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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Caça Mirage faz o último voo para museu no Rio

São Paulo - A festa do adeus foi na segunda-feira, dia 20 - o último voo, foi ontem, às 10h40, na base de Anápolis, a 140 km de Brasília. O Mirage 2000, de matrícula 4948, decolou rumo ao Rio de Janeiro. Chegou lá uma hora depois e pousou para sempre. Foi doado ao Museu da Aeronáutica, seu destino final. 

Mirage da esquadrilha que serve à FAB desde o ano de 2005Mirage da esquadrilha que serve à FAB desde o ano de 2005

O último voo foi pilotado pelo capitão Antonio Augusto da Silva Ramalho, do 1º Grupo de Defesa Aérea. Ramalho se disse “feliz, como piloto, pela honra da missão”. Aos 33 anos, operando desde 2010 os interceptadores Mirage, Ramalho reconhece “o salto qualitativo da aviação de caça brasileira”, com a chegada do novo jato supersônico de tecnologia avançada, o modelo sueco Gripen NG, selecionado dia 18, pela presidente Dilma Rousseff na definição do longo processo F-X2; durou cerca de 20 anos a contar do estudo preliminar e das consultas iniciais. 

A possibilidade é de que a expectativa do capitão, seus colegas e, ainda, a da complexa rede da indústria aeronáutica, seja superada. A encomenda inicial de 36 aeronaves, mais o conhecimento sensível - cuja liberação irrestrita é “cláusula pétrea” do acordo -, vai custar US$ 4,5 bilhões. E deve ser seguida de pacotes subsequentes, de longo prazo, até um total de 124 unidades contratadas a longo prazo, coisa de 10 a 15 anos, contemplando um horizonte além de 2030. A previsão pode ser maior, chegando a 160 jatos Gripen NG. O número é considerado o ideal para proteção integral dos pontos estratégicos do País, de acordo com um oficial combatente ouvido pelo jornal O Estado de S.Paulo. 

O plano da Força Aérea é substituir a frota atual por um só tipo padrão, capaz de ser configurado de forma personalizada para cada necessidade. A Marinha está na mesma sintonia. A aviação naval embarcada hoje no porta aviões São Paulo A-12 e, no futuro, a bordo do novo navio dessa classe que vai liderar a 2ª Frota, no litoral Norte/Nordeste, quer empregar a versão especializada do mesmo avião escolhido para a FAB. 

Em Anápolis, na sede do Grupo de Defesa Aérea, a dupla inicial de caças F-5M, que cumprirá a tarefa de proteger Brasília até a chegada dos Gripen, estimada para 2018, está pronta. Vieram de Santa Cruz (RJ) e de Canoas (RS). Na segunda mobilização ao menos um sairá de Manaus. Os 12 Mirage 2000C/B comprados usados, na França, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005, deveriam ter sido aposentados em 2011. A Aeronáutica montou um esquema de manutenção que imobilizou seis caças e manteve no ar o esquadrão remanescente.

fonte:
http://tribunadonorte.com.br/noticia/caca-mirage-faz-o-ultimo-voo-para-museu-no-rio/270655