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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

"Todos podem ser Frida" no Museu da Diversidade Sexual

Projeto de Camila Fontenele de Miranda, fotógrafa paulistana radicada em Sorocaba, pode ser visto até fevereiro de 2015 em São Paulo
 


Até fevereiro de 2015, quarenta fotos do projeto Todos podem ser Frida, da fotógrafa paulistana radicada em Sorocaba Camila Fontenele de Miranda ficarão em exposição no Museu da Diversidade Sexual, na capital. Na mostra, que homenageia a pintora mexicana Frida Kahlo, Camila apresenta fotos seriadas e produzidas especialmente para compor o projeto, iniciado em 2012, e também imagens captadas a partir de intervenções públicas, quando pessoas se caracterizaram de Frida e posaram para a fotógrafa, em diversos eventos.
Também no museu, que fica no metrô República, as paredes foram pintadas e um estúdio foi instalado. Assim, os visitantes podem participar da intervenção fotográfica, se caracterizando de Frida e, depois, ter seu retrato incluso na exposição. Essas intervenções acontecerão nos dias 15, 16, 22, 23, 29 e 30 de novembro e 6, 7, 13 e 14 de dezembro, das 14h às 19h.
A ação foi lançada em parceria com a peça Frida y Diego, espetáculo de Maria Adelaide Amaral, que está em cartaz no Teatro Raul Cortez. Quem visitar a exposição pode ganhar um vale desconto para assistir à peça.
"A expectativa é grande pois o museu fica dentro do metrô República, onde há grande fluxo de pessoas. Sem contar que a exposição ficará até o dia 28 de fevereiro de 2015, então muita coisa pode acontecer. A ideia é que eu consiga levar o projeto em itinerância não só por São Paulo, mas para outros estados", planeja Camila, que há dois anos trabalha com o projeto.
O convite para a exposição partiu de um outro evento, a exposição/intervenção que a artista realizou no Sesc Sorocaba, e mobilizou muitos curiosos para conhecer o trabalho de Camila. "Muitas pessoas de São Paulo vieram para cá para conhecer o projeto, e entre elas estavam o Jefferson Duarte e o Renato Ribeiro, produtores culturais. Trocamos contatos e durante o ano firmamos o acesso até o Museu da Diversidade Sexual, apresentando o Todos podem ser Frida até que conseguimos firmar de fato." A produção da exposição, que tem a curadoria de Jefferson Duarte em parceria com os diretores do museu, começou em outubro.
"Desde que foi lançada no Facebook e em alguns canais midiáticos, a aceitação do projeto vem sendo surpreendente. Apesar de já ter feito outras exposições, a sensação é como se fosse a primeira vez por dois motivos: essa acontece na minha terra natal e, de fato, agora, o projeto vai questionar ao público a vertente diversidade/gênero como temática principal", defende.
Meio homem, meio mulher
"Inversão de valores, diversidade de gênero, conceito de beleza e comportamento social sintetizam a exposição", defendem os idealizadores no material de divulgação enviado à imprensa, sobre o projeto que começou em 2012 - ano que se comemorava os 105 de nascimento da pintora mexicana. Além do arrebatamento de Camila pela obra e história de Frida, o projeto também surgiu como um desafio pessoal, que era o de transformar as pessoas comuns em Frida, com direito a cenário, maquiagem e figurino característico, recriando o universo da pintora. Mas como transformar uma mulher na artista seria muito fácil, a fotógrafa foi além e convidou homens para representarem as muitas faces de Frida Kahlo. "Seria muito mais fácil transformar uma mulher em Frida, por conta dos traços femininos, vestidos e as cores. Com homens seria diferente tanto para mim, quanto para eles", defendeu Camila, que apresenta imagens tanto de homens quanto de mulheres caracterizados como a artista mexicana.
Para o projeto, a fotógrafa fragmentou algumas fases da vida da artista: as cores de Frida, as dores de Frida, os amores de Frida, a vida de Frida, e o aborto. "São momentos e características marcantes na vida e na personalidade da artista. Quero muito que as pessoas conheçam quem ela foi, pesquisem mais sobre ela", explicou.
Bissexual, uma mulher muito forte e muito sensível que não escondia nem a dor, nem o amor: essas são algumas das características que Camila destaca na personalidade de Frida Kahlo. "Para mim, Frida sempre foi muito forte, amorosa e guerreira. Creio que dentro dela batia um coração meio homem, meio mulher", justificou.
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti  www.museudadiversidade.com.br

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