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sexta-feira, 17 de julho de 2015

'Bembé do Mercado' celebra abolição da escravatura em Santo Amaro, Bahia, Brasil.

O 'Bembé do Mercado', evento tradicional de celebração à abolição da escravatura, ocorre nesta quarta-feira (13), no município de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. Patrimônio imaterial da Bahia, Brasil, a comemoração destaca memórias de resistência de pessoas negras que foram escravizadas.



A abertura das atividades será às 5h, por meio de uma alvorada e preceitos no Barracão do Bembé, que está localizado na Praça Municipal. Já por volta das 15h, o local recebe o seminário intitulado ‘África Mãe Ancestral’, que será acompanhado de apresentações culturais e posse do Conselho Gestor do Bembé, composto por representantes de povos de terreiros, do poder público e de universidades, e do diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), João Carlos de Oliveira.

Também serão lançados no evento a nova edição do livro 'Festa do Bembé', que tem mais de 170 imagens entre fotografias, mapas e infográficos, e um videodocumentário com depoimentos de participantes e organizadores da festa, ambos produzidos pelo IPAC.

Às 21h, tem início o 'Xirê', palavra Yorubá que significa roda ou dança utilizada para reverenciar e festejar os Orixás. As celebrações seguem no domingo (17). Entre as presenças já confirmadas no evento estão o ministro da Cultura, Juca Ferreira; a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado; e os titulares da Secult e Sepromi, Jorge Portugal e Vera Lúcia Barbosa.


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...Yemanjá, de dentro das águas, responde com o bem.

Que pode ser chamada para trazer prosperidade. 

 Minha mãe,

A que sorri elegantemente.

Você é minha senhora... 


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É igualmente importante perceber aspectos das diversas trajetórias das populações de africanos e afro-descendentes, na experiência das possíveis liberdades e da reivindicação de direitos, diante do novo Estatuto de Cidadania, após a promulgação da Lei Áurea. Também interessa compreender as disputas e sociabilidades na ocupação do espaço público, no contexto do Pós-abolição.

A Festa é compreendida pelos participantes como obrigação religiosa de agradecimento aos orixás Iemanjá e Oxum. Essa festa é emblemática, uma vez que ressignifica aspectos da experiência social e cultural das populações escravizadas, bem como fornecem referências para uma maior compreensão dos conflitos do Recôncavo Açucareiro, experiência ainda pouco conhecida, na medida em que reorienta os olhares sobre a memória social do Atlântico Português, cujas populações de diferentes origens, oriundas do continente africano, reconstituíram suas experiências e construíram a historieidade daquele local.
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Conceitualmente, as pesquisas revelam que o Bembé não é um candomblé de rua, pois esse conceito se aplica aos afoxés, mas sim um candombé realizado para evitar infortúnio e ampliar a ventura para todos os habitantes da cidade, acontecendo em espaço público, no Largo do Mercado. Naquelas datas destinadas ao festejo, as comunidades de terreiro sacralizam alguns espaços da cidade, territorializando seus valores religiosos, a saber, as práticas sagradas do candomblé, e constituem-se nos ritos religiosos que caracterizam aquela celebração.

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O Recôncavo Baiano, uma das regiões mais importantes do País, é caracterizado pelas singularidades socioculturais das populações, sobretudo dos povos afro-descendentes, cujo processo cultural foi marcado pela lógica dos processos históricos da colonização e da escravidão. Atualmente, as culturas de matriz africana no Brasil também são afetadas pela globalização, que tende a homogeneizar os ambientes e a fragmentar as identidades locais, permanecendo muitos valores tradicionais reinventados, como a religiosidade, a culinária (feijoada, acarajé, pirão de galinha, maniçoba) e o maculelê. 
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fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/05/bembe-do-mercado-celebra-abolicao-da-escravatura-em-cachoeira-na-ba.html
https://drive.google.com/file/d/0B4oIcS6SMfeqaW9xRzkxckRmOVU/view?pli=1

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