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domingo, 31 de agosto de 2014

Deve o Reino Unido devolver a coleção de mármores do Partenón a Atenas?

Foi há mais de dois séculos que o Reino Unido se apropriou de mais de metade do espólio do Partenón, em Atenas. O impasse dura desde aí: deve ou não devolver a coleção à Acrópole?
 
Coleção dos mármores do Partenón está desde o século XIX na posse do Museu Britânico, mas é controversaARIS MESSINIS



A história é antiga e a disputa já vai longa. Foi há mais de dois séculos que o Reino Unido se apropriou de grande parte do friso interno do Partenón - mais de metade da decoração daquele ícone da Grécia antiga – e não mais devolveu. São ao todo 75 metros de friso, de um total de 160, 17 esculturas e 15 painéis, que estão hoje no Museu Britânico e que os vários governos helénicos têm vindo a reclamar. A polémica não é de agora mas ganhou novo argumento quando, em 2009, os gregos construíram um novo museu, numa localização estrategicamente pensada, com uma sala vazia à espera do tão desejado regresso dos mármores.

A história, recuperada esta semana pelo El País, remete para o início do século XIX, entre 1801 e 1805, quando o embaixador britânico no Império Otomano, Thomas Bruce (conde de Elgin), fez uso de uma controversa permissão do Sultão para remover as peças de mármore do templo. A remoção demorou mais de 11 anos a ser dada por terminada e as esculturas foram depois transportadas para o Reino Unido por via marítima – apesar de muitos críticos compararem já na altura o ato do embaixador a um gesto de vandalismo. O objetivo inicial era o de decorar a sua casa (o Conde de Elgin era um conhecido apreciador de antiguidades), mas acabou por vender o espólio ao governo por 35 mil libras. Só depois, em 1816, após uma longa discussão no Parlamento, foi adquirido pelo Museu Britânico, onde permanece até hoje.

Mas não foi certamente por falta de apelos vindos da Grécia. O último esforço chegou este ano, em junho, depois de a embaixadora da Boa Vontade da UNESCO, Marianna Vardinoyiannis, ter lançado uma campanha sob o nome “Devolver (os mármores), Restaurar (o Partenón) e Recomeçar (a história)“, com o intuito de reacender o debate e intensificar esforços para o Londres devolver o espólio à Acrópole. Até porque, diz, “esta não é uma questão que diz só respeito à Grécia. É sobre a humanidade, e significaria o cumprimento do nosso dever com a história e a cultura para conseguir restaurar a unidade de um monumento icónico”.

Mas afinal o Reino Unido deve ou não devolver o espólio ao seu país de origem?

Os argumentos são muitos e pendem para os dois lados. Por um lado, há o argumento grego que diz que “o contexto é tudo” e a coleção, que dizem que deve estar unida para permitir contar a narrativa completa, só faz sentido se estiver alojada no local sobre o qual diz respeito – tal como a Capela Sistina não faria sentido se não estivesse no Vaticano. Daí que tenha sido criada uma sala envidraçada no novo museu a 300 metros da Acrópole, onde o friso e as esculturas de mármore ficariam posicionados precisamente de frente para o templo. Outro argumento é o da unidade, já que o espólio está espalhado, não só pelo Museu de Londres como também no Louvre, em Paris, e no Museu Nacional de Copenhaga, na Dinamarca.

Por outro lado, como defende o diretor do Museu do Prado, Miguel Zugaza, “os mármores de Elgin estão consolidados no seio de uma das coleções mais extraordinárias do planeta e mais necessárias nos dias de hoje para entender o mundo com uma perspetiva histórica completa”, e por isso estão bem entregues ao Museu Britânico. Segundo o diretor do museu de Madrid, “há um grande consenso entre os museus europeus sobre a resposta a dar a este tipo de reclamações”.

O certo é que é um tema complexo, que envolve muitos interesses não só culturais como económicos. “Do ponto de vista humano e lógico é justo que se devolvam ao lugar de onde foram retiradas, sobretudo porque existe já um museu na Acrópole desenhado para esse efeito”, diz ao El País o pintor Juan Uslé, que acrescenta que só se a UNESCO “contribuir de forma decisiva para estabelecer as diretrizes e os processos exatos nesse sentido” se sairá deste impasse secular.


fonte: @edisonmariotti http://observador.pt/2014/08/30/deve-o-reino-unido-devolver-colecao-de-marmores-partenon-atenas/

Ucrânia pretende desmontar exposição de ouro patente na Holanda

Os especialistas ucranianos do Museu Nacional de História da Ucrânia pretendem desmontar, a partir de 01 de setembro, os objetos da exposição de ouro da Crimeia patente na Holanda, declarou a vice-ministra da Cultura da Ucrânia, Svetlana Fomenko.




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A exposição é dedicada à arqueologia da Crimeia, desde o período da colonização grega (século VI aC.) até o início da Idade Média (séculos VI–VII d.C.). Entre os objetos da exposição há, em particular, achados arqueológicos das antigas cidades e assentamentos (Quersoneso, Panticapeu, Tyritake, Artesian), das sepulturas citas (Levadki, Ust-Alma), dos cemitérios góticos (Suvla-Kaia, Dzhurg-Oba, Neyzats, perto da aldeia Luchistoe).

Em 20 de agosto, o Allard Pierson Museum, em Amsterdã, decidiu deixar o ouro na Holanda. Até agora, o museu "não conseguiu tomar uma decisão e atender às exigências das duas partes interessadas" (da Ucrânia e da Crimeia).

Se toda a coleção não for devolvida à Ucrânia, durante setembro, já em 1 de outubro, os artefatos passarão a ser considerados contrabandeados, concluiu a vice-ministra.


Na foto: um dos objetos presentes na exposição

Olafur Eliasson cria um leito fluvial no Museu Dinamarquês Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art

Diluindo os contornos entre o mundo natural e o artificial com um único gesto, a primeira exposição solo do artista dinamarquês-islandês Olafur Eliasson, intitulada Riverbed (Leito Fluvial), leva o ambiente externo para o interior do museu.

Recriando uma enorme e encantadora paisagem composta por um leito fluvial de solo rochoso o artista se inspira profundamente na arte site-specific. A localização do Louisiana Museum of Modern Art na costa dinamarquesa confere um caráter cru, elemental e poderoso que se estende até o edifício como uma grande intervenção transformada em obra de arte.

 
Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art

A exposição de Eliasson questiona o significado e experiência do próprio museu, e as complexidades da relação entre o artista, o edifício e o espectador. Grandiosa e, ao mesmo tempo, humilde, a instalação subleva as expectativas do visitante e dança entre as definições do observador e participante. Ao explorar o processo de habitar o espaço, Eliasson direciona a atenção do visitante para a própria obra, encorajando o visitante a explorar a paisagem. Assim, o visitante está, simultaneamente, na exposição e sobre ela.Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art

Ao produzir uma paisagem, o artista evoca um sentimento primitivo de liberdade. Evitando expectativas tradicionais de comportamento e, embora associado a museus, Eliasson se livra de informações superficiais através do vazio da paisagem. Não há nada nas paredes e não há expectativas quanto às ações e experiências espaciais, o que permite uma liberdade de reflexão, pensamento, experiência sensorial e auto compreensão.Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art

Completando a exposição há uma série de vídeos (Your Embodied Garden, Movement Microscope, e Innen Stadt Aussen) que enfatiza o movimento, ao passo que o Model Room proporciona uma visão sobre o processo artístico de Olafur Eliasson.
 
Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art 
Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art
  Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art

Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art
  Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art 
 
Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art
 
  
Model Room. Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art
   
  Model Room. Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art
   
Cortesia de Louisiana Museum of Modern Art
 
Cita:Quddus, Sadia. "Olafur Eliasson cria um leito fluvial no Museu Dinamarquês" [Olafur Eliasson Creates an Indoor Riverbed at Danish Museum] 28 Aug 2014. ArchDaily. (Romullo Baratto Trans.) Accessed 31 Ago 2014.

fonte: @edisonmariotti Edisonmariotti http://www.archdaily.com.br/br/626113/olafur-eliasson-cria-um-leito-fluvial-no-museu-dinamarques