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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Locomotiva centenária fica em exposição no museu de Londrina


Máquina é semelhante as utilizadas na década de 30 na região norte do PR. Peça de 1910 foi restaurada e passa a fazer parte do acervo expositivo.


Locomotiva a vapor fabricada em 1910 agora faz parte do acervo do Museu Histórico de Londrina
(Foto: Rodrigo Saviani/G1)

Uma locomotiva a vapor fabricada em 1910 agora faz parte do acervo expositivo do Museu Histórico de Londrina, no norte do Paraná. A máquina modelo Baldwin 480 foi restaurada por técnicos contratados pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Acoplada ao próprio tender, carro de carga para transportar lenha ou água, a locomotiva junta-se a dois vagões que já estavam no local. Uma forma de resgatar a memória e valorizar ainda mais o patrimônio histórico da cidade.

A locomotiva foi fabricada nos Estados Unidos e pertenceu à extinta Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF). Ela funcionou por mais de 70 anos, mas nunca passou por Londrina, chegando a cidade depois de aposentada. A máquina foi doada para a UEL, em 1999, como patrimônio histórico.

“Foram locomotivas semelhantes à que foi restaurada que trouxeram os imigrantes, levaram os produtos que a região produzia, como o café para os portos, principalmente nas décadas de 1930 e 1940. Essa locomotiva relembra toda a sua importância histórica ”, contou Regina Alegro, diretora do Museu Histórico.
Fotos históricas da antiga estação ferroviária também estão em exposição no museu (Foto: Acervo Museu Histórico de Londrina)

Memória
O local escolhido como nova casa da locomotiva não poderia ser melhor. Desde 10 de dezembro de 1986, o Museu Histórico ocupa o prédio da antiga Estação Ferroviária de Londrina. “Isso destaca ainda mais a importância que a ferrovia teve na nossa história e na nossa memória. Ela foi fundamental para o desenvolvimento de Londrina”, ressalta a diretora do museu.

O prédio foi inaugurado em 1952 e substituiu a primeira estação. Por ali passava a linha que vinha de Ourinhos. A diretora do museu lembra que a ferrovia era uma estratégia para fazer Londrina crescer e evoluir. “Era uma forma de passar a ideia de uma cidade moderna, e a locomotiva era um símbolo da modernidade naquela época”, explica.

Além da locomotiva, fotos históricas das estações ferroviárias e dos trens que passavem pela cidade estão em exposição no museu. Para os visitantes, observar a locomotiva e as fotos históricas é uma possibilidade de voltar no tempo. “O trem era uma atração. Era um sinal de modernidade. Sempre estava cheio. Desde pequeno eu vinha aqui pegar o trem com minha família, e era bem desse jeito, igual esse que está aqui hoje. É importante relembrar a história da cidade”, relembra o aposentado Antônio Reginaldo Veltrini.

Responsável pela restauração, William Capello também revive a história ao entrar no agora museu. “A primeira vez que entrei aqui, foi como se eu voltasse no tempo e enxergasse as pessoas, o movimento, os trens chegando e partindo”, conta.

Além do lado profissional, Capello teve outras motivações para assumir a missão de restaurar a Baldwin. “Meu avô ajudou a construir parte da sustentação do telhado desse prédio, quando era a estação ferroviária. Então, fazer isso é uma forma de minha família colaborar na preservação da memória da cidade”, afirma.
Trabalho de restauração começou em janeiro e
durou 50 dias (Foto: RPC TV Londrina/Reprodução)

Restauração
Segundo o restaurador William Capello, foi preciso reconstruir as peças que estragaram com o tempo e já não são mais fabricadas. “Essa é a arte, a maravilha da profissão. É como se voltássemos no tempo. Não existem mais aquelas peças e você faz com as próprias mãos”, disse.

Algumas peças originais serão preservadas, como a alavanca usada pelo maquinista. “Decidimos manter assim para conservar a originalidade dela. O suor da mão do maquinista colaborou com o desgaste da peça. Então, para conservar resolvemos deixa-la dessa forma, com as suas marcas”, explicou Capello.

O local onde ficava o maquinista também foi todo restaurado. “Todo o teto, as janelas, que são de madeira, e as portas, que são de madeira e vidro, tudo foi preservado e restaurado”, informou o restaurador.

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Locomotiva a vapor com mais de 100 anos é restaurada no Paraná

Durante o trabalho de restauração, algumas descobertas sobre a centenária locomotiva aconteceram durante o trabalho, como a inexistência de soldas, uma vez que as peças foram fixadas com rebites. Os estudantes da universidade que fazem parte do processo também descobriram que a máquina já passou por outros processos de restauração, já que alguns rebites foram substituídos por parafusos. Na recuperação, os rebites foram recolocados, em nome da originalidade da peça histórica.

O material utilizado na restauração permite que a locomotiva fique exposta aos efeitos do tempo sem correr risco de estragar e sofrer algum grande desgaste. "Nós utilizamos produtos e trabalhamos da melhor forma para que essa restauração dure o máximo possível", explica o restaurador.

Agora, a máquina passará por uma segunda etapa de restauração, com a instalação de peças similares as que foram perdidas com o tempo. Entre elas, está o apito da locomotiva. “Como não conseguimos achar tais peças, seja pela raridade ou inexistência, vamos montar e colocar algumas similares, deixando-a assim o mais perto possível de como era”, conta Capello.

Serviço - Museu Histórico de Londrina
Local:  
Rua Benjamim Constant, 900 - Centro.
Horário de atendimento: de terça a sexta=feira, das 9h às 11h30 e das 14h30 às 17h30; sábado e domingo, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h.
Informações: (43) 3323-0082.

Museu em Ímola é inaugurado com exposição dedicada a Senna

Filas enormes nesta quinta-feira marcaram a abertura da exposição dedicada à trajetória de Ayrton Senna no novo museu localizado na entrada do autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola. Trata-se do museu Checco Costa, mítico piloto de motovelocidade nascido na cidade.


Museu foi inaugurado 20 anos após morte do ídoloFoto: Reuters

Logo na entrada, um F1 Williams igual àquele que Senna pilotava em 1994. No segundo andar, a McLaren orginal com a qual Senna conquistou o primeiro título mundial, em 1988.


Ao longo do percurso é possível ver ainda macacões originais usados por Ayrton além dos inesquecíveis capacetes, inclusive aquele da primeira vitória em Estoril, em 1985 e aquele da última, em Adelaide, em 1993.

A exposição ficará aberta até o próximo domingo, 4 de maio.

Vinte anos sem Senna: relembre carreira do ídolo brasileiro














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Vinte anos se passaram desde que Ayrton Senna deixou o Brasil de luto. Nesta galeria de fotos, o Terra relembra a carreira vitoriosa do ídolo na Fórmula 1, desde o início na pequena Toleman até a morte trágica em Ímola depois de três títulos mundiais. Confira

Quando um museu decide colocar abaixo um capítulo da história de uma cidade


A confirmação da demolição do edifício do Museu de Arte Folclórica de Nova York, o American Folk Art Museum (AFAM), ocorrida em janeiro, criou uma forte cisão entre arquitetos, urbanistas e cidadãos nova-iorquinos. Sucessivos debates tomaram conta de blogs, jornais, revistas e redes sociais, com um desfile de argumentos a favor e contra a demolição do edifício, localizado na West 53rd. Na semana passada, porém, iniciaram-se os preparativos para que a construção venha finalmente abaixo nas próximas semanas. Pelo cronograma, até junho não terá sobrado mais nada. Com apenas 13 anos de existência, pois ficou pronta em 2001, a sede do AFAM mal entrou na adolescência e já teve a morte decretada. Será uma das mais breves existências já registrada por um edifício.

O Museu de Arte Folclórica de Nova York, à esquerda, e o vizinho MoMA: dias contados para a demolição (Jychen/Flickr)




Criada pelo casal de arquitetos nova-iorquinos Tod Williams e Billie Tsien, a obra chama a atenção por sua fachada de painéis metálicos que compõe uma dobra no formato de Y. Parece uma espécie de origami, que brinca com a ideia de que o metal pode alcançar a mesma leveza do papel. Uma construção pós-moderna e, ao mesmo tempo, quase artesanal. Outro chamariz do prédio é a sua vizinhança ilustre. Bem do seu lado esquerdo está o gigantesco MoMA, o Museu de Arte de Nova York, um dos mais visitados do mundo e considerado o principal entre todos os voltados à arte moderna. E é por causa dele que o edifício do AFAM está com os dias contados.

Fachada do antigo edifício do AFAM de noite e, ao lado, durante o dia: traços singulares (Kentriki)

O MoMa adquiriu-o há três anos, como parte de um plano para expandir-se. Como na época o Afam acumulava uma dívida de 32 milhões de dólares, a transação foi anunciada como benéfica para ambos, pois sanaria as contas de um e daria espaço extra ao outro. O Afam mudou-se para outro local, um edifício com entrada de vidro na Lincoln Square. E a diretoria do MoMA começou a investir em um projeto de expansão.

Diller Scofidio + Renfro foi o escritório contratado para criar os novos espaços. O trio assina o design de um dos mais bem sucedidos projetos que Nova York conheceu nos últimos anos, o parque High Line. Embora os profissionais afirmam terem buscado formas de preservar a fachada original, concluíram com aval do diretor do MoMa, Glenn Lowry, 59, que o melhor seria destruir tudo o que existe no lote. “Somos vítimas do nosso próprio sucesso”, afirmou Lowry ao explicar que com o crescente público visitante, é preciso criar áreas de circulação maiores.

Por ano, passam por ali cerca de 3 milhões de pessoas, fazendo do MoMa o sétimo mais frequentado do mundo, de acordo com um ranking global divulgado em 2011 pela revista The Art Newspaper. O Louvre, primeiro colocado, recebe cerca de 10 milhões de pessoas anualmente. Entre os brasileiros, o mais bem posicionado é o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, que ocupa a 14ª colocação com 2,3 milhões de visitantes ao ano. Seja onde for, o fluxo intenso de visitação faz com que em muitos museus pareçam mais estações de metrô lotadas do que propriamente um lugar para contemplar da arte. No caso no MoMa, embora a necessidade de expansão exista, a maneira como está sendo conduzida é o real motivo da polêmica.

Esboço divulgado pelo escritório Diller Scofidio + Renfro para o novo anexo: vidros e desenho impessoal

Por todo o mundo, os museus tornaram-se importantes espaços públicos e consagraram-se entre as principais opções de entretenimento das cidades. Antes voltados apenas aos estudantes, passaram a ser um bom programa para o final de semana, com potencial de transformar o que existe ao seu redor em promissoras áreas de efervescência urbana. O aumento do público dos museus é uma tendência do século 21. Hoje, há mais que o dobro de instituições de vinte anos atrás (são 55 000 no mundo todo, em comparação com 23 000 dos anos 1990).

Visitar um museu tornou-se uma forma de estabelecer um contato mais próximo com a cidade. Eles são uma ferramenta para a preservação da história não só dos acervos que comportam, mas das próprias cidades que os abrigam. Têm a capacidade de valorizar o que elas têm de melhor, como uma bela arquitetura. Assim, destruir uma fachada majestosa como a da antiga sede do Afam é enterrar um capítulo da vida nova-iorquina e desperdiçar traços belos e singulares. É também ir contra o que um museu representa, essencialmente um local para contemplação das belezas criadas por nossa civilização. Isso tudo sem contar o aspecto ambiental, já que jogar fora é sempre mais prejudicial do que reciclar.

Não há como negar que a paisagem de uma cidade está em constante transformação. Todos os dias, milhares de construções dão lugar a outras, algumas melhores e outras piores do que as anteriores. No geral, são obras sem relevância arquitetônica e pouco representativas para os cidadãos. Não é o caso da antiga sede do Afam. Segundo Tod Williams, em atividade com Billie Tsien desde 1974, esta é a segunda vez em que um projeto da dupla será posto no chão. “O primeiro foi uma loja e me deixou devastado.”

Nesses tempos em que a arte tornou-se mercadoria, os museus também passam por transformação. Nas palavras de um especialista ao jornal The Guardian, nas últimas décadas a arte passou a se acumular nas mãos de bilionários como fichas de pôquer. Em vez de reguardá-la desse intensa processo de monetização, os museus viraram, eles mesmos, parte do negócio, um fim em si mesmos. E isso parece justificar todos os meios.

fonte:http://veja.abril.com.br/blog/cidades-sem-fronteiras/2014/04/30/moma/

Evento internacional deverá reunir dois mil instituições em 42 países europeus

Museus de São Petersburgo abrirão suas portas na madrugada de 18 de maio

Neste ano o tema da tradicional “Noite dos Museus” em São Petersburgo será “Luz e Cor”. O evento acontecerá na noite do dia 17 para 18 de maio. Na oportunidade, os visitantes dos museus e salas de concerto terão a oportunidade de ver exposições, apresentações musicais, máster-classes, reconstituições históricas etc. durante a madrugada.

A lista de museus que participarão do evento ainda não foi divulgada, mas os organizadores garantem que o número de instituições que oferecerão diversas programações será grande. Neste ano, importantes museus como o Hermitage e o Kunstkamera já confirmaram que abrirão suas portas.

A “Noite dos Museus” é um evento internacional que acontece todo ano em 42 países da Europa. Aproximadamente, 2 mil museus não dormem durante uma noite do ano, abrindo suas portas para todos que se interessam em visitar os museus em horários não convencionais.

fonte:http://www.diariodarussia.com.br/cultura/noticias/2014/04/30/museus-de-sao-petersburgo-abrirao-suas-portas-na-madrugada-de-18-de-maio/