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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Museu Trabant (TrabiWorld) -Das erste Trabi Museum in Berlin. Erleben Sie die Welt des Volkswagens der DDR - der Trabant. Direkt am Checkpoint Charlie. Nostalgie garantiert!

Já aqui falámos de Trabant, mas convém referir que no centro de Berlim, não muito longe de locais como a Topografia do Terror ou o Checkpoint Charlie, existe um museu inteiramente dedicado ao veículo mais popular da República Democrática Alemã. Chama-se Trabi Museum e fica situado no nº 97 de Zimmerstrasse, a poucos metros do Checkpoint Charlie, sendo facilmente visível da rua (de caminho, tem um Panorama do Muro, a evitar a todo o preço). Aberto todos os dias das 10h00 às 18h00, com entrada a 5€, está associado ao Trabi World, um museu a céu aberto, escandalosamente oportunista, que se assemelha a um stand de automóveis, com a agravante de aqui serem todos da mesma marca e de, entre si, os modelos variarem pouco. 
 


Trata-se, no fundo, de uma descarada exploração de um dos símbolos da RDA, semelhante àquela que faz com que em todas as lojas de souvenirs existam à venda miniaturas desses automóveis. Mas, do ponto de vista da Östalgie, é inevitável falar dos Trabants.



Pouco mais do que um stand de automóveis





A sua popularidade tinha uma explicação, pouco edificante: o lamentável estado de conservação e o péssimo funcionamento dos transportes públicos na República Democrática Alemã. Foi isso que levou – o que não deixa de ser irónico num país colectivista – a uma opção em massa pelo transporte individual. Em 1988, um ano antes da queda do Muro, circulavam quase 2 milhões de Trabant RDA, logo seguidos de 606.000 Wartburg, igualmente de fabrico leste-alemão, e de 329.000 Lada, soviéticos.


Evitando ao máximo idas à oficina, frequentemente exigidas pela má qualidade dos veículos, os alemães de Leste tornaram-se especialistas em mecânica artesanal, passando os fins-de-semana à volta dos seus Trabant.

O tempo de espera por um Trabant chegava a atingir 16 anos e, correspondendo «Trabi» a uma palavra russa que significa «companheiro», não há dúvida de que essa espera contribuía em muito para o tornar um dos maiores amigos dos alemães de Leste. Chamavam-lhe «caixa de fósforos a motor» pois a sua estrutura era de uma austeridade total. A carroçaria era feita em Duroplast, um material sintético, para a tornar mais leve e evitar a importação de metal; os interiores eram monásticos e os motores extremamente simples.

Evitando ao máximo idas à oficina, frequentemente exigidas pela má qualidade dos veículos, os alemães de Leste tornaram-se especialistas em mecânica artesanal, passando os fins-de-semana à volta dos seus Trabant, a que dedicavam os maiores carinhos. Com isso, desenvolveram-se laços afectivos e de grande camaradagem entre os cidadãos da RDA, sobretudo os de sexo masculino, e os seus automóveis. Depois caiu o Muro e vieram os Mercedes e os BMW, mas perdurou a memória dos tempos passados na companhia dos Trabant. São pormenores destes que explicam a Östalgie.

Em complemento ou em alternativa ao universo do Trabi World – e se estiver mesmo interessado nos Trabis – pode efectuar uma excursão em Berlim num Trabant. No TripAdvisor dão-lhe uma excelente pontuação, o que diz muito da pouca fiabilidade dos comentários do TripAdvisor. No Trabi Safari, assim se chama o passeio, existem várias modalidades. Uma delas, que atravessa os pontos mais quentes da Guerra Fria, custa cerca de 80€ por pessoa, tendo a excursão a duração de cerca de duas horas. Claramente a evitar. Apesar de Berlim ser uma cidade plana, convém recordar sempre a anedota dos tempos do comunismo:

− O que é um Trabant a subir uma colina?
− Um milagre.

Museu Trabant
Horário: aberto todos os dias do ano, das 10h00 às 18h00.
Entrada: 5€ / adultos.
Endereço: Zimmerstrasse, 97
Endereço electrónico: http://www.trabi-museum.com

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