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sábado, 18 de julho de 2015

Clicar aqui para ler artigo série 1/7 - A linguagem cinemática: uma nova linguagem? O conteúdo parte para uma abordagem histórica sobre o uso inicial do videoteipe pelas artes plásticas, sua legitimação por grandes museus e seu posterior desdobramento para outras formas de arte englobadas sob o nome de arte-comunicação.

Dentro da abordagem a propósito dos avanços propiciados pelas novas tecnologias, o texto com postagens de 1/7 até 7/7, procura fundamentar a intertextualidade que passa a existir entre as artes plásticas e a comunicação a partir do momento em que artistas plásticos se apropriam dos meios de comunicação como forma de expressão artística, nos anos 60 do século passado. 



O conteúdo parte para uma abordagem histórica sobre o uso inicial do videoteipe pelas artes plásticas, sua legitimação por grandes museus e seu posterior desdobramento para outras formas de arte englobadas sob o nome de arte-comunicação. A partir dessas manifestações, o artigo analisa as transformações ocorridas nas formas de recepção da obra de arte, quando essa se transforma em linguagem, e linguagem cinemática, e consequentemente, em comunicação.

Introdução
Foram muitas as aplicações do videoteipe e, posteriormente, das mídias digitais, nas artes plásticas, no transcorrer de sua história.

Quando a Sony Corporation lançou, no início dos anos 60 (séc. XX), um equipamento portátil de televisão relativamente barato, estava sendo publicada a obra de Marshall McLuhan, Understanding media, obra sintomática do início de todo um debate em torno dos meios de comunicação de massa. Essa tendência amplia-se para o campo das artes, que passa a se utilizar das novas tecnologias como forma de expressão artística. O desenvolvimento tecnológico passa a capitanear um papel fundamental na vida social.

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Historicamente o artista plástico era aquele que oferecia ao seu público experiências relacionadas com o imaginário de sua cultura, e que, através de um trabalho de reconhecimento e empatia, reinterpretava seus significados para uma audiência maior. Hoje, a tecnologia cria condições para que este incorpore à sua obra novas ferramentas e técnicas que transformam o objeto de arte, o que se transformou em uma necessidade cultural. (DAVENPORT apud GUBERNIKOFF, 2010, p. 123).
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Em 1964, Nam June Paik comprou o primeiro equipamento de videoteipe e o integrou a um contexto escultural. Hoje, é evidente que o uso do vídeo nas artes plásticas se constitui em uma ferramenta admirável que permite a exploração de novos objetos na arte contemporânea. Inicialmente empregado como uma crítica aos meios de comunicação de massa, mais especificamente à televisão comercial, presentemente é quase impossível indicar a variedade de empregos do videoteipe por artistas plásticos em obras de arte pessoais.

No início, eram três as formas de videoteipe empregados em exposições de arte: os VTs de orientação sociológica, que denunciavam aspectos da vida social ignorados pela televisão comercial; os voltados à pesquisa e manipulação do potencial eletrônico do meio; e os utilizados pelos artistas para explorar e transmitir preocupações estéticas mais amplas. 

O fato de um número cada vez maior de artistas vir a trabalhar com os meios de produção para a televisão, especulando sobre sua natureza, causou perplexidade entre os críticos e o público da época. Afinal, a televisão não era um “imenso deserto”, símbolo dos interesses econômicos capitalistas?

Essas críticas feitas com relação às obras de arte que se utilizavam do videoteipe ignoravam a reestruturação radical que ocorrera na indústria da televisão, provocada pela introdução de equipamento portátil, leve e barato, que tornara acessível a todos a manipulação de imagens audiovisuais. 

Na verdade, a arte do vídeo, em toda sua variedade de formas, deveria ser avaliada a partir de uma apreensão dos problemas estéticos contemporâneos impostos pelo novo meio. Com a introdução do videoteipe, um grande número de dispositivos para a gravação e reprodução de imagens e sons, tais como equipamentos para filmar, editar e projetar, tornou-se acessível ao artista, que passou a se utilizar desse sistema da televisão com o intuito de destacar esse material do desenvolvido pela mídia. E o videoteipe passou a ser exibido em circuitos fechados, no ambiente de museus e em galerias comerciais.


Continuação: dia 19/07/2015 as 12h00min série 2/7

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti
produção bibliográfica de Giselle Gubernikoff

Giselle Gubernikoff
Possui o 1o. Ano de Jornalismo pela Fundação Armando Álvares Penteado (1971), graduação em Artes/Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (1976), mestre em Artes/ Cinema pela Universidade de São Paulo (1985), doutora em Artes/ Cinema pela Universidade de São Paulo (1992), livre-docência em Ciências da Comunicação/ Publicidade pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo(2000). Professora Titular pela ECA USP em Artes Visuais/Multimídia e Intermídia na especialização Fotografia, Cinema e Vídeo (2002). Atualmente é professora titular do Departamento de Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Audiovisual/ Cinema, com ênfase em Produção, Roteiro e Direção Cinematográficos, atuando principalmente nos seguintes temas: mídias digitais e novas tecnologias de comunicação, linguagem cinematográfica, produção audiovisual, cinema publicitário, representação feminina, cinema brasileiro, cinema e consciência cultural e museologia e mídias digitais.
(Texto informado pelo autor)




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