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sábado, 25 de janeiro de 2014

Conferência debate presença sul-americana no futuro Fórum Humboldt

Evento reúne em São Paulo 20 personalidades do mundo das artes visuais da América do Sul. Elas discutirão a participação do subcontinente no Fórum Humboldt, centro internacional de cultura em construção na capital alemã.



Área onde está sendo construído o Fórum Humboldt em Berlim


O Instituto Goethe de São Paulo recebe neste fim de semana (25 e 26/01) o Fórum Humboldt, uma conferência fechada com participação de 20 personalidades selecionadas do mundo das artes visuais da Alemanha e da América do Sul.

O evento pretende definir a participação e a colaboração de instituições sul-americanas com o Fórum Humboldt, centro internacional de cultura que existirá dentro do Palácio de Berlim (Berliner Schloss der Hohenzollern), que está sendo reconstruído na capital alemã.

Segundo Klaus-Dieter Lehmann, presidente mundial do Instituto Goethe, e Hermann Parzinger, presidente da Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano, o Instituto Goethe de São Paulo é o escritório regional para América Latina e dispõe, portanto, "de uma rede adequada, tanto do ponto de vista logístico como também em termos de conhecimento dos especialistas da região".

No momento, o Instituto Goethe de São Paulo é também responsável pela programação cultural da Temporada Alemanha+Brasil 2013-2014 e já trabalhou com a Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano em diversas exposições e eventos culturais em todo o Brasil.

As discussões em São Paulo contarão, entre outros, com a presença do secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Araújo; de Lidia Goldmann, da Fundação Bienal SP; de Victoria Giraudo, do Malba em Buenos Aires; e de José Carlos Levinho, diretor do Museu do Índio/Funai.



Klaus-Dieter Lehmann, presidente mundial do Instituto Goethe

"São museólogos especializados nas áreas de etnologia e arte, pesquisadores e representantes de grupos indígenas, assim como artistas e curadores", explicaram os representantes das instituições que encabeçam o projeto na América do Sul sobre os participantes da conferência.

Participam também representantes do Museu Nacional do Rio de Janeiro; Museu Nacional de Arte de La Paz; Museu Goeldi (Belém); Museu de Arte Moderna de Salvador; Instituto Colombiano de Antropologia e História de Bogotá; representantes da Escola de Arte em Santiago do Chile e da Universidad Ciudad Bolívar da Venezuela e importantes curadores e artistas de diferentes países.

Temas históricos, perspectiva atual

Esse encontro se realiza tendo como foco o ambicioso projeto da construção de um centro de culturas não europeias na praça central em Berlim, no lado oposto à Ilha dos Museus.

O Humboldt Fórum é a integração dessas coleções não europeias, interpretadas a partir de uma perspectiva contemporânea. Desde o início devem ser levados em conta os aspectos de cada região, dos quais o Fórum Humboldt se ocupará – Ásia, África, América do Sul e do Norte e Pacífico.

As instituições participarão do desenvolvimento de conceitos através de troca de informações e conhecimento e construção e manutenção de uma rede de pessoas. "Neste ponto, o Instituto Goethe vê uma tarefa decisiva. A Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano considera muito importante que o Fórum Humboldt mantenha relações duradouras com todas as culturas do mundo, para que possa constantemente refleti-las de forma dinâmica em Berlim", afirmaram os líderes da conferência em São Paulo.



Parzinger, Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano, reitera importância das relações entre as culturas

O Palácio de Berlim quer ser um ponto de encontro de pessoas de todo o mundo, um local único de alcance internacional para a arte, cultura, ciência e educação. De perspectivas muito diferentes, o local focalizará desde temas históricos até temas atuais de relevância global.

Unidade de culturas

O Fórum Humboldt vai contar com uma nova apresentação do acervo do Museu Etnológico de Berlim e Museu de Arte Asiática da cidade. Para expandir essa coleção e dar uma visão global ao projeto, a Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano criou o Advisory Board, uma equipe de museólogos internacionais colaboram no desenvolvimento do conceito de exposições, a fim de evitar visões eurocêntricas e também para enfrentar de forma moderna os desafios desse grande projeto.

"Deve ser criada uma comunidade de aprendizagem, responsável por fortalecer a capacidade de diálogo ente as culturas através de uma política museológica ativa e aberta. Isso vale tanto para os museus sul-americanos entre si, quanto em relação à Alemanha", explicaram os organizadores da conferência.

Para a Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano, é importante para a configuração concreta do Fórum Humboldt a maneira como os museus na América do Sul apresentam a sua cultura, "como eles gostariam de ser apresentados e representados na Europa, quais as conexões estabelecidas na América do Sul entre arte antiga, indígena e contemporânea e como é visto aqui o futuro papel dos museus e instituições culturais na sociedade".



Obra terá fachada histórica e interior moderno

Em 2008, o arquiteto italiano Franco Stella ganhou o concurso internacional para a construção do Palácio de Berlim. Sua concepção contempla o barroco das três fachadas históricas na construção das partes novas usando uma linguagem arquitetônica clássica atemporal.

Com a construção do Palácio de Berlim, a avenida Unter den Linden receberá de volta o prédio que abrigou os reis da Prússia na cidade. Ao mesmo tempo, o prédio exibirá a oposição entre a arquitetura histórica de sua fachada e moderna de seu interior. O Fórum Humboldt adota esse contraste como tema, integrando passado e presente num diálogo intercultural.

"O Humboldt-Forum tem como base a visão de mundo cosmopolita dos irmãos Humboldt, que parte da igualdade de direitos das culturas do mundo. As discussões e a troca de ideias que desejamos realizar com museus na América do Sul também com especialistas da África, Ásia ou Oceania. Além do mais, a vizinha Ilha dos Museus em Berlim mostra a cultura da Europa e do Oriente Médio. A Ilha dos Museus e o Fórum Humboldt formam uma unidade de todas as culturas de forma igualitária. No meio de Berlim o mundo inteiro deve poder olhar a si mesmo", concluíram.

fonte:
http://www.dw.de/conferência-debate-presença-sul-americana-no-futuro-fórum-humboldt/a-17383712

Vaticano vai monitorar eletronicamente suas obras de arte

Empresa de tecnologia vai avaliar estado de conservação dos itens dos museus da Santa Sé


Afresco 'A Criação de Adão', pintado por Michelangelo no teto da Capela Sistina, no Vaticano (Getty Images)

O Vaticano anunciou nesta sexta-feira que irá implantar um sistema eletrônico para monitorar continuamente o estado de conservação das obras de arte de seus museus. Segundo informou o jornal italiano Il Corriere della Sera, a Santa Sé assinou um acordo de colaboração com a empresa de tecnologia italiana Enea, que permitirá "desenvolver as técnicas mais avançadas para a tutela de bens culturais".

Leia também: Vaticano conclui restauração de afresco de Rafael

O diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci, considerou que, assim, tecnologia e arte se unirão em uma "excelente aliança". Por sua vez, representantes da empresa Enea consideraram a Capela Sistina -- acessível ao público como parte dos Museus Vaticanos -- como um exemplo concreto da aplicação de sua tecnologia.

Segundo a empresa, a partir de agora será possível realizar inspeções oculares da Capela, de noite e sem necessidade de montar andaimes para chegar às pinturas da estadia, a fim de não incomodar os visitantes. As explorações poderão ser feitas a 25 metros de distância e com intervenções diagnósticas mais rápidas, com detalhes de até uma fração de milímetro. A empresa de tecnologia vai atuar também na proteção e prevenção de danos às obras de arte dos museus durante seus possíveis transportes e mudanças.

Os Museus Vaticanos receberam, em 2012, cerca de 5,5 milhões de visitantes, um número que os situa atrás somente do Museu do Louvre de Paris, do Museu Britânico de Londres e do Museu Metropolitano de Nova York.

fonte:
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/vaticano-monitorara-eletronicamente-suas-obras-de-arte

Leia também: A herança do sagrado: obras-primas do Vaticano e de museus italianos