherer, abre pela primeira vez ao público o acervo arqueológico do MArquE com recorte exclusivo no litoral catarinense. A exposição foi aberta em 29 de maio, mas teve que ser fechada em seguida devido a uma greve desencadeada por funcionários da UFSC. Há algumas semanas o museu voltou a funcionar e a partir de hoje passa a receber também visitas pré-agendadas de escolas da região.

Segundo Vanilde Rohling Ghizoni, uma das coordenadoras de montagem da exposição, a mostra representa um momento marcante para o MArquE, que ganhou novo espaço expositivo há dois anos. “Essa exposição é única porque retrata um momento da instituição e está dando visibilidade ao nosso acervo. Montar uma exposição desse nível exige muito trabalho e principalmente recursos humanos e é a primeira vez que há na UFSC algo com esse recorte”, diz.

A disposição dos materiais, complementados por textos, fotografias e vídeos, segue um trajeto cronológico por sete eixos que iniciam em uma representação didática sobre como os arqueólogos realizam as escavações, e seguem pelos módulos de sítios coloniais e pré-coloniais, Guarani, Jê, Sambaqui, representações rupestres e oficinas líticas.

Passado desvendado

Muito mais do que mostrar ar ao homem moderno a capacidade criativa que os antigos povos possuíam, as peças encontradas nas escavações arqueológicas ajudam os pesquisadores a descobrir os hábitos de vida que cada um deles tinha dentro de seu período de existência. “Os materiais de uso cotidiano dos períodos colonial e pós-colonial, por exemplo, conseguem representar suas classes sociais”, explica Flora Bazzo Schmidt, pedagoga responsável pelas visitas guiadas da exposição. Segundo ela, no caso de povos ainda mais antigos, como o do Sambaqui, o material encontrado é capaz de dizer ainda o que eles comiam e para onde costumavam ir.

A maior parte das peças expostas não pode ser tocada, mas as quatro oficinas líticas dispostas no museu, e que fecham o trajeto pelos sete módulos, permitem que os visitantes sintam a textura deixada nas rochas utilizadas na fabricação de ferramentas.

Antes de retornar para a reserva técnica, o acervo deve permanecer no museu aberto à visitação até 30 de novembro. Por causa de uma greve “ao contrário” comandada novamente pelos funcionários da universidade, o MArquE está com horário ampliado (das 8h às 20h) desde o último dia 6, mas assim que ela chegar ao fim, o funcionamento volta ao normal.

Serviço:
O quê: exposição “Arqueologia em questão: percorrendo o litoral catarinense”.
Quando: visitação até 30 de novembro, de terça a sexta, das 9h às 17 horas.
Onde: MArquE/UFSC, Trindade, Florianópolis.
Quanto: gratuito

Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti Notícias do Dia, 16 de outubro

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