A oferta de Mari Alkatiri foi um dos pontos altos do segundo e último dia da Conferência Internacional "Memória e Identidade Nacional" que reúne em Díli especialistas de vários países lusófonos.
Usada como única forma de comunicação entre Timor-Leste e o exterior depois da invasão indonésia, a 7 de dezembro e até dezembro de 1978, a Rádio Maubere esteve, muitas vezes, em movimento pelas montanhas do país.
Com emissões em português, inglês e tétum, a rádio permitiu à Fretilin enviar mensagens codificadas para o exterior que, nos primeiros anos, permitiram perceber a dimensão de algumas das primeiras grandes operações das forças invasoras da Indonésia.
Na Austrália as comunicações eram recebidas por um grupo de timorenses e ativistas australianos que também movimentavam o recetor entre vários locais dentro e fora da cidade de Darwin, no norte do país.
Do lado australiano um dos ativistas que mais comunicações recebeu foi Rob Wesley-Smith, um dos mais conhecidos ativistas australianos pró-timorense, que doou o equipamento usado em Darwin ao National Film and Sound Archive australiano em dezembro de 2007.
Alkatiri foi hoje o responsável pelo encerramento da conferência, com uma intervenção marcada por várias histórias e memórias de vários momentos da resistência timorense e, posteriormente, das contradições inerentes à criação do Estado timorense.
"A identidade nacional é um processo dinâmico de afirmação permanente de valores e princípios", disse Alkatiri que suscitou sorrisos e aplausos, em muitos momentos da sua intervenção, dos presentes, entre os quais jovens do ensino secundário e superior.
Alkatiri saudou os esforços do ARMT em começar a catalogar e proteger o arquivo da memória de Timor-Leste, comprometendo-se a colaborar para fortalecer os registos existentes.
"Perdi um pouco da memória porque ma queimaram a 4 de dezembro de 2002", disse, recordando o incêndio da sua casa, em Díli, nos violentos incidentes desse dia.
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